A escolha

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-... Vamos ficar juntos para sempre...

Uma outra figura solta uma risada debochada, jogando os braços para cima.

-Não crie falsas esperanças, pirralho...-Um ruído ensurdecedor causa uma sensação de dor de cabeça.-... Olhe onde estamos...

-Hm...

Movimento meu corpo pelo espaço confortável e aconchegante, me encolhendo ainda mais.

-... Somos indesejados...

Tomo um pequeno susto, despertando de um sonho que mais parecia um filme. É tão estranho quando temos esses sonhos, com se estivéssemos realmente vendo um filme.

Abro meus olhos, ainda sonolenta e me sentindo fraca, vago meu olhar por todo o lugar, imagens dos últimos dias de sequestro invadem a minha mente. Isso me faz entrar em alerta, me sento na mesma hora, me descubro e olho em direção a minha perna.

Passo a minha mão pelo meu calcanhar, ele estava enfaixado e havia sido tratado, sem nenhum sinal de correntes.

-O que...?

Voltando a minha atenção percebo enfim ser o meu quarto, assim que a ficha vai caindo, meus últimos flash's de memórias do meu escape, meu encontro com alguém que parece ter me ajudado... Smiley! Eu tinha me encontrado com Smiley!!

Os primeiros soluços escapam antes mesmo das lágrimas, logo uma crise de choro me pega.

Estou livre? ... e-eu...

-... escapamos...!!-Levo minhas mãos até meu rosto, chorando ainda mais.-Ugh...

Um barulho me assusta, me chamando a atenção e me fazendo olhar em direção a porta. Era meu pai.

-Minha filha!-O homem vem correndo até mim, estendendo seus braços.

-P-pai!-Sou envolvida nos braços desesperados do mais velho, esse me abraçava com força, com medo, podia sentir seu corpo tremer.-Papai!

Afundo meu rosto em seu peito, devolvendo o abraço e chorando.

-Oh, minha filha. Minha pequena. Graças a Deus. Graças a Deus. Graças a Deus!-Afaga o meus cabelos, desesperado.-Está tudo bem agora...

-E-eu fiquei com tanto medo... pensei que nunca mais fosse ver ninguém...!

-Está tudo bem agora, está tudo bem. Você está em casa agora...-Me acalma.-Acabou.

Meu pai me afasta de si, me olhando.

Abaixo a cabeça, sem coragem de encarar o maior. Eu estava envergonhada, havia sido treinada para esse tipo de situação, e não tinha conseguido me defender, como uma pessoa fraca.

-E-eu...-Respiro com dificuldades, sem coragem.-Me desculpe, eu devia ter sido mais cuidadosa. O-o que eu fiz-...

-S/n.-Me interrompe, levantando meu rosto para si.-Olha pra' mim, minha filha. Presta atenção, você foi incrível. Não se desculpe, eu quem deveria me desculpar por sempre te deixar sozinha. Você ainda é uma garota, uma criança, não uma adulta independente, você precisa de atenção e cuidados, nessa história eu fui o errado por te deixar responsável por si mesma...

Não diga isso...

-M-mas eu não-...

Mais uma vez sou interrompida. As mãos do mais velho deslizam pela minha face, secando as minhas lágrimas.

-Eu sinto tanto, S/n, você ainda é só uma garota...-Ele respira fundo, parecendo arrependido e triste.-... me desculpe, eu achei que fosse te perder também...! ... eu escolhi assumir a responsabilidade por você, e mesmo assim não é o suficiente... tento me afogar em mais trabalho... uma criança como você não merece um pai como eu.

Não Só Um Mas Todos...(Tokyo Revengers And You_Imagines) II° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora