Capítulo Único

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Fanfic presente de amigo secreto para @Dnolis (SocialSpirit), betagem de @Elminna e capa de @Lady_of_Hearts.

*Publicada também em outras plataformas. Meus perfis: Kurouchoa e Watashi76


"É tão bom estar aqui, nesse mar azul que me protege, me acaricia a alma, me refresca a mente quando estou agitado. O azul. O adorável azul, tão bonito, cintilante, que me leva para outros mundos, outras dimensões, e nem precisamos de uma espaçonave para isso, só precisamos estar juntos, livres e conectados."

As pequenas aglomerações se ramificavam pela extensão desértica daquela terra estranha. Ao longe, o vale profundo era cercado por cadeias montanhosas e rochas gigantescas. Não havia mais cidades ou tecnologia, os humanos viviam como em épocas passadas depois que as enormes naves desceram no planeta Terra e tentaram coabitar com a população terráquea.

O povo azul, deportado de seu planeta após ser assolado pela peste, procurava por um novo lar, mas não contava com o arsenal nuclear dos seres humanos, que foi usado sem grande hesitação contra eles, porém, causando o extermínio de quase toda a vida no globo.

Alguns séculos se passaram e os poucos sobreviventes foram se juntando e tentando restabelecer uma sociedade. O hábito da cruel raça humana em produzir escravizados não mudou, mesmo depois da grande calamidade; entretanto, as vítimas da vez eram a espécie azulada.

O grande grupo nômade de humanos havia encontrado um bom lugar. Chamados de Uchiha, eram um dos povos que aumentavam pouco a pouco em tamanho e conseguiam ter certa hierarquia, viviam de forma itinerante e quando chegavam a uma região que consideravam próspera, se fixavam até esgotarem os recursos, como água e pastoreio.

— Lute! Lute! — berrava um dos líderes dos Uchiha. Ele açoitava um grande homem azul, que segurava um escudo de latão em uma das mãos e na outra uma espada rústica. — Vamos, imbecil! Acerte ele! — Instigava o azul a atacar o rival.

O oponente era um humano de porte avantajado, no entanto, usando uma armadura e um escudo de bronze, material muito mais resistente que o latão.

— Fugaku! — chamou Ashura. — Preciso que me ajude nas masmorras. Seu filho não está dando conta do recado.

— O quê?! — Fugaku não aguentava mais.

Enquanto o filho mais novo era um caçador notório, forjava espadas, lutava contra povos inimigos e matava sem a menor compaixão todos os azuis que encontrava pela frente — a não ser os que fossem úteis para as lutas nas arenas —, o mais velho não seguia aquele modelo sanguinário, parecia sempre triste e melancólico, odiava lidar com os escravos, apesar de ser responsável por eles. Preferia ficar nos acampamentos fazendo a manutenção das tendas do que sair em campanhas a cavalo.

O pai saiu apoquentado da arena e caminhou firme, batendo as botinas no solo pedregoso. Seu rosto rude mostrava descontentamento e raiva. Entrou na área construída com madeira e pedras para manter os prisioneiros usados nas lutas.

— O que está acontecendo, Itachi?! — gritou, irritadíssimo com seu primogênito.

Itachi estava parado sem saber o que fazer. Sasuke, o filho mais novo, tinha chegado com um grande carregamento de escravizados que comprara do povo vizinho, os Senju. Deixou cerca de trinta azuis para Itachi acomodar e foi para sua tenda com uma fêmea azul que aproveitou para adquirir a preço promocional.

— O Sasuke deixou esse monte de azuis aqui, eu não tenho lugar para tantos! O que aquele imbecil está pensando? Que temos acomodação para um bando de caras desse tamanho?! — Há tempos Fugaku não via o filho tão bravo.

Adorável AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora