Manhã de sábado
1828, dezembro, Inglaterra.
O Sol despontava no horizonte meio tímido por trás das nuvens, o ar frio da manhã atravessava as frestas da janela e os pássaros cantavam. Rose se remexia na cama, como se tentasse afastar a mão teimosa do frio.
- Srtª Rose, está pronta? Nós temos que ir! - Chamou Mary, criada da família.
Em um pulo, Rosa levantou-se, lavou o rosto e abriu a porta.
- Aprese-se! Aprese-se! Por que não me chamou antes? Sabia da importância desse dia! - dizia Rose, enquanto agitava suas mãos no ar e andava para todos os lados - Ah Deus, rápido!
- Desculpe-me, senhorita. - repetia incessantemente, lembrando mentalmente de que havia chamado ela varias vezes antes, mantendo a raiva contida.
Mais rápido que nunca, vestiram o vestido comprado especialmente para esse dia extraordinário. Via-se nele certa delicadeza e ao mesmo tempo uma riqueza de detalhes e brilhos. Era de manga longa, rosa e com flores bordadas nas mangas.
Em poucos minutos Rose foi de uma menina mimada e preguiçosa para uma dama bela e disposta.
- Pronto! - Exclamou a criada ao por o ultimo brinco - A Srtª está linda!
- Eu sei. - Disse Rose sorrindo ao ver sua imagem no espelho, sentia-se confiante e pronta pra conquistar o mundo se quisesse.
Na porta, um belíssima carruagem esperava.
- Bom dia senhorita, está um belo... - Ia dizendo o cocheiro, quando Rose interrompeu.
- Tenho pressa, Preciso que chegue rápido a casa de Phillip.
Rosa faz menção de entrar na carruagem, o colcheiro acena positivamente com a cabeça.
- Meus pais já estão lá, certo? _ ela perguntou.
- Claro, senhorita.
- Então... Vamos mais rápido ainda, eles odeiam esperar.
Em 20 minutos a carruagem chegou, não era longe. Margareth e Andrew esperavam nervosos na escadaria. A mãe de Rosa era uma mulher linda e calma, muito respeitada, e o pai, um homem de palavra, um rico comerciante.
Rosa era uma das moças mais bela e cobiçada da cidade, tanto por sua beleza quanto pela fortuna da família. Seu cabelo era longo e dourado, com leves ondas, seus olhos de um azul profundo, a pele branca como leite, tinha uma voz doce e um falar mansinho, encantava a todos. Era filha única e quem casasse com ela herdaria muito dinheiro.
- Por que se atrasou? - perguntou Margareth.
-Eu me dormi demais- percebendo o olhar severo da mãe, tratou de botaram a culpa em outro alguém - Nossa criada, me acordou só agora, essa é a verdade.
Margareth, apesar de muito calma e controlada era bastante intimidadora. Rose abaixou os olhos, como uma menina faz quando é repreendida pelos pais.
- Ora, deixe disso - disse Andrew, erguendo o rosto da filha novamente - Ajeite-se, hoje é um grande dia, você não é mais uma menininha, tem de agir como uma mulher. - ele parou e a observou - Você está linda, a cidade cairia a seus pés, sorria!
- Agora, vamos. - Disse Margareth ansiosa.
A casa da família Woods era imensa, havia flores na frente da casa. Margareth foi quem bateu a porta, logo em seguida foram atendido por uma serviçal, uma moça negra, bonita apesar dos ares de cansaço que lhe acompanhava.
- O Senhor e a Senhora Woods esperam na sala de visitas, por favor, acompanhe-me. - Falou em uma voz calma .
Margareth e Andrews seguiram a frente de Rose. A casa parecia um enorme labirinto, com quadros de parentes nas paredes e muitas portas. Depois de uns minutos andando em um silencio agonizante chegaram à sala de visitas.
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Os Espinhos da Rosa
Historical FictionRose é uma menina mimada, linda rica e gentil. Louis é um homem rico, educado e cheio de encantos. Pessoas perfeitas formam casais perfeitos, pelo menos é o que se espera. Mas ninguém vê os espinhos da rosa, ninguém vê a maldade em doces palavras.