Gaviões sobrevoando a área;

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Eram exatas sete da manhã quando eu tranquei a porta do apartamento, depois de ter regado todas as plantas e ter deixado comida o suficiente para que Kurama se alimente até eu voltar do trabalho. Eu não estava com tanto sono depois de ter me dopado de café e em emergência, levava energético só pra garantir que eu não cairia de sono enquanto voltava.

Eu dava glória por hoje eu trabalhar até às duas apenas, enquanto esperava o elevador, sonhava com o conforto da minha cama com aqueles cobertores confortáveis, um chocolate quente para combinar com o friozinho e ao mesmo tempo pensava em como seria socar a cara daquele dissimulado de hoje mais cedo. Continuo divagando sobre minhas expectativas do futuro enquanto olhava para a porta do elevador esperando-o chegar.

O elevador chega e quando saio dos meus pensamentos percebo que havia mais alguém escorado no canto, mexia no celular desatento e relaxado, mas obviamente sabia que havia alguém ali com ele.

Me coloco ao seu oposto após ter apertado o botão que levaria ao hall, ajeito minha jaqueta e espero enquanto mexo nas mangas de maneira inquieta, piora quando o estranho até então imerso no que havia em sua mão agora me encarava, eu não precisava olhar para saber que sim, ele estava me encarando da cabeça aos pés, de uma forma nada discreta, o que, na minha humilde opinião, era rude.

E o que estava estranho se tornou pior quando o mesmo solta um risinho bufado de certa forma…debochada?

O elevador se abre e ele sai, observo suas costas enquanto parte e não posso deixar de reparar que 1. Suas costas e bunda eram muito bonitas e 2. Eu tinha visto aquele cabelo antes, mas não tão curto e certamente não parecia a bunda de um pato.

Quase perco o tempo de sair enquanto olhava mortificado para o que acabava de acontecer, a pessoa então olha para trás discretamente, me levando a ver metade de seu rosto e um pequeno sorrisinho que surgia em sua boca, o que fazia-o parecer atraente.

Ele passa pelo síndico com um pequeno aceno e continua a caminhar até às portas de vidro, não olhando para trás novamente. Ainda bem que Naruto Uzumaki tinha algo em comum com o síndico: fofoqueiros até o âmago.

Aceno alegremente para Izumo que me respondeu no mesmo entusiasmo, afinal, compartilhar fofocas, quero dizer, informações, era sempre muito bom, principalmente com alguém que você confia.

— Eai, quais as novidades do dia? – Me aproximo do balcão como alguém que não queria nada. Afinal eu não queria, não é?

— Bom dia para você também Uzumaki… – Fala em um tom brincalhão não me encarando, apenas organizando alguns papéis.

— Bom dia Izumo, bom dia. – Respondo no mesmo tom. – Pronto, agora abre o bico.

— Temos novos gaviões sobrevoando na área. – Agora ele me encarava enquanto levantava ambas as sobrancelhas de forma sugestiva. – Bonitões ainda por cima, eu não sou gay, como você sabe muito bem, mas porra para uns caras daqueles até eu abriria a perna. – Comenta com tanta convicção e sonhador que eu realmente duvidava que ele não era gay, afinal eu jurava que o via flertando com Kotetsu, o segurança. – Aquele que acabou de sair era um deles, gato, não? – Fez novamente aquele gesto com as sobrancelhas.

— Bonitinho até. – O desinteresse mal fingido pareceu ser engraçado para o moreno à minha frente.

— Por favor Uzumaki. – Fala zombeteiro. – Então acho que você não quer saber quem era não é mesmo? – Parou de prestar atenção em mim assim que as palavras saíram. – Foram cinco que se mudaram, hoje ainda e…

— Tudo bem, tudo bem, quem era aquele? – Pergunto não fingindo mais o desinteresse.

— Ah, agora quer saber do bonitinho? Hum… – Voltou a me olhar apoiando seu rosto entre suas mãos que seus cotovelos apoiavam no balcão. – Sasuke o nome do "bonitinho", eu poderia te contar mais, mas você enrolou demais. – Olhou para o relógio em seu pulso. – É melhor você ir antes que Ino te despeje de novo do apartamento e te demita.

Apartamento 202Onde histórias criam vida. Descubra agora