— Palavras: 2521 —
Dor.
Um dos sentimentos que passam pelo corpo de Angelina nesse momento; a dor física de ter sido golpeada com muita força na altura do peito, o sangue escorrendo pelo seu colo; e a dor psicológica de ter sido atingida pelo próprio irmão. As lágrimas escorriam pelo rosto dela ainda encarando a face atônica do mais velho.
De repente, o apagão.— Angelina! — Kevin sustenta o corpo dela que desmaiou em seus braços — Pelos Deuses, Angelina, meu amor...
Chorando em desespero, o rapaz ampara a sua amada, tentando raciocinar uma solução para fazer com que ela pare de sangrar, ela não pode morrer, não agora... não pode!
A face estática de Howard é de dar pena. Sua expressão amedrontada lembrou de quando ele era apenas uma criança, aprendendo a dar seus primeiros socos, preparado como um soldado desde muito jovem por seu pai e falecido líder dos Dorough-McLean; o homem era muito rígido e sempre batia no filho quando ele errava algo ou não fazia da maneira que ele achava certo. É assim também que Howard cria seu único filho, o ainda pequeno James de apenas 5 anos de idade; apesar de não ser do agrado de Leigh, esposa de Howard, é assim que James é criado: para ser um soldado e futuro líder da família. Claro que a infância dura do homem não justifica suas atitudes cruéis depois de adulto, porém, inconscientemente, ele não consegue agir de outra forma.
Sem perceber, ele deixa cair algumas lágrimas de tristeza e arrependimento por ter machucado sua querida irmã. Apesar de não demonstrar em nenhum momento com atitudes ou palavras, Howard ama a Angelina desde que a viu pela primeira vez, ainda uma bebezinha, no colo de sua falecida mãe. Ele sempre quis ser carinhoso com aquele pequeno ser que sempre sorria ao vê-lo, os olhinhos muito claros cintilando alegria por ver o irmão mais velho, neles, Howard enxergava o amor, foi a primeira vez que ele conheceu tal sentimento. Porém, o seu velho e tirano pai sempre cortou qualquer tipo de demonstração de amor por parte dos filhos ou por qualquer um de seu bando. Esse sentimento julgado por ele extremamente podre e destrutivo, que arruinou uma amizade verdadeira entre dois jovens, ancestrais dos Richardson e Dorough-McLean, que, por causa de um amor em comum, findaram as próprias vidas.
Kevin ainda ampara Angelina em seu colo, há muito sangue saindo da ferida aberta e profunda em seu peito, ela está cada vez mais pálida.
— Angelina... — ele diz, baixinho, enquanto acaricia o rosto dela. — Olha o que você fez! Olha o que fez!!! — Ele berra para Howard que é transportado de volta à cena.
A visão perturbadora de ver sua amada irmã desfalecida e sangrando. E é tudo culpa dele.
— Cala a boca... — sussurra Howard.
— Seu idiota, olha o que fez a ela!? OLHE PARA ELA! — Exige Kevin, desesperado.
— Cale-se seu Richardson imundo! — brada Howard e se movimenta tão rápido que Kevin não consegue prever, é surpreendido com o punho do mais velho apertando a ferida em seu pescoço. — Se você não tivesse se aproximado dela…
— Não me culpe por isso! Não! Você não pode me culpar pelas vossas atitudes, Dorough-McLean! — O medo que Kevin tinha antes não existe mais, no lugar dele há o ódio em se vingar do irmão de sua amada pelo que ele fez a ela.
— Você é igual ao seu ancestral podre e inconsequente... — acusa ele.
— Não ouse falar dessa lenda maldita! Não ouse me comparar a ele! — Berra Kevin ainda segurando Angelina nos braços — Eu jamais trairia um amigo seja por quem fosse.
— Nem mesmo por ela? — refere-se à irmã. Kevin olha para o rosto sereno de Angelina, tão pálida.
— Sou um homem de palavra. Se disse que não trairia é porque eu não trairia — Kevin diz e completa: — Mas isso não importa, o importante é que Angelina precisa ser salva. Ela está morrendo, eu sinto isso.
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In The Shadows
Fanfiction{ ADAPTAÇÃO - Total crédito a escritora original - } O cenário dessa trama é o norte da Escócia, no reino de East Linton, que possui belos campos e castelos medievais. Dizem que a rivalidade retratada aqui vem de séculos atrás, muito antes das pesso...