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- Vejamos se nossos inimigos derrotados tem alguma riqueza para compartilhar. – Sugeriu Caim. – Afinal, nossa necessidade é maior do que a deles, e aposto que você não consegue aliviar a carga deles sem acordá-los.

- Isso é o que vamos ver. – Disse Adam, e ele se lançou a executar a tarefa, tendo êxito nela. Em questão de minutos, já tinha pegado cédulas suficientes para encher sua carteira e a do irmão. Adam olhou para Caim em triunfo e sacudiu as notas para enfatizar.

- Chega! – Caim exclamou. – Melhor deixar um pouco para eles poderem voltar mancando para casa. Afinal de contas, não somos ladrões; isso é apenas o espólio da guerra. E continuo não gostando da aparência dessa ferida, precisamos que isso seja visto o quanto antes.

Adam concordou com a cabeça e se virou para inspecionar pela última vez o campo da vitória dos Tartarus. Já perdendo a paciência, Caim apoiou uma das mãos no ombro do irmão.

- Vamos. - Ele disse, e rapidamente saiu andando num ritmo que Adam, exausto pela luta, achou difícil acompanhar. Porém, sempre que ficava muito atrás ou virava na esquina errada, Caim parava ou se apressava em ajudá-lo.

- Desculpe Adam, só quero chegar no médico o quanto antes.

E de fato, o médico não ficava longe, mas Adam ficava mais cansado a cada minuto. Mesmo assim, logo os dois chegaram à sala sombria, repleta de instrumentos misteriosos e frascos de latão e vidro que se estendiam ao longo da mesa de ferro, com plantas e vinhas penduradas no teto acima, junto a ervas secas. Encostando na mesa, Adam mal conseguia ficar em pé.

O médico Aphoneus não ficou muito satisfeito de ser acordado no meio da noite, mas seu mau humor se transformou em preocupação assim que se aproximou da ferida para examiná-la minuciosamente.

- Hum... – Ele disse, com um tom sério. – Dessa vez você aprontou uma daquelas rapaz. Será que vocês não conseguem pensar em nada melhor para fazer do que sair por aí batendo uns nos outros?

- Foi uma questão de honra, meu caro doutor. – Disse Caim.

- Entendo. – Aphoneus disse com tranquilidade, fazendo com que Adam sentisse um pouco de vontade de rir.

- Na verdade, não foi nada. – Adam disse em seguida, mas continuava se sentindo tonto. Caim, escondendo a preocupação atrás do humor, continuou.

- Costure o moço o melhor que puder, senhor Aphoneus. Esse rostinho bonitinho é o único bem que ele tem.

- Vai se foder. – Adam disse, mostrando o dedo do meio ao irmão.

O doutor optou por ignorá-los, indo lavar as mãos e colocando as luvas para começar o processo. Pegando uma garrafa com um líquido claro, ele gentilmente pressionou a ferida e derramou o líquido em um pano, usando ele para limpar o ferimento, que ardeu tanto que Adam quase deu um pulo da cadeira, com o rosto retorcido de dor. Satisfeito com isso, o doutor pegou uma agulha e passou pelo buraco uma linha de sutura.

- Vamos fechar esse ferimento. Pode doer no início. – E ele começou o processo. Depois que os pontos foram dados e o ferimento enfaixado, Adam parecia um turco de turbante, e o doutor sorriu de forma encorajadora.

- São 3 moedas, por agora. Irei a sua casa dentro de alguns dias para retirar os pontos, e serão mais 3 moedas. Você vai sentir uma dor de cabeça terrível, mas vai passar. E é muito importante que descanse! Fora isso, não se preocupe, a ferida parece pior do que realmente é. E não vai ficar uma cicatriz grande, então não irá desapontar as senhoritas no futuro.
Agradecendo ao médico e pagando o que ele pediu, os dois retornam às ruas. Caim envolve o irmão mais novo com um braço, puxando uma garrafa do bolso e oferecendo a ele.

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⏰ Última atualização: Dec 26, 2022 ⏰

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