Capítulo 2
Gwen
Eu e minha avó criamos uma rotina para superar o luto. Juntas fomos me matricular na escola da Ilha. Eu realmente não conhecia ninguém por aqui mesmo durante os verões que vinha para cá, passava grande maioria do tempo com meus pais ou cuidando do pequeno jardim que minha avó tanto amava. Ela cultivava um grande acervo de plantas e flores que eram sua grande paixão. Na grande maioria dos dias, suas mãos e roupas estavam sujas de terra fresca.
- Você vai voltar para escola no começo da semana.
Ela fala enquanto atravessamos a rua em direção a lanchonete da cidade. O sol estava quente, mas não tanto quanto no verão que estava a meses de distância – Você vai adorar, tenho certeza. Vai ser uma coisa boa, fazer amigos e aprender.
Sorrindo ela abriu a porta da lanchonete me deixando passar na sua frente. Dei dois passos para dentro sendo surpreendida pelo cheiro maravilhoso invadindo o ambiente e meu olfato. Minha barriga roncou animada.
A lanchonete estava cheia e bastante agitada. Todos conheciam minha avó e pareciam muito felizes de vê-la pela cidade comigo. Como falei antes, criamos uma rotina, mas ela não se resumia a ter contato com as pessoas. Passávamos boa parte do tempo com suas plantas e outra boa parte tentando nos conectar uma com a outra.
O que não era uma tarefa difícil, minha avó conseguia ser o ser humano mais doce e forte do mundo. Muitas vezes seu jeito e determinação me lembravam minha mãe.
- Bom dia Joe.
Ela fala com um senhorzinho que estava sentado em umas das mesas próxima a porta, sorrindo ele nos olhou bastante animado.
- Bom dia Senhora, Senhorita. Como estão?
- Estamos bem Joe, obrigada. Não é querida?
Eu não andava falando muito ultimamente, não que antes eu fosse a criança mais comunicativa no universo, porém depois do acidente eu preferia muitas vezes o silêncio. Sem abrir a boca eu balancei levemente a cabeça em concordância.
Ainda observando tudo ao meu redor fiquei impactada ao notar a visão na minha frente. Um janelão no final da lanchonete dava uma vista para imensidão do mar e da praia. Não tenho ido à praia, minha vó colocou uma regra sobre isso mesmo depois de temos conversado e eu ter explicado o ocorrido ela andava rígida. Praia nunca sozinha e esse era o objetivo de estar lá; ficar sozinha e sentir meus pais.
Olhar para o mar mesmo de longe após tantos dias é como ser capturado por algo mágico, perfeito, algo além da nossa compreensão. O sol fazia a imensidão azul brilhar aos olhos, fazia a areia ganhar um dourado brilhante inexplicável. É surreal.
- Aí meu Deus, Lucy.
Afastando minha atenção da visão na minha frente, noto quando uma mulher se aproxima saindo de trás do balcão que leva a cozinha – Bom dia meninas. Olá Joe.
- Bom dia Lea.
Minha avó e o senhorzinho falam quase ao mesmo tempo.
- Já estou de saída senhoras, tenham um bom dia. Lea você sempre se supera, essas panquecas estavam fantásticas.
Ele diz se levantando e deixando algumas notas embaixo do prato agora vazio.
- Obrigada Joe, tenha um ótimo dia.
Se despedindo rapidamente do Senhorzinho ela se volta para nós e pela primeira vez encaro seu rosto, ela é linda. Tem um tipo de beleza que é facilmente notada, mas uma luz parece transbordar dos seus olhos azuis – É maravilhoso tê-las aqui.
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Meu caminho de volta a você.
RomanceGwen e Sea dois corações feitos para bater juntos. Duas almas que se completam. Pode um amor renascer depois de tantos erros? Pode um amor sobreviver por tanto tempo? E agora entendo aquela frase; se você ama alguma coisa liberte-a. Só que no meu...