Bom começo

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Finalmente, Marinette estava se mudando.

Ela não aguentava mais ter que morar e confiar em pessoas que não conhecia no dormitório da faculdade.

Havia ficado lá por um ano. Por um lado, morar ali tinha o seus lados bons, principalmente para ela, em que "atrasar" era o seu lema. Estar dentro do campus facilitava as coisas. Ter pessoas ao redor, na maior parte das vezes, também a fazia se sentir menos solitária.

Mas por outro lado, os lados ruins constrastavam de forma gritante. Sem privacidade, sem ajuda, sem voltar tarde para o quarto, brigas, rivalidades, sujeira, falta de organização...

Aquilo tirava a paciência dela.

Para Marinette, uma virginiana perfeccionista de carteirinha, ter alguém fuçando nas suas coisas porque "precisava pegar emprestado o batom vermelho", ou ter que conviver com a bagunça, com o cheiro de cigarro, maconha e derivados, ter que escutar coisas improprias quando seus colegas conseguiam despistar o coordenador de prédio ou qualquer coisa semelhante que incomodava sua saúde mental, a deixava com os nervos a flor da pele, o que resultava em noites de sono perdidas, falta de concentração nas aulas e, consequentemente, NOTAS BAIXAS.

Aquilo era o seu pesadelo.

E morar na república onde sua melhor amiga morava estava sendo a melhor opção para ela não ficar de dp, a famosa dependência em uma disciplina, nesse segundo ano de faculdade.

Alya já havia a convidado assim que ambas conseguiram entrar na mesma universidade, mas tinha um pequeno detalhe: Nino também havia entrado e ele dividiria aquela casa com elas. Para piorar, Ivan e Mylene também participariam da divisão de quartos da casa, e segurar vela para dois casais não estava na lista de "coisas para fazer" de Marinette.

Contudo, na época ela achava que morar nos dormitórios seria uma ótima oportunidade para socializar, fora que era gratuito e... O que mais poderia dar errado?

Tão ingênua ela era. Apenas agora Marinette reconhecia que havia sido um real bobo da corte por pensar que as suas colegas de quarto da ala das meninas seriam cordiais e educadas. Que respeitariam seu espaço.

Pelo menos agora ela esperava alcançar essa paz interior, principalmente porque uma nova pessoa se juntaria a casa que Alya havia apelidado carinhosamente de "Pays Imaginaire", ou somente "terra do nunca". Agora, Marinette não tinha mais desculpas para não participar da república. Se caso ela ficasse de vela, teria um companheiro ou companheira consigo.

Ela não estaria sozinha e estaria bem.

Quando ela desceu do táxi que a havia levado até o local, só pôde encarar sua nova casa.

Era uma residência estilo americana, com três andares, feita inteira em madeiras pintadas de branco. Tinha janelas tradicionais e uma varanda aconchegante, fora o quintal que possuía um fogo de chão em um nível inferior ao do solo e bancos em volta para que pudessem se sentar. Era lindo.

Pelo o que Alya lhe havia dito, seu quarto era no último andar. Teria um bom lance de escadas para subir com suas malas, mas isso era o menor de seus problemas.

- Mari! - ela escutou e virou-se em direção a porta da casa, onde Alya vinha correndo até si.

Nino estava logo atrás, com um sorriso no rosto.

Bem, esses eram seus melhores amigos. Estavam sempre juntos e sabiam seus mais profundos segredos. Era bom tê-los reunidos mais uma vez.

Marinette terminou de ajudar o taxista a retirar suas malas do porta-malas do carro e o pagou, dando um abraço em Alya em seguida.

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