Capítulo II - As Ruivas

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As flores que cheirava eram tão boas quanto os pássaros cantando aquela manhã, adorava ouvi-los enquanto procurava alguma espécie nova para seus testes medicinais, estava tão concentrada na flor marrom com uma pétala branca que havia encontrado, "Uau, nunca tinha visto uma igual a esta antes! Talvez seja a única de sua espécie que tenha o privilégio de ser tão especial".

- Rose, o café está pronto! Venha, sabe que é a refeição mais importante. - Uma mulher de longos cabelos ruivos a chamava.

- Já estou indo! - disse a jovem cheia de terra em seu rosto e mãos, sua pele delicada, porém toda suja, possuía olhos verdes que a destacava em qualquer lugar. Estava animada.

Rapidamente coletou a flor e saiu correndo para a estrada que dava a uma simples casa, seu telhado era coberto com palhas, suas paredes eram feitas de pedras brancas, as janelas eram retangulares divididas por quadrados, em sua frente havia um belo jardim das mais variadas flores e em seu topo havia uma chaminé.

Entrou e logo tirou os sapatos sujos, deixando-os em frente a porta da entrada. Sentia o cheiro do pão que estava assando e os ovos que acabaram de ficar prontos juntamente com o chá que tomava todas as manhãs. Sentou-se na cadeira da cozinha que havia perto de sua avó, que por sua vez retirava os pães de dentro do forno a lenha.

- Como foi na floresta Rose? Achou algo interessante? - A senhora de cabelos grisalhos com mechas laranjas perguntava animadamente.

Prendia seu cabelo ondulado com uma fita branca. - O mesmo de sempre vó... Ah, na verdade, achei uma flor diferente do normal agora a pouco, acho que nunca a vi em minhas pesquisas, gostaria de analisá-la comigo depois do café da manhã? Talvez seja interessante estudar um pouco sobre ela. - A garota de cabelos curtos e ruivos dizia entusiasmadamente passando uma geleia em seu pão quente.

- Aceito o desafio! Mas coma bastante antes.

A mãe de Rose chegava passando as mãos no cabelo da filha. - Ah flor, não acredito que cortou o cabelo de novo, era tão lindo grande igual o meu. Por que eu deixei isso?

- Liliam! Não chore pelo leite derramado. - Dizia a senhora rindo direcionando-se a mulher.

- Eu sei que amava meu cabelo grande mãe, mas eu prefiro muito mais ele assim. - Respondia Rose.

As três lindas mulheres ruivas sentaram-se em volta da mesa e começaram a comer.

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A manhã havia passado depressa, quando se deu conta, já estava a mais de 4 horas estudando sobre aquela exótica flor que tanto a intrigava. Não sabia como a planta havia adquirido aquela anomalia, talvez poderia ser um vírus que a infectou. Anotava suas questões quando de repente sua avó aparecia atrás de si lendo suas anotações.

Arregalou os olhos ao ver a flor que tanto sua neta falava. - Rose, já pensou que ao invés da flor ter um vírus, ela pode ser venenosa? - A anciã com anos de experiência como herborista, alerta sua neta.

A jovem rapidamente tira suas mãos da flor, gritando com medo e pulando em cima da sua cadeira, seus olhos estavam arregalados, seu coração batia mais rápido que um cavalo e a pobre garota não parava de coçar os braços em desespero, "Por que não usei luvas???", pensava.

Sua avó ria daquela cena. - Calma flor, se você não morreu até agora, provavelmente ela apenas contagia através da digestão. Se o envenenamento fosse pelo tato, já estaria coberta de manchas ou brotoejas. - Dizia limpando o lacrimejo de seu olho.

- Ah... sério? - Dizia a menina envergonhada de seu escândalo. "Nunca teria pensado nisso, agradeço a sabedoria da minha avó!" - Te amo vó. - Sentava-se na cadeira com receio.

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