LUZES✨

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"Ela me beijou, como quem me queria para sempre".

"Ela me beijou, como quem me queria para sempre"

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História narrada por

Luiza (⁠◕⁠ᴗ⁠◕⁠✿⁠)

O natal deveria ser a época mais feliz do ano, e por que será que eu me sinto tão triste reunida nessa mesa farta com toda minha família contando sobre suas conquistas do ano?

Ah...O Natal...
Onde minha mãe finge que não odeia metade da família e se reuni pra uma ceia no mínimo descente.

Minha mãe se gabava sempre que podia dos
quatro filhos casados e gerando seus netos, menos eu a primogênita lésbica, que deveria dar o exemplo como ela mesma fala.

--- Você devia ser o exemplo entre suas irmãs.
--- Mãe, deixa a Lu, ela não tem culpa de ser esquisita. - Minha irmã implicou, mesmo grande casada e com filhos não deixava de ser uma idiota.

Continuou a dizer:

--- A solteirona por opção. - revirei meus olhos e soltei o ar que nem notei estar prendendo.

--- Você deveria está congelando os ovulos para quando mudar de ideia sobre a opção sexual. - minha mãe comentou e todos na mesa começaram falar sobre o tema, e eu não sabia se estava enfartando ou tendo só mais uma crise de ansiedade, me agarrei com o vinho e encarei um ponto específico na sala.

As crianças causando uma bagunça ao redor da árvore de natal me fazia pensar na bagunça que estava minha cabeça e minha vida ultimamente.

Recentemente demitida,
Sem relacionamento, sem saúde mental, com dividas pra quitar, um cachorro desaparecido, e com uma família que a cada garfada esfregava na minha cara o quão tinham se dado bem nessa bosta chamada vida.

--- E você já desistiu de procurar o Tody ? - Meu irmão perguntou em relação ao meu cachorro.

E eu levei a taça de vinho até os lábios, engolindo todo líquido de uma vez me auto perguntando onde estava meu cachorro que sumiu desde ontem, sera que estava passando frio e fome agora mesmo ? Será que estava bem? Será que estava vivo? Por que eu sou tão irresponsável ao ponto de deixar o cachorro aberto e o portão fugir?

Espalhei fotos dele por todo bairro e até pelo centro da cidade, mas o que eu precisava mesmo, era de um milagre natalino, se é que existe.

Ultimamente parece que uma maré de aza esta me acompanhando, eu sei que preciso de um banho de sal grosso, mas e se o encosto for eu ? As vezes olho para minha família e tenho pensamento tão maldosamente EXPLÍCITOS sobre eles, será que isso é normal ? Eu claramente preciso de um psicólogo, eu e o século 21 inteiro.

--- TIIIIAAAA ? - Despertei com o grito da minha sobrinha.
--- Seu celular está tocando faz meia hora já ! - A pequena comentou.

--- Ah, pode pegar pra mim por favor princesa ?

--- Não. - minha mãe respondeu.
--- Sem celular na mesa Luiza, já basta que não falasse nada desde que sentou apenas se agarrou com esse vinho, a propósito, você já bebeu todo ? Como podes ?

--- Não se preocupe, eu trouxe outro mãe.

No fundo no fundo, minha mãe era uma boa pessoa e só queria o meu bem, mas ela meio que se perdeu nessa missão.

Me levantei e fui em busca do meu celular no carregador, um número desconhecido ligava, eu tomei em mãos e atendi.

--- Oi feliz natal. - no começo pensei que era uma dessas propagandas de operadora e já iria deslizar.
--- Só natal, feliz não. - respondi afim de deslizar e escutei uma risadinha.

--- Você é a dona do Tody ? - Arregalei os olhos e rasguei um sorriso no rosto.
--- AAA MEU DEUS SIIIM !

Minha família estava numa conversa tão empolgada sobre a mesa que mal notaram meus pulinhos.

--- HAHAHA. Eu encontrei essa fofura em frente a calçada do meu condomínio.

--- Ah nossa moça muito obrigada por ligar, onde você, eu, é... Ele tá machucado?
--- Calma ! - ela pediu, e eu estranhamente obedeci e até sentei no sofá.

--- Se você estiver ocupada hoje, eu fico com ele ate amanhã e você vem buscar amanhã.

Olhei para a minha família ali reunida e vi uma ótima oportunidade de me livrar deles agora mesmo.

--- Não, obrigada, eu vou buscar hoje, ele é minha única companhia quando eu for pra casa. - ela sorriu de forma nasal novamente.

--- Okay, você quer que eu leve aí, ou posso te passar o endereço...
--- O endereço.

Peguei minha jaqueta de couro vermelha no hall próximo a porta de entrada, e apenas chamei atenção quando abri a porta e sair sorridente batendo a porta.

A noite estava fria e estrelada, agora sim eu estava começando sentir que era natal.

O Uber me deixou em uma praça, com árvores enfeitada por muitas luzes e coisas natalinas, um papai Noel distribuindo presentes e inúmeras crianças bem arrumadas brincavam supervisionados por seus pais muito bem vestidos.

Logo notei que essa praça ficava em frente a alguns condomínios de luxos que admirei por alguns minutos, delirando que um dia talvez eu possa morar em um desses.

A gente sonha por que sonhar é de graça né.

Sentei no banco de praça mais próximo que achei, e tomei em mãos meu celular para ligar pra moça, mas logo notei uma silhueta se aproximando de onde eu estava.

--- Luiza né ? - abri minha boca em um perfeito "o" ao ver a beleza da mulher diante de mim.

Me pus de pé para cumprimentá-la mas não consegui.

Ela usava um vestido vermelho justo rasgado na parte da coxa que lhe caia como uma luva, e uma jaqueta jeans posta em seus ombros lhe protegendo do frio nos ombros, seus cabelos castanhos lisos e escorridos e em seus pés saltos pretos scarpins.

--- Eu coloquei essa roupinha nele, espero que não se importe. - disse segurando o pequeno Tody de pelos grisalhos branquinhos como algodão em seu braço.
--- Linda maravilhosa.. - comentei enfeitiçada me referindo a beleza dela e logo me toquei da asneira que falei.
--- Que..quer dizer, lindo... Coube certinho nele. - o meu pequeno toby abanava seu rabo frenético e fazia um som nasal reconhecendo sua dona, que sou eu, e ela sorria sem dentes de forma misteriosa.

--- Ainda bem que você colocou seu número na coleira dele.
--- Ué, então você não me encontrou pelas dezenas de cartazes que espalhei pela cidade ?
--- Não.
--- E como sabe meu nome ?
--- Apareceu quando salvei seu contato no whatsapp.

Ela salvou meu contato no whatsapp, engoli em seco um pouco tímida, eu sinceramente não sabia pra onde olhar e nem como agir.

--- A propósito meu nome é Valentina ! - estendeu sua mão e eu apertei, sua mão macia e quentinha de encontro a minha gelida que aos poucos se tornou quente, ela me olhava de forma intensa e não fez questão de retirar minha mão da sua, e eu estava hipnotizada demais com seus olhos esverdeados para tomar alguma atitude sana.

Ou eu estava louca ou estava rolando uma atração muito forte entre nós duas.

Tá, se bem que eu bebi uma garrafa de vinho sozinha antes de sair.

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🅽🅰🅼🅾🆁🅰🅳🅰 🅳🅴 🅽🅰🆃🅰🅻 🌲• #Valu ( Degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora