Único

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Adrien estava afobado, ansioso e muito provavelmente ferrado.

Ele olhou para seu relógio de pulso pela terceira vez enquanto esperava o elevador chegar no subsolo. Parecia que o tempo estava correndo contra si. As portas se abriram e Adrien, com prontidão, começou a andar rapidamente pelos carros do estacionamento. A razão de todo seu desespero era que ele estava atrasado para buscar Hugo, Emma e Louis na escola.

Geralmente quem tinha esse trabalho todos os dias era Marinette, mas após Adrien se queixar que estava se sentindo distante das crianças, sua esposa o encarregou de buscá-los todos os dias, às cinco horas, na escola. Ele concordou com toda a convicção, aliás, ele queria ajudar Marinette com os deveres domésticos e dedicar um pouco do seu tempo para ficar com os filhos era uma ótima ideia.

O problema era que Adrien sempre extrapolava seu horário de serviço na empresa. Ele acabava prolongando um pouquinho seus afazeres e quando percebia, já haviam se passado horas. Mas agora ele não tinha mais a opção de realizar isso. Ou era sair no horário do fim de seu expediente ou deixar seus filhos esperando. E no quesito "pai" ele se negava a errar. Seus filhotes eram sua responsabilidade.

Assim que ele chegou em seu carro, jogou suas coisas no banco do passageiro e já começou a dirigir. Olhou novamente para o painel do carro "16:59". Ele, de fato, chegaria atrasado.

Adrien bufou ao perceber que havia falhado nessa tarefa pela primeira vez que a realizaria.

Ele queria fazer uma surpresa para os pequenos, que já não eram mais tão pequenos assim, mas pelo jeito a surpresa se transformaria em algo um tanto oposto.

- Não! - Adrien murmurou.

Ele não permitiria falhar nessa missão. Ele pisou no acelerador e saiu dirigindo feito um louco, até mesmo passando em um sinal amarelo.

Quando virou a esquina do quarteirão onde a escola estava, ele conferiu o relógio novamente "17:08".

- Nada mal... - ele murmurou, contente.

Aproveitou que já tinha uma visão da saída dos alunos e diminuiu a velocidade, estacionando bem na porta da escadaria e abrindo o vidro para que seus filhos pudessem vê-lo.

Ele percebeu que não havia se atrasado muito quando notou vários alunos ainda saindo pelas grandes portas.

Nada de Hugo, Emma ou Louis.

Contudo, logo a porta do banco traseiro foi aberto.

- Boa tarde, papai. - Louis falou.

Adrien sorriu, o observando se acomodar pelo espelho retrovisor.

- Oi, Lou! - sorriu - Como foi a escola?

- Legal! - o mais novo dos três irmãos respondeu - Gostei que você veio buscar a gente! - ele comentou.

Adrien tentou esconder o sorriso abobalhado.

- Que bom! A partir de hoje, sou eu quem virá buscar vocês!

Louis bateu palmas, já se inclinando para frente para ligar seu celular com o carro e colocar uma música enquanto aguardava os irmãos.

Louis já estava com seus 12 anos. Tinha olhos azuis e o cabelo loiro, um pouco escuro, encaracolado. Ele havia puxado, completamente os traços de Marinette com relação ao queixo fino, nariz arrebitado e olhos grandes e levemente puxados. Era divertido e alegre e passava a maior parte do tempo jogando videogame com seus amigos.

Hugo foi o próximo que entrou, sentando-se no banco da frente. Ele bateu a porta e disse, um tanto indiferente:

- Oi pai.

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