Algumas horas antes, Daisuke Amaterasu chegou a uma pagoda dedicada a Azgher próxima dali. Teletransportado de Tamu-ra, da cidade de Nozomiti, também chamada de Zalkária, quando da invasão da tormenta àquele país. Os pais aristocratas de Amaterasu acabaram falecendo nas mãos do Kaiju Vermelho, um monstro gigante que tinha surgido em uma das ondas da tormenta. O terror que essa besta produziu feriu gravemente o coração desse homem, bem como fazia seu nome: a mera aparição do monstro levava milhares a correr por suas vidas. Os habitantes de Tamu-ra tiveram muita dificuldade, e precisaram se organizar e preparar por meses para finalmente encurralar e vencer a fera.
Pela sua devoção ao deus da luz, Daisuke usava um capacete oriental muito ornamentado que cobria todo o rosto, com apenas uma viseira para a luz chegar aos olhos. O restante da armadura seguia o estilo oriental, com traços dourados para ostentar a devoção à sua divindade, e sua cimitarra e adaga vinham embainhadas do mesmo lado esquerdo em sua cintura. Ele não era particularmente alto ou baixo, e tinha um corpo robusto.
Após os habitantes de Tamu-ra conseguirem expulsar as ondas da tormenta, liderados por Orion Drake, Amaterasu poderia voltar para sua casa e a reconstruir, e fazer parte dos times de clérigos que curariam a região com orações e milagres, mas ele estava decidido a se vingar dos monstros da tormenta, muito também por conta da tradição e honra dos heróis que destruíram o monstro gigante que matou seus pai e mãe, familiares e amigos.
Já em Yuvalin, Daisuke também havia passado pelo teste do dia anterior, tornando-se um aventureiro novato. Ele sentia que precisava pagar seus dízimos a Azgher, e um dos membros da sua equipe, Tai Yang, disse-lhe como chegar a uma pagoda próxima dedicada a seu deus. No caminho, Amaterasu formulava um plano, coisa em que se exercitava constantemente desde que saíra de casa: montar em exército para combater a tormenta, onde quer que ela estivesse. Ponderava como destruir a nuvem rubra, como vencê-la, e como montar toda a logística: os homens, os suprimentos, a movimentação, a motivação, etc. Amaterasu crê que Ezequias Heldret pode ajudá-lo em sua missão pessoal: ele havia ouvido falar nos sussurros das ruas sobre esse homem.
Sua mente estava cheia de planejamentos enquanto ia à pagoda agradecer a seu deus, Azgher - que ele chama de Amaterasu-ôo-sama - pelas vitórias dadas até aqui, como chegar em Yuválin em segurança e passar no teste de aventureiro. Desceu a montanha, saindo da cidade, indo em direção ao Rio Panteão, seguindo pela margem pantanosa. O caminho para a pagoda alternava pedras colocadas no lodo e madeira, tentativas de pavimentar a trilha precária. Já a pagoda parecia bem firmada na costa do rio: a fundação provavelmente era boa, cavada fundo para fixar a construção na rocha.
Os locais sagrados de Azgher possuem uma arquitetura e planejamento interior que louvam as qualidades desse deus, fazendo uso de luz, muita luz. Os prédios são cheios de janelas e as altas paredes externas e colunas internas cobertas de espelhos. No teto instalam uma grande lente convexa que centraliza a luz do sol em um prisma cuidadosamente produzido e firmado logo abaixo, e espelhos diamantados refletem todo o espectro de luz em mais espelhos para mandar a luz para todos os cantos da nave. Enquanto se senta em um dos bancos que ficam em torno, o visitante recebe as luzes coloridas de cima, dos lados pelas janelas, e da estátua de prata com linhas em ouro do deus-patrono Azgher no centro da nave. Templos mais ricos possuem prata muito polida e até o metal dourado nos detalhes das paredes, entre os espelhos e janelas, para que haja ainda mais reflexão da luz e dedicação do ouro ao deus que dizem ser o legítimo dono de todo ouro, e até modelos dos planetas são pendurados para colocar a estátua de Azgher como o sol que cria toda vida. Há mais de milênio, os adorados de Azgher foram os primeiros a formularem a teoria do heliocentrismo com base em suas doutrinas, o que devotos de outros deuses só confirmariam com mágica e céticos com o método científico séculos depois. Por fora, além dos espelhos, o uso de triângulos altos para apontar para o céu de onde vem a luz é uma escolha estética natural, e brasão polido é o elemento de preferência para refletir a luz. A pagoda brilhava à distância como uma joia.
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A sereia bastarda
FantasyAdella é uma sereia do império de Tritânia no grande oceano. Filha bastarda de um nobre com uma musicista, ela precisou fugir do Grande Oceano para sobreviver a uma tentativa de assassinato. Acompanhe Adella nessa jornada, aprendendo sobre a vida na...