3 - De amar.

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Ao final de uma discussão seríssima sobre o que fazer com Katsuki, eles decidiram que eu devia levar ele para algum lugar, descobrir quem ele é e entender porque ele veio atrás de mim. Também tentaremos descobrir o que aconteceu com a estátua, e os meus chefes já estavam prestes a chamar a polícia, mas eu tentei convence-los de que o homem era inocente. Não havia sinais de arrombamento, não tem mais nenhuma estátua desaparecida ou fora do lugar, está tudo organizado, mas a estátua sumiu e ele está ali, o homem da minha estátua.

Até então está tudo bem, mas eu perdi a minha arte, os meus meses o esculpindo foram jogados fora de repente e isso está me deixando quase louco. Cada vez que eu olho para Katsuki eu sinto que vou desmaiar, surtar, e não é do jeito bom. Se foram seis meses o esculpindo, para no final, acontecer isso. Eu poderia recomeçar, mas não teria como ficar pronto antes da exposição. Eu estou no limite do limite, e isso não é bom, nada bom.

Acabei levando Katsuki até a minha casa no final das contas, mas antes dele sair do prédio nós arranjamos roupas para ele, pegamos na parte de doações, e agora eu meio que tenho que dar um jeito nele, e eu não sei como fazer isso, não sei mesmo.

— Okay... é... você não sabe mesmo de onde você veio e nem nada? - perguntei enquanto fechava a porta de casa, vendo o loiro dar um suspiro enquanto me encara.

— É, eu meio que repeti isso umas vinte vezes. Você não estava prestando atenção?

— É que não faz sentido! Você simplesmente surgiu lá e a estátua sumiu, e se não fosse eu, provavelmente você estaria preso. - suspirei, precisando de um tempo para pensar. A minha cabeça parece que vai explodir. — E também não faz sentido você apenas saber sobre mim.

— Eu não sei só sobre você, eu sei meu nome, Katsuki. - ele deu um sorrisinho pequeno, e se o seu rosto não fosse o que eu esculpi, provavelmente eu já teria o enchido de soco. — E você pediu que eu viesse, então...

— Quê? Como assim? Eu não pedi nada! Eu te disse isso lá também! - falei incrédulo, andando em sua direção, e ele foi andando para trás fugindo de mim.

— Você desejou! Eu me lembro disso também, mas eu não falei nada sobre isso para os seus chefes. Aliás, eles são muito rudes, ainda mais aquele de óculos que gritava toda hora.

Parei de andar na direção dele, tentando entender o que ele disse agora. Eu não desejei nada, eu não me lembro de ter desejado, eu apenas queria que o Katsuki existisse, mas eu não queria isso!

— Isso é mentira, não tem como isso acontecer.

— A pedra era do lago dos desejos, você fez um pedido e ele se realizou! Eu sou real e a única coisa que eu sei é que eu te amo. Eu amo você, Izuku, amo mais que qualquer outra coisa. - a situação não podia ficar pior, minha nossa senhora.

— Eu preciso de um tempo, isso já não dá mais para absorver. - murmurei junto de um longo suspiro, negando com a cabeça pois aquilo estava me deixando louco já. — Fique aí, eu preciso relaxar, e olhar para a sua cara deixa tudo mais difícil.

Comecei a andar até o meu quarto, tendo muita coisa para absorver, ainda mais essa declaração repentina e extremamente sincera, o que não faz nem sentido pois eu não o conheço, como ele pode me amar? Eu vou desmaiar se eu ouvir mais alguma coisa.

Katsuki falou algo comigo mas eu entrei no meu quarto e fechei a porta, não querendo ouvi-lo pois eu tenho que pensar, e pensar muito.

Pedra mágica, estátua viva, estátua desaparecida, meu trabalho em risco e a minha possível carreira arruinada e um homem dos sonhos que me ama. Muita coisa para lidar de uma vez, eu preciso respirar fundo para não sair gritando por aí.

My Perfect ManOnde histórias criam vida. Descubra agora