Kiribaku: Coletânea de One-shots

Apenas entenda que seu sorriso é perfeito

Escrita para o eijiroctober de 2021, mas postada agora. Boa leitura.

Eijirou detestava seu sorriso e Katsuki percebeu isso com o tempo, então ele o lembrou com carinhos o quão apaixonado era por seu sorriso.

Dia 09: Sorriso | Eijiroctober

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Katsuki tinha noção das inseguranças que rondavam seu namorado, especialmente aquelas que envolviam sua aparência. Mesmo que ele falasse diariamente o quanto era apaixonado por cada detalhe dele, percebia que isso nem sempre ajudava Eijirou a entender o quão bonito e perfeito ele era.

    Ele ficava irritado quando seu namorado não o escutava, mas fazia tudo o que estava ao seu alcance. Tudo bem ter insegurança, ele mesmo tinha várias consigo mesmo, mas detestava ver o companheiro se auto depreciando ou dizendo alguns dias que a queda era maior, que ele merecia alguém mais perfeito.

    E isso estava sendo o caso daquele dia.

    Eles brigaram mais uma vez, mas por algum maldito motivo, Kirishima acabou dizendo querer um tempo para Katsuki pensar se tudo aquilo era o que queria de verdade e apenas saiu de seu quarto, o deixando para trás e atordoado.

    Já fazia quase uma semana que Kirishima o ignorava, fugia de suas tentativas de conversa e isso estava o matando, mas ele percebia o quão confuso Eijirou parecia, por isso apenas deixou com que ele fizesse as coisas do seu jeito.

    A verdade era que Kirishima não sabia como deixar quieto o que disse a Bakugou e esquecer aquilo e voltar com a rotina que eles tinham. Estava com vergonha, mas tinha certeza que amava o namorado.

    Estava deitado em sua cama quando sentiu os olhos queimarem por causa do choro, mas sorriu por lembrar de quando fizeram um ano de namoro e Katsuki ficou simplesmente desesperado o dia inteiro por não saber o que dar de presente e no final, acabou dando todos os mimos e coisas que ele gostava. Resultando num dia de descanso e carinhos para eles.

    Sorriu tímido, sentindo toda a tristeza do seu âmago ir embora quando lembrou de seus momentos mais carinhosos com Katsuki. Ele sabia que seu namorado não era um poço de carinhos, amores, beijinhos ou qualquer toque frequente, ou em excesso, mas ele prezava por cada mínimo toque que recebia.

    Ouviu duas batidas em sua porta e saiu do seu devaneio, indo em direção a mesma um pouco relutante. Estava cansado pelo treino de herói que pegou pesado naquela tarde, Tetsu havia pegado mais pesado com ele, o forçando ficar na beira do seu limite, mas não podia reclamar muito. Era o que precisava.

    Quando abriu a porta, seus olhos se arregalaram vendo Katsuki encostado no batente da porta o olhando meio entristecido. Ele suspirou fundo se segurando para não pular nos braços do namorado, mas deu um espaço para que ele entrasse. Bakugou não disse nada, apenas passou por ele e sentou-se na ponta da cama, movendo seus dedos um no outro, pensando provavelmente em como iniciaria o assunto. Eijirou havia fechado a porta e estava sentado na ponta da mesa, também ficando em silêncio. Um agonizante silêncio.

    — Venha aqui… — Katsuki murmurou baixo e deixou sua mão levantada para o ruivo se aproximar e pegá-la. — Só desliga a luz e deixa a do abajur ligada como sempre.

    Kirishima desligou a luz do quarto e manteve a do seu abajur acesa, com a intensidade mais baixa e pegou na mão do loiro, puxado sutilmente para o colo do namorado, deixando cada perna acomodada no colchão uma de cada lado do corpo.

    — Eu te odeio. — Katsuki começou, deixando sua mão nos fios vermelhos baixos de sua nuca e beijando a mão com algumas cicatrizes recém-feitas. — Odeio suas inseguranças. — Continuou subindo seus beijos pelo braço, beijando sutilmente, como se tivesse tendo cuidado em não quebrá-lo. — Odeio quando se auto deprecia. — Kirishima sentiu um meio sorriso surgir em seus lábios, fechando os olhos ao sentir os lábios alcançando seu bíceps, passando por seu ombro, sua clavícula e iniciando outros selares em seu pescoço, um por um, parando em sua orelha, deixando uma mordida fraca em seu lóbulo. — Mais ainda quando tenta terminar comigo, com uma desculpa estúpida de que não é bom para mim.

    Kirishima abriu seus olhos para ver com dificuldade seu amado próximo do seu rosto, com os olhos fechados, apertando sutilmente sua cintura. — Eu te amo pra caralho, entendeu? Se eu não quisesse ficar com você, nunca teria pedido em casamento, estúpido. Pare de dizer que não é bonito, que seu sorriso não é bonito. Seus dentes são lindos, principalmente por causa desses afiados, não só quando sorri ou me morde, ele apenas te deixa mais bonito do que já é. Assim como você inteiro é perfeito. Tão perfeito para mim.

    Kirishima sorriu mais largamente e passou seus braços ao redor do pescoço do namorado, tombando seu corpo para próximo do seu peito, descendo ambos para a cama, deitando em cima dele. Suas línguas se tocando com saudades, as mãos passando por seu corpo, ele sentiu falta. Sorriu entre o beijo e se afastou, suspirando quente entre os lábios quente do outro. — Obrigado por me amar.