Madrugada, Domingo.
Não estava sendo uma semana fácil para a pobre Rose, Louis havia deixado de lhe visitar e estava tendo pesadelos frequentes. Como seu castelo de cartas pode ter desmoronado tão rápido?
Há horas a cidade inteira já tinha caído em sono profundo, mas Rose ainda estava com seus profundos olhos azuis vigilantes observando a Lua.
- Psiu! Psiu! – pedras na janela – Minha amada abra a janela! Por favor, perdoe-me!
Ah meu deus! Não acredito que ele veio até aqui no meio da noite! O que será que ele quer de mim? Eu estou com medo!
-Por favor, minha bela Rose, abra as janelas! – sussurrava alto.
- Já vou! – sussurrou.
E foi, afinal se não fosse e alguém acordasse haveria certa confusão e Rose não estava pra esse tipo de coisa agora. Além disso, abrindo ou não, já estavam noivos, não havia o que fazer.
Devagar e cuidadosa ela colocou suas pantufas e caminhou até sua varanda.
- Sim!?
- Acho que lhe devo muito, minhas desculpas em primeiro lugar, por deixar de ser um cavalheiro que conheceu. Não queria machuca-la... Eu lhe trouxe isso. - então ergueu um buque de rosas. – Você não precisa colher flores de beira de estrada, já que eu posso te dar as flores mais cheirosas e belas do mundo. Entende?
- Sim, meu senhor. - disse com sua voz baixa e contida.
- Amanha haverá um concerto aqui na cidade de um violinista famoso. – Ele tira um folheto do bolso – Aqui, é este, toca nos melhores teatros de Londres... Achei que você gostaria de ir, você e sua família. E um jantar em minha casa amanha. Espero você lá, tenho que ir. Até amanha, minha flor.
- Até. – disse monotonamente.
Deitou-se na cama e desabou a chorar, um choro silencioso e assustado. Porque havia de ser assim? Tudo parecia bem... Talvez a culpa seja minha, sou uma menina estupida... Malditas flores!
Enquanto isso em algum outro canto da cidade Henry chutava pedrinhas na esquina enquanto esperava sua dama dos becos. Uma moça linda e ingênua chamada Christina que estava morrendo de amores pelo homem de sorriso elegante. Ela era pobre e sem muito futuro, destinada a casar com o padeiro que era apaixonado pela mesma. Ah! Quem dera casar-se com um homem tão rico e tão gentil!
- Estou pronta! – disse baixinho.
Usava seu melhor vestido, que obviamente não era o melhor, mas era bonito e delicado como ela.
- Então, minha adorável senhorita, me daria à honra de sua companhia num passeio noturno?
- Ah, mas é claro meu senhor, quem sou para negar tal pedido?
- Então vamos! – e riram.
E caminharam por um longo tempo, ela distraída não percebia que chegavam aos limites da pequena cidade. Ele, esperto, a conduzia para um esconderijo onde costumava iludir as inocentes e as nem tanto assim.
- Onde estamos? – disse um pouco assustada.
- Aqui é um esconderijo meu, achei que gostaria de ficar mais a vontade comigo.
- Mas... Estamos muito longe.
- Venha, eu pedi que minha empregada fizesse algo para comer... – disse puxando-a.
- Não posso... Não posso entrar lá com você... Não poderia nem estar aqui... Ah meu deus, o que estou fazendo, sou quase noiva!
- Hey! – disse abraçando-a – Tudo bem, está tudo bem!
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Os Espinhos da Rosa
Historical FictionRose é uma menina mimada, linda rica e gentil. Louis é um homem rico, educado e cheio de encantos. Pessoas perfeitas formam casais perfeitos, pelo menos é o que se espera. Mas ninguém vê os espinhos da rosa, ninguém vê a maldade em doces palavras.