O Surto

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- Foi incrível! - Falava Sophia na volta para os dormitórios após o duelo. - Ele estava dando ordens a cobra, mesmo que de um jeito estranho , mas ela estava quase obedecendo, foi bem interessante. 

- Espera, então você estava entendendo? - Perguntei. 

- Mas é claro. - Disse ela despretensiosamente. - Eu sou ofidioglota. 

- Não acredito! - Disse Thayla atrás de nós. - Sua cretina! Porque nunca nos contou? 

- Ah, é irrelevante. - Disse ela com um sorriso torto. - Se fosse com corujas ou ratos, seria mais útil.

Não era irrelevante conversar com um animal. Agora fazia sentido ela estar em Sonserina. 

Algumas semanas se passaram após o ocorrido e dezenas de teorias e fofocas foram se criando por causa do Potter. E aconteceu mais uma ataque em Hogwarts, mais aluno foi petrificado.  Estava formando um medo generalizado. E para piorar, um rabisco escrito " A Câmara Secreta foi aberta" foi deixado para os alunos em um dos corredores.

Eu nunca tinha ouvido falar, mas antes da professora Minerva explicar em aula sobre essa tal câmara, Patrícia já havia contato naquela noite na Sala Comunal das meninas sobre essa lenda.

- Temos alguns relatos de 50 anos atrás de um ataque que matou uma garota da Corvinal. - Dizia Patrícia de pé no meio da Sala explicando cuidadosamente para as colegas atentas. - Se fosse uma garota da Sonserina a abrir eu tenho certeza que teria um aviso sobre isso no Uniário, ou até informações sobre a entrada ou coisa parecida. Não sabemos quem foi e nem onde é a entrada para a tal câmara. O que sabemos é que não é uma garota, acreditamos que seja um aluno, faz sentido ser da Sonserina. O herdeiro detém o poder de manipular essa tal criatura que a câmara mantém. Não precisamos nos preocupar porque não há aqui alunos de pais trouxas ou sangue-ruins, como quiserem chamar. Mas se tem colegas mestiços nas outras 3 casas, sugiro vocês trem cautela ao andarem no Castelo.

Um aluno do primeiro ano da Grifinória foi atacado também aqueles dias, mas não morreu, estava petrificado. Sophia sempre ficava muito preocupada e calada quando ouvia os boatos.

No sábado, após o café da manhã, passamos pela Sala Comum e vimos os garotos com vestes de Quadribol se preparando para o treino. Avistei Draco com sua nova vassoura e todos tinham uma igual. 

- Viu, papai comprou para todos! - Disse ele rindo com deboche. 

- Mas não vai ter seleção esse ano? Como conseguiu entrar? - Perguntei indignada. 

Malfoy se aproximou de mim e quase sussurrando disse:

- Jenna, preste atenção: Garotas não jogam no time. Só entra quem eu quiser. Então para de se iludir. - E saiu sorrindo com deboche.

A raiva tomou conta de cada milímetros do meu corpo, até meu rosto ficou vermelho. Sensação maravilhosa que fazia tempo que não sentia.

- Jenna, é melhor nós irmos. - Disse Med que também tinha interesse em entrar para o time, porém ela se entregou a derrota. Mas eu não consegui me mover, ali fiquei vendo Malfoy se afastar, e acompanhar todos seus companheiros para o treino. 

Quando consegui me sentar no sofá fiquei um tempo tentando me acalmar, mas não adiantou muito. 

- Vou falar com Snape.- Disse para Med e Sophia que estavam no sofá comigo, fofocando entre elas.

- Não é uma boa ideia. - Aconselhou Med. 

- Se tem uma pessoa que ele pode ouvir é  ela. - Disse Sophia seriamente apontando pra mim.

Med a encarou como se tivesse ouvido um palavrão absurdo. 

Me levantei e fui até a sala dele, sem pensar muito. Imaginava que Snape estava em seus aposentos ou na sala de aula naquele horário, mas ele não estava por lá. Fui para seu dormitório que era mais fundo nas masmorras, as vidraças que reluzia o Lago Negro estavam mais verde escura, denunciando sua profundidade. Chegando na porta eu não pensei 2 vezes e lancei um "Alohomora" com um ódio semelhante ao último surto que dei infância. Se ela não abrisse, estrago ou barulho faria.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O Lado C da Sonserina [2] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora