48 horas antes do casamento

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Presentinho de Natal antecipado pra vocês. ☺️

Espero que gostem. Boa leitura!

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Pov: Maraisa

O dia mais feliz da vida dele, e o pior dia da minha estava se aproximando. Coragem para dizer toda a verdade e acabar de vez com esse tormento dentro de mim era o que eu vinha buscando há alguns anos, e esse será o último dia para revelar a ele tudo o que eu sinto, não poderei esperar mais, não posso deixá-lo subir no altar sem antes saber o quanto o amo. Ali sentada olhando para tudo ao meu redor eu me encorajava a fazer algo que eu deveria ter feito a um bom tempo, mas o medo e a insegurança me fizeram desistir por inúmeras vezes, dentro de algumas horas ele estará subindo naquele altar declarando o seu amor a outra na frente de toda a família e amigos, e eu não sei se serei capaz de presenciar esse momento.

— Tudo pronto, vamos começar? — O produtor veio até onde Maiara e eu estavamos me despertando dos meus devaneios.

Hoje foi o dia escolhido pela cerimonialista pra fazermos a passagem de som e repassar algumas músicas, e cá estamos nós em meio a pessoas passando de um lado para outro com cadeiras, flores e vários outros objetos de decoração. Nos posicionamos no centro do palco esperando os primeiros acordes de "bengala e crochê" preencherem o ambiente, essa seria uma das músicas escolhidas para tocar na festa após o casamento.

— Bora! — minha metade respondeu sem ânimo.

Se dependesse dela nós não estariamos nesse casamento. Maiara sempre foi contra a minha participação na cerimônia tanto como profissional quanto o convite para ser madrinha que ela não pensou duas vezes antes de recusar, afinal minha irmã melhor do que ninguém sabe sobre os meus sentimentos em relação ao noivo e não entrava na cabeça dela o porque eu havia aceitado cantar na festa de casamento e ser madrinha dele, mesmo Danilo sendo nosso amigo desde sempre isso era um absurdo pra ela. Sem mais delongas começamos a cantar e nesse momento eu me desliguei do resto do mundo e me entreguei como sempre faço quando estou em cima do palco. Cantamos mais algumas canções do repertório escolhido especialmente para festa antes de darmos uma pausa para beber um pouco de água.

Me sentei ao lado de Maiara em baixo da tenta que nos protegia do sol forte, buscando refresco em uma garrafa de água gelada. O casamento seria ao ar livre, a data foi escolhida no verão justamente para evitar imprevisto durante a cerimônia religiosa, honestamente lá no fundo, bem no fundinho mesmo do meu ser, eu desejava que chovesse mesmo com todas as probabilidades jogando contra o clima chuvoso.

— Realmente bom gosto é pra quem tem, não pra quem quer. — Mai resmungou.

— O que!? — perguntei confusa enquanto abria minha garrafinha de água mineral.

— Estou falando daquele enfeite ali. — ela apontou com o dedo. — Onde já se viu coisa morta em casamento.

— Do que você está falando Maiara? — voltei a questionar minha irmã, que rolou os olhos descontente por eu não entendê-la.

— Aí irmã, como "ocê" é lerda. Aquele vaso ali oh, com aqueles negócios, parecem gravetos, num sei. Eu achei horrível!

— Ah! Já vai começar de novo? — tomei um gole generoso da minha água, balançando a cabeça em negação ao comentário crítico dela.

Mariara já havia botado defeito em toda a decoração do casamento, até com as cores das flores ela resolveu implicar. E daí que a porcaria das flores vão ser de cores mistas e não tradicionalmente em sua maioria brancas?

— Só disse a verdade. — ela torceu o nariz pegando a folha com as músicas que ainda faltavam para ensaiar.

— Uai! Cadê "no dia do seu casamento"!? — ela perguntou virando a folha procurando a música do outro lado do papel.

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