Miracle

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Emma e Regina estavam proximas. O efeito do batom sob elas ainda permanecia, e elas não conseguiam mais negar ou evitar afirmar o que sentiam. Ainda assim, as duas sentiam que tudo o que havia sido dito, devia-se ao feitiço.

– Nós devíamos ir dormir — Regina quebrou o silêncio.

– Eu vou para casa.

– Emma, está tarde. Fica.

– Você não tem outro quarto, Regina, eu dirijo com cuidado. Não se preocupe.

– Eu insisto, Emma. Você dorme no meu quarto, eu posso ficar aqui na sala.

– Eu não te vou deixar a dormir na sala. Podemos dormir cada uma no seu lado da cama — sugeriu, depois de um tempo em silêncio.

– Tem certeza?

– Tenho.

A cozinha estava quase arrumando e limpa, as duas mulheres subiram para o quarto e Regina emprestou um dos seus pijamas para Emma. As duas trocaram suas vestes e se deitaram, de costas uma para a outra.

O desejo de se beijarem estava mais forte que nunca, e parecia não diminuir, como se o efeito fosse permanente. Suspiraram. Não fariam nada enquanto o efeito do batom estivesse as dominando, não queriam se arrepender depois.

Tinha passado uma hora, era madrugada. As duas não se tinham movido e nem tinham adormecido.

– Regina?

– Sim, Emma.

– Eu acho que já não é o efeito do batom. Passaram horas desde que ele foi aplicado e eu já nem o tenho nos lábios — virou seu corpo para a mulher atrás — O que você está sentindo?

– Eu estou sentindo a mesma coisa ainda, mas já não é do batom.

– Pode se virar? — Emma pediu. Regina virou seu corpo para a loira e, embora estivesse escuro, conseguia ver alguns traços do eu rosto — Eu queria te dizer umas coisas.

– Pode dizer — fechou os olhos. Estava na hora de ouvir a negação de tudo o que fora dito anteriormente.

– Eu amo você — confessou — De início foi só uma atração, mas desde que a maldição acabou tudo mudou. As nossas aventuras na Terra do Nunca e em Storybrooke me fizeram conhecer uma Regina que ninguém conhece. Ou que pelo menos, são pouquinhas as pessoas que conhecem. Eu te acho a mulher mais atraente, sensual e inteligente dessa cidade. E eu, muito honestamente, queria te beijar e te ter comigo.

Regina abriu os olhos, tateou pela cama e procurou o rosto de Emma, quando o encontrou fez um carinho. – Eu estou sonhando?

– Não, você não está sonhando — beijou a mão de Regina.

– Eu também gosto de você, Emma. Foi estranho para mim voltar a sentir todas essas sensações, mas eu acabei me permitindo e agora eu não consigo mais me ver sem sentir isto por você. Eu tinha medo que o batom fosse estragar a noite, mas não estragou. É como se fosse um milagre.

– Um milagre natalino  — concordou — Mas como o Gold saberia que funcionaria?

– O Gold sempre sabe de tudo, você já deveria saber isso – fez uma pausa silenciosa — Emma, como vai ser com os seus pais? Eles me odeiam.

– Eu enfrentarei o que for preciso pra ficar com você, majestade. Mesmo que isso implique tê-los contra mim. Eu quero estar com você, Regina.

Uma risada sincera saiu da garganta da prefeita assustando Emma. – Regina?

– Desculpe, eu estava pensando em uma coisa.

– No que você estava pensando?

– Eu sou quase que sua avó. Você é filha da minha enteada, e isso legalmente é errado.

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