2

120 17 200
                                    

A neve caia quase em câmera lenta.

Pela janela do avião, eu via as pequenas casas e prédios serem encobertos pela brancura característica da época.

Eu amo Tulsa!

Mas precisei me mudar de lá pra ter um pouco de paz. Não que eu não amasse minha família, porque eu amo. Mas eles sabem ser desagradáveis quando querem e isso é algo que eu não suportaria todos os dias do ano.

- Nervosa?

Olhei pro lado, pra encontrar olhos castanhos levemente inchados do cochilo que ele acabara de dar.

- Talvez um pouco.

Sorri, ele sorriu de volta. Marquinhas de expressão se formando em volta dos olhos, e até isso era extremamente charmoso.

- Te usei de travesseiro também.

- A diferença é que eu não te babei.

Comecei a rir da expressão chocada em seu rosto.

- Isso não tem graça, Livi! Eu não babo.

- Meu ombro molhado diz o contrário.

Ele simplesmente encerrou o assunto quando passou a mão entre os cabelos.

Que mania mais desnecessariamente sexy.

Respirei profundamente quando o avião tocou o solo, eu estava mais nervosa do que gostava de admitir.

- Meu Deus, tá frio demais aqui.

Disse ele. Fechando a jaqueta de couro preta e vestindo o sobretudo por cima pra depois ajeitar o cachecol azul no pescoço.

- Vamos rápido. Eu disse a minha mãe que chegaríamos pro almoço e foi uma luta pra convencê-la de não virem nos buscar. Assim teremos mais tempo sem olhares curiosos.

Ele sorriu, tirando alguns flocos de neve dos cabelos.

- Tô achando que você quer passar mais tempo a sós comigo.

- Zac, você é ridiculamente convencido.

- Na verdade eu sou realista.

Uma piscada e entramos no táxi.

- Não! Você não é realista, só é cheio de si mesmo.

- Pra onde, senhorita?

O taxista interrompeu nossa discussão ridícula. Dei o endereço da casa dos meus pais e então ficamos em silêncio.

- Você acha que eles vão gostar de mim?

- Ah, eu espero mesmo que sim.

Quando paramos em frente a casa coberta de enfeites de Natal pra todos os lados, Zac soltou um assobio alto.

- Você não disse que era rica.

Olhei pra ele tirando a minha mala de suas mãos.

- Meus pais são, eu não!

- Tecnicamente você é herdeira deles, então você também é rica.

Disse ele tomando minha mala pra levar pra mim.

- Um dia! Olha, por favor, seja atencioso e carinhoso, mas sem passar do limites. Não de bola pras provocações do meu primo, prima e o noivo dela. E outra coisa, não leve em conta as gracinhas da minha avó.

Ele soltou as malas e segurou meus ombros me virando de frente pra ele ainda na calçada após o táxi ir embora.

- Livi, vai dar tudo certo! Você precisa confiar em tudo que já conversamos e quando precisar improvisar deixa comigo. Agora respira fundo e vamos. Já tem gente nos olhando da imensa janela da sua mansão.

Finally It's Christmas ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora