1. the orphanage

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eu estava no carro com meus avós, estávamos indo para a zona rural. eu assistia as árvores passando rapidamente pela janela do carro, apertava meu bichinho de pelúcia com força, dei o nome de sr.fofucho.

meus avós não queriam falar para onde estávamos indo exatamente, só disseram que é um lugar onde vou me divertir. depois da noite de ontem, fiquei traumatizada. eu só queria meus pais de volta.

chegamos a um tipo de casa extremamente antiga, aquilo era tão imenso que parecia um castelo. fiquei com medo por um instante, mas me acalmei assim que vi outras crianças naquele local.

pareciam felizes, de certo a minha avó disse que eu iria me divertir.

meus avós pararam o carro na frente do lugar estranho, cujo nome estampado na frente era "saint jude"

estranhei, mas saí do carro assim que meus avós fizeram o mesmo. uma mulher alta e gorducha veio nos cumprimentar.

- olá senhora stella - disse minha avó, com um grande sorriso em seu rosto.

- olá senhora melanie - disse a mulher desconhecida com um tom de formalidade - então, essa é a pequena bailey?

disse ela dirigindo seu olhar a mim.

- sim, meu marido já veio aqui preencher toda a papelada - ela se virou e pegou uma mala, entregando a mulher.

ela continuou:

- aqui está as coisas dela, ela é toda sua. adeus. - minha vó se virou e entrou no carro novamente.

confusa, eu a chamei desesperadamente, mas ela foi embora.

comecei a chorar horrores, porque ela me deixou aqui?

- oh, seus avós não lhe contaram? - disse a senhora em um tom irônico. eu balancei a cabeça

- você agora é orfã e vai ficar aqui para sempre. afinal, quem iria adotar você? nem seus avós te querem.

ela riu e me puxou para dentro.

esse é o pior dia da minha vida.

depois disso, tentei me aproximar das outras crianças, mas elas eram malvadas! me xingavam de todos os nomes possíveis e sempre que tinham oportunidade me batiam ou faziam gracinhas comigo. tentei avisar a senhora stella, mas ela não ligou.

umas até mandavam eu me matar e eu me sinto péssima com isso, eu sinceramente queria morrer.

e isso, aos meus dez anos de idade.

e não parou até hoje, com meus dezessete anos.

ainda quero morrer.

o mar te habita...Onde histórias criam vida. Descubra agora