Acordei e Mase não estava ao meu lado, mas podia ouvir a voz dele e do Tyler no andar de baixo.
Desci as escadas lentamente pois ainda estava sonolenta.
Ouvi uma pequena parte de uma conversa.
-Eu sei, mas você teria que respeitar a decisão dela de qualquer jeito. -Meu irmão comentou
-Você tem razão. -Mase respondeu em um tom meio triste.
-Sobre o que vocês estão falando? -Cheguei na mesa e peguei minha caneca.
-Ah, sobre nada importante. -Meu irmão respondeu e virou o rosto para outro lado enquanto eu dava um beijo de bom dia em Mase.
-Dormiu bem? -Perguntou em tom baixo no meu ouvido.
-Fora o fato de que você me chutou enquanto dormia, sim. E você?
-Também dormi bem. E você não me chutou nenhuma vez.
Terminamos de tomar café da manhã e voltamos para o meu quarto.
Mase simplesmente deitou na minha cama e dormiu como uma pedra.
Ainda não havia desistido da ideia de fazer um desenho para o garoto.
Aproveitei o momento para colocar alguma música nos meus fones e pelo menos começar o desenho.
"Video games" da Lana Del Rey estava tocando no momento.
Cantarolava a música em um tom baixo para não acordar Mason. Comecei a fazer o rascunho e alguns traços para me guiar.
Fiz de acordo com a minha mente. Continuei desenhando até conseguir um resultado favorável depois de muitos erros e mini surtos por ter que apagar.
E isso tudo com o Mase apagado na minha cama.
Mesmo com os erros, continuei desenhando até ficar descente. Peguei um estojo com meus lápis de cor e colori o desenho de um jeito caprichado.
Quando estava quase terminando, ouvi Mase bocejando e fechei o caderno rapidamente.
-O que tá fazendo? -Se levantou e foi até a mesinha onde eu estava.
-Ah, só uns rascunhos. Nada demais. -Respondi colocando o caderno no canto da mesa.
-Eu posso ver?
-Eu posso te mostrar outro caderno. -Me levantei e peguei um dos caderninhos de desenho menores na minha gaveta.
Entreguei à ele, que se sentou na beirada da cama e começou a folhear as páginas com um semblante impressionado.
-São lindos! Você é muito talentosa. Já pensou em misturar seus gostos por moda e desenho?
-Com toda certeza não. Já passo raiva desenhando e tenho certeza que passaria mais ainda desenhando profissionalmente. -Disse e soltei um suspiro no final da frase.
-Entendo. Mas são realmente muito bonitos. -Elogiou novamente e colocou o caderno cuidadosamente no lugar certo.
-Obrigada, Mase.
Passamos muito tempo juntos, e foi incrível. Passar tempo com ele era algo muito bom.
(...)
-Por que tá rindo?? -Disse me encarando enquanto eu ria como uma doida.
-É o terceiro sermão do Tyler que você aceita calado só hoje. Meu irmão é um idiota, ele é assim mesmo.
-Tá querendo dizer que eu devia bater de frente com ele?? Nem morto. Aliás, morto seria eu se fizesse isso.
-Ele é um frouxo, só ameaça e tem altura. Mas ele não tem coragem de matar nem uma formiga.
-Não confio não. Prefiro não arriscar minha vida. -Respondeu e se levantou do sofá.
-Quer sair? Pra algum outro lugar, só pra descontrair um pouco. -Sugeri me levantando também.
-Pode ser, mas pra onde exatamente?
-Não faço a menor ideia. Escolhe algum lugar enquanto eu troco de roupa. -Dei um breve beijo em sua bochecha e subi até meu quarto.
Coloquei calças jeans um pouco largas e um cropped preto de mangas longas, além da jaqueta e meus All stars de sempre.
Penteei meu cabelo e passei meu perfume.
Desci as escadas e vi Mase procurando algo em seu celular.
-Escolheu? -Me sentei ao seu lado e deitei minha cabeça em seu ombro enquanto esperava.
-Escolhi, o que acha de irmos no cinema? Ver algum filme de terror ou ação. -Me mostrou a tela do celular.
-Terror! Tem que ser terror.
-Se eu me assustar, vou gritar no seu ouvido. -Disse com um sorriso debochado no rosto.
-Faz isso se quiser que eu jogue um balde de pipoca em você. -Disse fazendo o garoto rir.
Escolhemos o filme que iríamos ver e fomos até o shopping com a carona do meu motorista, mais conhecido como Tyler.
Aquela coisa de aparecer em público com o Mase ainda me deixava um pouco apreensiva e nervosa por medo de tudo acontecer novamente.
Mason pareceu ter percebido meu nervosismo e olhou para as minhas mãos levemente trêmulas. O garoto entrelaçou seus dedos nos meus e continuou andando ao meu lado.
As vezes umas pessoas paravam o Mason para tirar fotos com ele, e muitas delas também pediam uma foto comigo e eram super carinhosas.
Finalmente chegamos no cinema do shopping. Compramos um balde grande de pipoca e dois refrigerantes.
Admito que até mesmo eu fiquei tensa com o filme. Em alguns momentos, Mase segurava minha mão como reflexo por causa do susto.
E chocando um total de 0 pessoas, ele realmente gritou no meu ouvido. Usei toda a minha paciência do mundo e continuei calma em relação aos gritos.
-Meu ouvido tá zumbindo até agora! Seu idiota. -Reclamei andando ao seu lado em direção a saída do cinema.
-Pelo menos eu avisei. Não jogou o balde de pipoca em mim porque não quis.
-Preferia que eu tivesse jogado em você? -Perguntei e fiquei sem resposta. -Pois é.
Tyler nos buscou no shopping depois de algumas voltas que demos por lá. Dessa vez, ele levou Mase para a casa dele e me levou de volta.
-Como foi o dia? -Perguntou de um jeito estranhamente simpático.
-Você tá doente? -Coloquei minha mão em sua testa para checar se estava quente.
-Credo, antipática. Não posso nem ser gentil que já me tratam como interesseiro, intrometido, metido, nojento...
-Para de ser dramático.
Subi até o meu quarto e me deitei na cama. Senti uma vontade imensa de assistir qualquer sequência gigante de filmes, então minha escolha foi a mais tradicional possível.
Todos os filmes de Harry Potter e alguns cobertores eram simplesmente tudo que eu precisava, e assim eu fiz.
Terminei de colorir o desenho enquanto assistia o filme, e o resultado foi surpreendente.
Mandei uma foto para a Shay e perguntei o que ela achava.
Shay
Meu Deus!
Sou apaixonada nos seus desenhos
Se ele não gostar, você faz ele engolir o papel
You
KKKKKKK Que delicada
Feliz quase natal!! São 23:58😋
Deixei o celular de lado e continuei assistindo o filme até pegar no sono.
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𝐖𝐇𝐎 𝐈𝐒 𝐒𝐇𝐄? | 𝐌𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐓𝐡𝐚𝐦𝐞𝐬
RomanceComo pode o ódio se transformar em algo oposto em tão pouco tempo? As vezes palavras podem valer tanto quanto ações. E em muitas dessas vezes, nossas mentes ficam como um daqueles quebra-cabeças enormes que sempre falta uma peça. Talvez essa peça es...