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O Natal...

Ah, o Natal!

Época boa pra se esconder dos familiares tóxicos que querem tanto que você arranje um namorado, noivo ou marido. Tá certo que tinha uma pontinha de esperança dentro de mim também. Mas infelizmente eu não só tenho um dedo podre, mas sim os dez. Isso se você não contar os dos pés, que provavelmente escolheriam o pior dos homens dentre um milhão.

- Ai, droga! Dumb...

Corri atrás do meu gato quando ele correu com um dos enfeites de Natal da minha árvore que estava sendo montada - atrasada - verdade seja dita.

- É sério? O que você tem contra o Natal?

Meu gato me ignorou solenemente, me fazendo suspirar em resignação. Me joguei no sofá, em meio aos enfeites e luzes, pulando quando minha bunda foi espetada por algum deles. Enfiei a mão por baixo e puxei a luzinha vermelha que havia me machucado, trazendo junto um cartão com o número de telefone do cara que segundo minha amiga era a solução dos meus problemas.

Encarei o cartão, o nome escrito em letra cursiva preta dizia:

Zac Hanson.

37 anos. Alto, forte e gostoso. Além de ser discreto.

Ri da apresentação ridícula escrita naquele cartão e então joguei de volta no sofá, encarando meu gato mais uma vez.

- Você sabe que eu preciso terminar isso, acho bom você me devolver.

Ele deu uma leve patada na bolinha azul, que escorregou pelo piso de madeira se tornando ainda mais interessante pra ele.

- Dumbledore, vou te deixar sem sachê por um mês.

Joguei a cabeça pra trás, apoiando no encosto do sofá e encarei o teto, imaginando como seria passar quatro dias com a minha família atormentando meu juízo com as perguntas mais indiscretas possíveis.

Será que eu seria deserdada se decidisse passar o Natal sozinha?

Talvez não.

O problema mesmo seria minha avó chorando de desgosto pela família não estar reunida numa data tão importante e blá blá blá. Rolei os olhos pros meus pensamentos e então me coloquei de pé quando meu celular tocou.

Era Kathy, minha prima.

Ohhh, não!

- Olá!

Falei fingindo uma empolgação que eu não sentia. Não que eu não gostasse dela, mas acontece que minha querida prima, era uma daquelas pessoas que adoravam se aparecer, e eu realmente detestava isso.

- Oiê! Tudo bem, Livi? Deixa eu te contar uma novidade antes de contar pro restante da família.

Falou ela empolgada. Sentei no sofá novamente esperando a grande novidade e então Dumbledore veio até mim se esfregando em minhas pernas.

- Eu vou me casar! Donald fez o pedido essa manhã e eu disse sim.

Se eu dissesse que não fiquei feliz por ela eu estaria mentindo. Mas também fiquei meio frustrada, agora eu seria a única solteira da família. Ohh Deus, esse ano seria ainda pior que os outros. Porque antes eu tinha a minha prima de companhia, agora estava sozinha no barco das encalhadas.

Droga! Eu não estava encalhada. Estava apenas esperando a pessoa certa chegar na minha vida.

- Parabéns, Kathy! Estou muito feliz por você!

Na próxima meia hora, ela me detalhou como foi o pedido e no quanto estava empolgada pra contar a novidade pra família no feriado. Suspirei quando desliguei, encarando Dumb dormindo ao meu lado no sofá, o cartão com o número de telefone do cara discreto e gostoso estava debaixo do rabo do meu gato.

Finally It's Christmas ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora