Tudo Começou Com Uma Aposta

Você não vai ficar entediado?

Ranya

Bom, não tenho nada pra fazer, o professor de história falou que a gente deve estar na sala em meia hora pra primeira parte da excursão que vai ser: visitar a Estátua da Liberdade, ele vai nos acompanhar pra poder contar um pouco mais sobre ela.

Me parece que cada professor vai nos levar à um local diferente, se eu não me engano, a professora de matemática vai nos levar na empresa do pai do Pietro, o de artes vai nos levar ao Central Park, e como eu já tinha dito, o professor de história vai nos levar para a estátua da liberdade.

Ainda tem muito tempo até a hora da gente sair e eu não tenho ninguém pra conversar, já que o Pietro foi tomar banho. Acho que eu vou visitar as meninas no quarto delas.

Assim que eu abro a porta, trombo com as duas.

- Parece que a gente teve a mesma idéia. - Luane fala.

- Pois é, temos muita sintonia. - abro espaço pra elas entrarem - Eaí, como vai a situação com a dupla de vocês? - me sento na ponta da cama.

- Por incrível que pareça, a vagabunda ainda não falou nada comigo, na verdade ela nem ficou no quarto comigo, ela só jogou as malas lá e saiu, provavelmente pra ver a amiguinha dela. - Luane senta ao meu lado - E você, Juju? Como vai a sua relação com sua dupla?

- Ah, é uma menina da minha sala, não converso muito com ela, mas ela me parece ser uma pessoa legal. - diferente de mim e da Luane, Julie preferiu ficar de pé.

- Mas e a sua, Rany? Cadê o Pietro? Você já falou com ele?

- Ele tá no banheiro tomando banho, não é muito bom a gente falar sobre ele, ele pode sair a qualquer momento ou ouvir do banheiro mesmo.

- É verdade. Então você pode falar quando a gente ir na Estátua da Liberdade. - Luane sugere.

- Isso é injusto, eu não vou estar lá pra saber. - Julie reclama.

- Ah é, sua turma não vai pra lá hoje, mas tudo bem, de qualquer jeito a gente vai ter tempo pra falar sobre isso alguma hora. Por falar nisso, onde vocês vão? - pergunto.

- Hoje a gente vai no Central Park com o professor de artes.

- Sortuda, você vai ver um monte de animaizinhos fofos enquanto a gente vai ser obrigada a ouvir a história da estátua. - Luane fala.

- Não deve ser tão ruim, e depois eu também vou ter que ir ver a estátua enquanto vocês vão fazer coisas bem mais interessantes.

A porta do banheiro se abre.

- Desculpa meninas, eu tô atrapalhando? - Pietro pergunta encostado na porta do banheiro.

Como eu pude esquecer o quão lindo ele fica de cabelo molhado? Quer dizer... Ai que saco! Não é pra pensar nessas coisas, Ranya, lembra do que ele fez?

- Não, não está atrapalhando, a gente já estava de saída, né Juju? - Luane levanta da cama e puxa a Julie pra porta.

- Ué mas a gente acabou de chegar... AI PORRA! - Luane deu uma cotovelada meio forte na Julie.

- Como eu disse, a gente já tá de saída. Tchau tchau. - elas saem.

- Ok... Isso foi meio estranho. - tenho que concordar com ele, elas chegaram a menos de 15 minutos e já saíram. - Não falta muito tempo até a hora de ir pra Estátua da Liberdade, vamos indo? Assim a gente não precisa ter pressa, já que nosso quarto é um pouco longe da sala. - ele sugere.

- Boa idéia, vamos. - peguei minha mochila, nela tinha uma garrafa d'água, meu celular, um caderno e um estojo com algumas canetas caso eu queira anotar algo, e saí do quarto com o Pietro que também estava com sua mochila.

Enquanto andávamos pelo corredor, vimos algumas pessoas indo pra sala também. A mansão é realmente muito grande, demora muito pra ir de um ponto ao outro. Eu me perderia facilmente aqui.

- Você não vai ficar entediado?

- Como assim? - ele pergunta confuso.

- Você já deve ter visto a Estátua da Liberdade várias vezes, não vai ficar entediado em ver uma coisa que você já conhece?

- Não necessariamente, eu vi sim a estátua algumas vezes, mas agora eu vou saber mais sobre ela, como ela foi criada e essas coisas.

- E você realmente se interessa por isso ou só está falando por falar?

- Por incrível que pareça, sim eu me interesso pela história das coisas. - hum, não conhecia esse lado estudioso dele. - E você? Não gosta?

- Depende, tem algumas coisas que eu tenho curiosidade em saber mais sobre, o que não é o caso da estátua, não sei o porquê, mas elas não me inspiram curiosidade nenhuma.

- E por que?

- Não sei, uma imagem de uma pessoa que eu nem sei quem é, feita de ferro, que fica fincada no chão não me parece muito interessante.

- Eu aposto que se você pesquisar um pouco mais, você pode até gostar, ou, se você preferir, eu mesmo posso te contar um pouco do que eu sei.

- Tá bom, me convenceu. Pode começar.

- Por onde eu começo... Bom, primeiramente a estátua não é apenas de ferro como você disse, ela é feita de cobre, ouro, aço e ferro fundido.

- Ouro? Nunca imaginaria que ela teria ouro na sua composição. - olho para ele surpresa.

- Tá vendo, você já está começando a gostar. Continuando... A mulher representada na estátua é a deusa romena da liberdade: "Liberta". Na mão direita, a que está levantada, ela segura uma tocha, acho que isso você já sabia, mas você sabe o que ela segura na mão esquerda?

- Um livro... Eu acho. - pela cara dele eu errei feio.

- Não, ela segura a Declaração da Independência dos Estados Unidos com a data da Independência do país escrita em números romanos: 4 de julho de 1776.

- Quem te ensinou isso?

- Minha mãe, nas vezes em que fomos visitar a estátua, na época eu estava tão pouco interessado quanto você a alguns minutos, mas ela conseguia fazer com que O Assunto Mais Chato Do Mundo se transformasse no Assunto Que Eu Mais Gosto No Mundo rapidamente.

- Sua mãe me parece ser uma pessoa legal.

- Ela era uma pessoa incrível, pode ter certeza.

O que aconteceu com ela? Será que eu devo perguntar ou seria indelicado?

- O que foi? - ele me olha atentamente.

- Nada.

- Você quer me fazer uma pergunta. Pode fazer. - como ele sabia disso? - Vai, fala.

- Eu ia te perguntar o que aconteceu com a sua mãe, mas você não precisa responder se não quiser.

- Tudo bem, eu respondo. Minha mãe se separou do meu pai e viajou.

- Pra onde?

- Eu também gostaria de saber... - ele solta um suspiro.

Chegamos na sala, o professor estava um pouco nervoso, talvez seja porque os alunos estavam demorando pra chegar, ele é um professor muito pontual. Bom, vamos ter que esperar os outros alunos chegarem.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Feliz 2023, meus amores!
🤍