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Correndo desesperadamente, com as diversas gotas geladas que até pareciam pequenas pedras de granizo de tão dolorosas que eram, se misturaram com o sangue que corriam pelo meu rosto e grande parte da extensão de meu corpo, coração acelerado e respiração ofegante, permaneci correndo por mais 6km, sem ao menos olhar para trás, o medo de acabar olhando e se deparando com aqueles olhos cheios de fúria e ódio era tanto que eu tremia só de pensar, meus pés já não aguentavam, meus pulmões tinham dificuldade de continuar puxando ar, com o corpo fraco, paro de correr olhando fixamente para o chão, a chuva ainda caía, ainda mais forte, normalmente eu choraria de dor pelos ferimentos, mas toda a adrenalina do momento me impedia de sentir qualquer dor, ofegante levanto a cabeça após ouvir um latido

-- O..oi Diana..-sorri fraco olhando para a cachorra, seu pelo era branco, ela estava na varanda da casa, protegida da chuva, por qual razão meu medo me trouxe aqui? Justo a essa casa?-..seu papai.. está aqui?

Assim que terminei de falar, mesmo sabendo que não haveria resposta, pude ouvir a porta se abrindo, e logo nossos olhos se encontraram e uma expressão de surpresa apareceu em seu rosto, seu belo rosto

-- Hay?? O que está fazendo aqui?? -ele rapidamente abriu o pequeno portão de ferro e veio até mim, ignorando a chuva e me levando até sua varanda- você está encharcada!

--.. Desculpa vir até aqui...eu não sei.. não sei por qual razão vir parar aqui..-minha voz ainda estava trêmula, pelo medo desesperador e pelo frio congelante-

-- Quem fez isso com você?? -ele diz reparando no sangue em minha roupa e em minha cabeça, que não parava de escorrer, abro a boca para tentar lhe responder, mas nada sai, então o mesmo me abraça forte- está tudo bem agora minha pequena..

Seu abraço me fazia tão bem, parecia que o resto do mundo sumia quando estava em sua presença, nada mais importava, todo meu medo desaparecia completamente.
Ele então abriu a porta de sua casa, segurando em meus ombros por trás, me fez entrar, mesmo com minha relutância por estar molhada e não querer sujar sua casa, assim que entrei, recebi dois pares de olhos confusos me encarando

-- Hay?  O que ouve minha querida? -logo sua expressão de confusa e surpresa foi substituída por um belo sorriso acolhedor- estou surpresa em lhe ver

-- Mãe, ela pode ficar aqui essa noite?? Está chovendo muito lá fora -sua voz ecoou pelo meu ouvido, pela simples razão dele estar muito perto de mim

-- Claro, mas o pai dela não irá ficar preocupado? Deveríamos ligar para avisá-los -ela disse e então pegou seu telefone, um desespero percorreu todo meu corpo-

-- NÃO!..quero dizer..pfvr tia, não ligue para ele..-meus ombros se encolhem e logo meus olhos se enchem de lágrimas teimosas que insistiam em percorrer meu rosto novamente-.. não faça isso..

-- Mocinha.. o que ouve? Por qual razão não quer que liguemos para seu pai? -o mais velho se aproxima de mim com um olhar preocupado-

-- Se desejas que eu não ligue, então não ligarei, mas ele vai ficar preocupado com você -a mais velha diz me olhando ainda surpresa pelo meu desespero repentino-

--..E..eu..-eu tentava dizer mas não conseguia, por qual razão era tão difícil simplesmente dizer o que ouve?? Eles não iam me culpar.. não é?-

-- Mãe, pai, acho melhor ela tomar um banho, a mesma está muito assustada ainda, vamos dar um tempo a ela? -ele diz com sua voz incrivelmente suave, colocando suas mãos novamente sobre meus ombros tentando me confortar-

-- Claro, vou pegar uma roupa para você, okay? -seu sorriso era confortante, concordei- vá tomar um banho, enquanto isso Noah prepara onde você irá dormir e pega a toalha para você

Será Isso Real?Onde histórias criam vida. Descubra agora