É chegado o dia da 13ª Vaquejada de Nova Peroba.
No dia em que Simone concorre à Derrubada de Boi, uma pessoa do passado de Soraya aparece para tentar desestabilizar o casal. Movidas pela paixão e tesão que as unem, nesses capítulos especiais, as p...
Músicas do capítulo: Fivela, de MC Jottapê e Man! I Feel Like a Woman, de Shania Twain.
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Eu sorri quando ouvi o anúncio dos nomes e dos peões presentes para competir.
Fazenda Quatro Folhas, Fazenda Raio de Luz e, claro, Fazenda Olimpo, eram as favoritas para levar o grande prêmio da noite na derrubada de bois. Já havíamos passado das eliminatórias, nos dias anteriores, e hoje – domingo – seria o dia da final.
Para contextualizar: a derrubada de bois consistia em, como o próprio nome já diz, derrubar o boi. Sendo o ponto alto de qualquer vaquejada, a ideia principal era derrubar o boi puxando pelo rabo, dentro de uma pista de cento e sessenta metros de comprimento. Uma atividade que requeria velocidade, precisão e habilidade do peão que estivesse em cima do cavalo, afinal, não era fácil agarrar o rabo de um animal de 300kg, correndo em cima de outro animal que poderia chegar a correr numa velocidade de até 70km/h.
Aquela vaquejada era conhecida como vaquejada de três bois, onde eu teria três oportunidades diferentes para derrubar o boi dentro da faixa. Cada derrubada, valia uma pontuação diferente e ganhava aquele que fizesse o maior somatório de pontos no final. Eu já estava a caminho da minha última derrubada do dia e precisava fazer no mínimo 8 pontos para vencer.
Montada em cima de Ártemis, uma égua Quarto-de-Milha treinada especialmente para aquele momento, eu fiz uma retrospectiva de tudo que havia contribuído para que eu chegasse naquele ponto da minha vida. Eu, uma Engenheira Agrônoma e Zootecnista, com especialização em Equinos e Bovinos, correndo em Vaquejada.
Sério mesmo, Simone Tebet. As voltas que a vida dá.
Ártemis, a minha companheira da noite, deu uma leve trotada enquanto eu fazia o reconhecimento da pista com ela. Cada peão teria alguns minutos na pista, visando aquecer o cavalo e fazer os últimos ajustes antes da grande final que aconteceria dali a exatamente – precisei verificar no relógio em meu pulso – oito minutos.
A Quarto-de-Milha de pelagem pampa reclamou um pouquinho quando eu segurei a sua velocidade. Originária dos Estados Unidos, aquela raça sempre fora conhecida por serem os mais rápidos do mundo em corridas de curta distância – por isso estava montada nela, e não em Poseidon. Extremamente dócil – diferente do temperamental que me esperava em casa -, Ártemis se mostrou perfeita desde o momento em que a montei pela primeira vez.
Embora viesse da cruza entre um Mangalarga Marchador e uma Quarto-de-Milha, Ártemis não deixava a desejar em momento nenhum. Obedecia aos meus comandos, alcançava a velocidade desejada e, acima de tudo, tinha estilo. Eu gosto de animais com estilo.
A pelagem pampa lhe conferia uma beleza superior, os pelos brancos e marrons se misturando em seu corpo. Eu havia pedido para apararem sua crina, deixando bem baixinha – apenas com um pedacinho grande no final de seu pescoço, para que eu segurasse na hora de subir nela. Na frente de sua cabeça marrom, uma manchinha branca lhe conferia o charme que fizeram a baronesinha chamar a égua de "Mia Colucci da Olimpo".