Post Mortem

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As noites de Kluth, outrora calmas, são agora tomadas por assassinatos que se tornaram comuns na corrupta cidade. Máfias e gangues tomaram as ruas, assim como as suas guerras que as banham de sangue.

Ultimamente, o ambiente na cidade tornou-se tenso, considerando que uma das famílias tinha acabado de matar um dos dois Dons da zona, e o outro, preso pelo seu envolvimento. A causa de tal ação ainda não foi divulgado na mídia, mas possivelmente tem relação com o estupro de um membro das famílias.

O velório do filho e marido de dona Marta, esposa do padrinho falecido, teve lugar à tarde, onde os principais membros das organizações criminosas estavam, cada um com o pensamento de que agora, quem se erguesse mais rapidamente, comandaria tudo. O sentimento de amargura era visível nos olhos da pobre senhora, e o jovem, que a vislumbrava, sabia, mais do que ninguém, que este sentimento se transformaria em vingança, algo que aconteceria na história da cidade, tal como o início da injusta guerra que tinha acabado por matar pessoas inocentes na velha praça, onde vários pais e filhos tiveram seus futuros drasticamente alterados pelas infelizes mortes. Após o funeral, as pessoas seguem caminhos diferentes, no entanto, dois acabam por chamar a atenção, Hermes e Nastácia, filhos do chefe que havia sido presos pela chacina, ambos guardaram rancor por também terem, injustamente, o seu irmão assassinado por algo que ele não tinha feito.

- É isso, organizei tudo perfeitamente. Não tem erro, essa mulher vai morrer hoje, quando libertarmos o pai, ele será o mais poderoso da região. - diz o rapaz num tom de confiança. - Isso é estúpido. Espera tudo se acalmar e a custódia dele ser completada, não há motivos para preocupação, o que  ela faria de tão grave para nós? É apenas uma senhora, devemos nos preocupar com os outros assuntos da família.

- Não sabe o que tá acontecendo, né? É guerra, temos de acabar o que eles começaram. - Grita enquanto bate na escrivaninha do antigo escritório do seu pai. - Não pode ficar por isso, vão atacar de novo, até a nossa família ser destruída, porra! 

- Hermes, tenta lembrar. - Se levanta e acaricia a áspera bochecha do irmão. - É negócio, não é pessoal. - Em um tom calmo, diz a jovem. - Não faça nada precipitado, por favor... Por mim, pelo bem da sua esposa. - O rapaz olha profundamente nos olhos dela, com uma grande angústia em sua feição e coração, então, acena com a cabeça, informando-a de que iria desistir da tola ideia.

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