I'm sitting on a bench in Coney Island

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Meus olhos se abrem rapidamente ao ouvir barulhos altos e muito próximos a mim, que antes estavam tão distantes em meu sonho.


Os pingos de suor passeavam pela minha testa, escorrendo em minhas bochechas, passo a mão em uma tentativa de secá-los.

Eu estava presa em uma sala cheia de espelhos. O reflexo que vinha dos espelhos, não era o meu. Era um corpo de estatura alta, sem cor, seus cabelos não tinham uma forma definida, não sabia dizer se eram lisos, encaracolados ou cacheados. Não era capaz de saber se era homem ou mulher.


Não tinha um rosto.

Movia minhas mãos lentamente, de um lado para o outro, quase implorando para que ele repetisse os gestos, mas ele não o fazia.

Isso me assustava.

Ele começa a bater no espelho, com o que deduzi ser os braços. Ele batia fraco e o espaçamento de tempo era longo, a cada minuto a força aumentava, se tornando estrondos. Eu gritava de medo, mas sem que minha voz saísse e ele parecia não escutar ou se importar.

Os barulhos foram ficando cada vez mais e mais perto de meus ouvidos, como se estivessem dentro de minha cabeça. O reflexo já não estava mais ali, fecho meus olhos e caio de joelhos no chão.


Meus olhos se abrem rapidamente, no estrondo que escuto próximo ao meu ouvido esquerdo, impulsionando meu corpo para frente, devido ao susto.

Era um pesadelo.

Meu peito arfava, subindo e descendo rapidamente, passo a mão pela minha testa que pingava suor, deslizo a mão em uma tentativa de secar as gotículas.

Ele não estava mais em meu colo.


A última coisa que me lembro da noite passada foi segurar Tim em meu colo, e o abraçar para acalmá-lo. O que aconteceu depois disso já não fazia parte de minha memória.

— Mamãe! 

O sussurro dele veio de dentro do carro, chamando minha atenção.

— Aqui na frente!

Ele indica.

Inclino meu corpo para frente para procurar.


O menino estava agachado em frente ao banco passageiro, embaixo do porta luvas. Ele não era tão pequeno e nem tão grande, então o esconderijo havia sido perfeito. Ele envolvia os braços nos joelhos, seus olhos marrons-café estavam esbugalhados, sua pele morena, no momento, se encontrava pálida, branca como um papel.

— Tem um homem batendo na janela!


Diz ainda sussurrando.

Ele pousa o dedo indicador na boca, fazendo um sinal de silêncio para mim.


— Chamei você, mas não acordou.

Continua. Engulo seco.

— Fiquei com medo, mamãe.


Olho para o meu lado esquerdo e não havia ninguém na janela, mas ela estava aberta.

— Está tudo bem... Ele já foi embora...


Tento o tranquilizar, mesmo que estivesse prestes a enlouquecer com essa informação.

— Como ele era?

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