𝑴𝒆𝒍𝒐𝒅𝒊𝒂 - 𝑩𝒓𝒐𝒐𝒌

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A música é algo indispensável, seja para civis, piratas ou marinheiros.

A música desperta os sentimentos mais profundos das pessoas, e conosco não seria diferente.

A música transforma vidas.

Thriller Bark era um lugar chato, vazio e sem cor. Eu odiava aquele lugar. Mas uma coisa me alegrava, todas as noites, alguém tocava uma doce melodia em seu violino. Era calma, tão calma que poderia fazer até uma fera adormecer.

Curiosa, decido avisar a Perona que iria fazer uma caminhada e aproveito para sair do castelo e procurar a origem da música misteriosa. Procurei por dias e nada, pensei em desistir, mas deixei essa idéia de lado enquanto caminhava de volta ao castelo após alguns dias de busca.

Quebrando galhos de árvore enquanto Absalom tagarelava no meu ouvido era a única coisa que eu sabia fazer antes de ouvir mais uma música.

Mas dessa vez era diferente, era famíliar e trazia junto consigo a alma do mar.

Paro de andar e me deixo levar pela melodia viciante. Era tão suave que ao fechar os olhos, eu enxergava as partituras. Eu nunca tinha ouvido nada igual.

Jogo os gravetos em Absalom e começo a correr pelas imensas florestas de Thriller Bark. Eu corri por muito tempo, cheguei tão longe que parei na beira do navio. Olho para o baixo num mar de névoa e com a ajuda das chamas das tochas laterais no casco de Thriller Bark, consigo ver a pequena silhueta de um navio bem abaixo do meu, o som estava cada vez mais forte.

Uso uma das passagens secretas de Lola para chegar no oceano e pego um pequeno barco e o uso para chegar na fonte. Chegando lá, não vejo nada além de um navio destruído e uma pilha de ossos, mas a música vinha dali, daquele navio. Procuro por todos os lugares até que chego na proa, me aproximo e passo pela neblina tendo o vislumbre uma sombra alta, usava um terno preto e um grande afro. 𝑨𝒄𝒉𝒆𝒊.

Dou passos calmos e silenciosos em direção aquele ser misterioso e me sento em um barril alguns metros atrás do mesmo. Ao final da música, ouço um suspiro vindo da pessoa a minha frente, no impulso, quebro o silêncio com uma pergunta notória.

- Que linda melodia, eu nunca ouvi algo assim antes. Qual seria o nome?

A sombra se volta para mim com uma expressão... bem... não tinha expressão, era um esqueleto. Não me assustei nem nada, afinal, eu morava num navio cheio de zumbis.

Brook: 𝑩𝒊𝒏𝒌'𝒔 𝒏𝒐 𝑺𝒂𝒌𝒆 senhorita.

- 𝑩𝒊𝒏𝒌'𝒔 𝒏𝒐 𝑺𝒂𝒌𝒆... eu gostei.

Brook: O que uma dama como você faz aqui?

- Eu moro aqui, infelizmente.

Brook: Não gosta daqui?

- Nem um pouco, é chato e sem vida, literalmente. A única coisa que me entreteu nesses últimos tempos foi a sua música.

Brook: Você gosta dela!? -O esqueleto perguntava surpreso-

- Sim

Brook: Yohohoho! Eu agradeço, é muito bom ter um apreciador de música por aqui. Esse lugar costuma ser tão vazio e solitário, faz anos que não vejo alguém tão apaixonado por música como eu.

- É...

Brook: Com licença madame, mas, eu poderia ver sua calcinha?

- O que!?

Brook: Oh! Me desculpe, estou envergonhado, veja, minha pele está até vermelha. Estaria, se eu tivesse pele Yohohoho!

- Você... Poderia me ensinar essa música?

Brook: Claro, a música é fundamental para os humanos.

- Eu posso ficar por aqui?

Brook: O quanto você quiser, não se preocupe com comida ou roupas, eu irei resolver tudo.

- Obrigada, embora eu ache bem difícil achar comida fora de Thriller Bark. Eu posso saber o seu nome?

Brook: É verdade, que falta de educação a minha não me apresentar. Muito prazer, eu me chamo Brook. -O esqueleto se apresentava tirando sua cartola e se curvando-

- Eu me chamo S/n. É um prazer te conhecer.

Brook: O prazer é todo meu. Yohoho! Agora vamos começar! Faz anos que eu não me empolgo assim. -O esqueleto posiciona o violino sob meus ombros e direciona meu dedo as cordas-

Meus dedos deslizavam suavemente pelas cordas emitindo aquele som maravilhoso, a mão esquelética guiava meus movimentos pelas notas musicais. Parecia tão fácil. Eu tocava, mas não sabia que poderia reproduzir algo assim na vida.

Brook: Você está indo bem, continue assim e vai aprender bem rápido.

- Obrigada por me ajudar

Brook: Não precisa agradecer. Estarei sempre disposto a ajudar quem ama a música, essa era uma das regras do meu bando.

- Você é pirata?

Brook: Eu era... se quiser posso te contar a história.

- Eu adoraria

Brook: Muito bem. Tudo isso foi a cinquenta anos atrás...

Enquanto Brook contava sua história de vida, ele não parava de tocar.

Ficamos lá por muito tempo e trocamos muitos assuntos divertidos e tristes, mas no final, com a música certa tudo acaba bem.

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𝐎𝐧𝐞-𝐬𝐡𝐨𝐭'𝐬 𝐀𝐧𝐢𝐦𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora