Capítulo 14

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"Mais um brinquedo Maraisa? Você não acha que está exagerando?" - Bruno me pergunta quando vou em direção ao caixa da loja pagar mais um brinquedo que comprei para o Léo.

"Mas esse é educativo. Olha, leia aqui: estimula a coordenação motora!" - justifico para Bruno.

Hoje é sábado e Bruno está me acompanhando nas lojas de brinquedos da cidade onde estamos. É a terceira loja que vamos. Estou garimpando brinquedos que tenham peixes pois o Léo agora só fala nisso.

Ontem a Ruth me ligou no final da tarde perguntando se eu poderia fazer chamada de vídeo pra falar um pouco com o Léo.

Desde o dia que ele voltou lá de casa, Ruth disse que ele só fala em peixes e pergunta pela "Malaisa". Eu disse que sim, que poderia falar naquele momento. Por sorte eu estava só fazendo a escova com o Bruno. Interrompi por uns minutos pra receber a ligação.

Quando Léo me viu na chamada de vídeo, abriu um grande sorriso e disse: "Malaisa! A Malaisa vovó!"

Achei tão bonitinho. Daí ele me pediu pra ver os peixes. Eu disse que logo estaria em Goiânia e levaria ele pra gente dar comida para os peixes de novo.

Lembrei que lá em casa não tem um brinquedo nem nada para crianças. Decidi então comprar brinquedos, quebra-cabeça, jogos e tudo o que fosse necessário para distrair e divertir o Léo quando ele for lá pra casa.

Tive o cuidado de ver se era aprovado pelo Inmetro e observar a faixa etária dele.

Eu já havia encomendado alguns pela Internet. Serão entregues lá na minha casa de Goiânia. Mas eu quis passar nas lojas hoje para ver se encontrava algo diferente.

Com isso estava levando mais dois quebra-cabeças, três pelúcias de peixes e dois brinquedos educativos com esse agora. Além de peixes, comprei de bichinhos da fazenda também porque, quando tivermos um tempo, quero que Murilo e Léo passem uns dias na minha fazenda.

"Não estou exagerando. Léo agora vai passar mais tempo comigo. Tenho que ter coisas pra distrair e brincar com ele." - respondo a Bruno.

Bruno me olha de rabo de olho mas não fala nada.

"Agora só falta a gente ir na livraria e papelaria." - digo me lembrando que quero comprar livros de histórias infantis, lápis de cor e material para desenho livre. É importante estimular Léo a gostar de leitura desde cedo.

Uma hora e pouco depois já tínhamos desocupado e voltávamos pro hotel. Bruno só não ficou entediado porque enquanto eu estava na livraria, ele foi numa loja de maquiagem ao lado. Mas demorou pouco por lá porque ele fica preocupado de alguém me assediar e voltou logo pro meu lado. Quase ninguém me reconheceu, só a vendedora e então eu escolhi com calma tudo o que queria.

"Chefinha você está super animada comprando essas coisas pro Léo." - Bruno constata e me diz quando entramos no meu quarto do hotel.

"Estou mesmo. Não sabia que comprar tudo isso pensando se o Léo vai gostar, se vai achar divertido ou se ele vai aprender brincando fosse tão empolgante!' - digo com sinceridade.

"Criança faz tão bem né? O Léo parece tão fácil de cuidar." - Bruno diz enquanto coloca as sacolas com as compras que fiz num cantinho.

"O Léo é um amorzinho. Eu já gostava demais dele. Agora eu me sinto também responsável, pelo menos afetivamente. O que já é uma responsabilidade enorme Bruno!"

"Nossa, é verdade chefinha." - Bruno concorda.

"É como diz aquele escritor Antoine de Saint-Exupéry: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." - digo a Bruno a famosa frase do livro O Pequeno Príncipe. Bruno balança a cabeça concordando comigo.

Até o final eu e você Onde histórias criam vida. Descubra agora