Capítulo 03...

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_O de sempre, por favor.- Yoon declarou assim que chegou perto do bar e recebeu um olhar conhecido do barman do outro lado. Sua única ação foi apenas acenar indiferente com a cabeça e se sentar sobre um dos bancos acolchoados. Afinal, até mesmo ele achava que estava frequentando demais aquele lugar para ser considerado normal.

Ao longo das últimas duas semanas que se passaram, o detetive esteve pelo menos 10 dos 14 dias naquele mesmo salão. Inicialmente, era apenas para conseguir observar tudo e fazer anotações de possíveis pessoas que pudessem o contar mais sobre as vítimas assassinadas. Entretanto, a cada novo dia, ele foi percebendo porque suas informações foram tão difíceis e caras de conseguirem. Os que trabalhavam no clube, seja esse barman que possivelmente o considerava um voyeur anti-social ou qualquer um dos outros garçons que rodaram pelo salão de vez em quando, não estavam nem mesmo dispostos a abrir seus lábios. No máximo, ele apenas se curvavam em saudação e seguiam em frente se não os chamassem. E mesmo que os fizesse, depois disso, era como se fossem robôs silenciosos esperando por ordens.

E como se isso já não fosse frustrante o suficiente, ainda haviam os outros. Esses se referindo totalmente aos Dominadores e submissos que frequentavam aquele lugar.

Um desses grupos — os dons — simplesmente pareciam arrogantes demais para falar. A única vez que tentou se aproximar de um, o cara tinha simplesmente o olhado de cima a baixo e dito que ele não era do seu gosto, antes de se virar e sair. Min ficou tão raivoso com aquilo, que quase soltou um palavrão em voz alta. Porém, para ser sincero, aquele arrogante foi melhor do que a Domme que o comeu com os olhos e perguntou se ele sabia "miar".

Não era como se os submissos fossem muito melhor. O primeiro que ele abordou, simplesmente abaixou a cabeça e não olhou por um segundo sequer, até mesmo evitando exageradamente contato visual, quando o detetive tentou o encarar. Em contrapartida, o outro que tentou se aproximar de si, quase o mordeu. Não é brincadeira, ele estava sendo muito literal. O cara simplesmente rosnou em sua direção de uma forma muito ameaçadora, antes de bufar alto e sair. Segundos depois, quando ele se ajoelhou próximo a Dominatrix que havia tentado convencer Yoon a ser seu gato de estimação, o moreno meio que entendeu o motivo daquela "marcação de território".

O policial nunca pensou que diria aquilo, mas Park Jimin era de longe o mais social e menos assustador em meio a todas aquelas pessoas.

E falando sobre o diabo...

Nesse últimos dias, Min havia se encontrado com o dominador loiro exatas três vezes – além da primeira. E, nessa mesmas vezes, o homem não fez nenhuma tentativa de se aproximar. O que era bom, já que depois de pesquisar sobre o que era um "brat", Yoon se sentiu particularmente ofendido. Afinal, quem ali estava agindo como um pirralho querendo ser castigado? Ele não está beijando o pé de ninguém, não significava que gostava de levar "surras deciplinadoras".

Bufando com desprezo, Min se virou em direção ao balcão mais uma vez, balançando o copo ainda intocado em suas mãos. Seu corpo estava carregando uma frustação tão grande por causa de todos os problemas envolvendo essa investigação, que ele tinha certeza que seus ombros estavam parecendo ombreiras grandes e rígidas dos anos 80. Parecia que quanto mais procurava, menos conseguia encontrar algo no meio daquela confusão de segredos e ações. Por isso, uma idéia mais forte, se formou em meio às suas convicções.

Há de que, para conseguir elaborar e seguir o caminho correto, a única pessoa que poderia o ajudar, era o próprio assassino. Que para ter sucesso, ele precisava se aproximar de Park Jimin. Mas como diabos ele faria isso?

Quase inconcientemente, sua mente o lembrou da última vez que conversaram, uma frase em específico brilhando como diamante lapidado.

"Eu prefiro os bons garotos..."

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