I can remember I was dreaming
In the moonlight gently, I was floating—Você não deveria ir Bonnie. —Severus parou em frente a porta de madeira escura do quarto, ou onde a porta estava algumas semanas atrás, antes de Tobias Snape arrancá-la para policiar Bonnie.
E sempre voltavam a esse sentimento terrível, a impotência, viver com a figura do que é asqueroso, sofrer com a falta de algo que nunca tiveram, na casa e à sombra da vida que lhes foi roubada pela morte.
—Por que eu não iria? Você vai. —Ela parou a maquiagem bagunçada, a pálpebra azul cintilando sobre os olhos negros que se observavam em frente a um espelho antigo de moldura velha
—Eu trabalho lá. —Ele se aproximou da poltrona que ela moveu para frente do espelho e se sentou ao braço. —Você pode ir na próxima noite, talvez ele esteja melhor, ou morto, quem sabe. —Ela riu sem graça pelo nariz, os dente escondidos. —Toda sexta eles estão lá, ou não sei, manda uma mensagem.
—Claro, e então as PussyRabbits podem tocar por vídeo chamada?
Ele tinha certeza que estariam porque mesmo os odiando Snape passou a trabalhar na Hatchards para se manter perto da literatura e também para acompanhar os shows, tudo para inserir sua irmã naquilo, no que fazia os olhos dela brilharem.
—É uma livraria Sev, eu vou a uma livraria, ele não é meu pai, não vou me submeter as vontades desse bêbado. —Ela olhou de relance para garoto esguio ao lado dela, Severus usava roupas sempre muito bem alinhadas, até para o ambiente de trabalho. Não parecia viver no subúrbio, não parecia jovem como ele era, vulnerável como era, e sim o cara frio que ele foi na escola, o garoto que por todos os anos na escola fingiu nem mesmo conhece-la.
A Hatchards é uma livraria, grandes tapeçarias, luzes amarelas, tribos urbanas, artistas dos mais variados e espaços quietos por toda semana, exceto as sextas, as sextas uma banda de Rock progressivo chamada "The Marauders" transformava a Livraria no maior evento cultural das noites de Londres.
Eles não eram exatamente famosos, mas eram bons, isso era real, e Bonnie que era baixista da PussyRabbits (Coelhinhas, em inglês), é apaixonada pela cena musical de Londres e queria conseguir a chance de abrir um dos shows deles, esses que tinham filas enormes para ocupar o espaço, mas Bonnie precisava sair de casa das formas mais criativas para não ser pega. Depois que Eileen se foi tudo ficou, frio, rangendo como a maldita madeira do piso.
Severus odiava ser lembrado de que aquele homem era o pai dele.
—Não vou conseguir te impedir não é?
—Não vai. —Bonnie se levantou da cadeira e caminhou pelo quarto, era escuro estava tarde e sempre tinha essa tenção, essa tristeza da casa.
A menina de cabelos profundamente negros gira pelo quarto extremamente bagunçado procurando por seu baixo. Sobre o guarda roupa ela encontra a bolsa e o instrumento junto dele e arrumou no ombro de Severus, para que ele carregasse, ele fingiu estar pesado e dobrou os joelhos como que vai cair.
—Haha, humorista. —Ela revirou o olho com a piada que, sinceramente era o conforto na miséria dos dias naquele lugar. —Leva pra mim, é difícil pular a janela com ele.
—Ok, vamos fazer isso então, vou sair primeiro, vá pela janela e nos encontramos na esquina, cuidado.
Ela deu alguns pulinhos concordando, ela entendia, ele tinha medo por ela, as vezes podia ver o quão culpado ele se sentia, afinal o pai era dele certo? Ela não concordava, não era verdade, ele é um garoto ainda, ele não quer mas não passa de um garoto.
O de nariz adunco e olhar taciturno, desceu as escadas com o instrumento nas costas, atravessou a sala minúscula ignorando o pai caído bêbado no sofá e trancou a porta com ele dentro, um dos medos de Severus era o que seu pai podia fazer com o mundo externo, ele correu para o lado do apartamento no pequeno beco escuro que ali tinha, onde ele escondia a moto que ele comprou com a venda de sua escrita e o trabalho como vendedor na Hatchards, ele colocou o capacete e cruzou a rua até a esquina onde esperou por sua irmã com outro capacete na mão.
Dentro do quarto o nervosismo, o medo, a ânsia consumiam a cabeça de Bonnie, enquanto pulava a janela do banheiro no térreo ela tinha medo de que o homem magro e pálido desmaiado no sofá acordasse e a percebesse.
Na rua ela arrumou os saltos que carregava e correu para a esquina onde o garoto aguardava sobre a moto, tomando o capacete da mão dela ela se segurou nos ombro dele e fechou os olhos quando começou a sentir o vento, era engraçado, a liberdade, era engraçado estar feliz em não estar em casa, de que vai ver pessoas, ela sem se perceber estava rindo, estava gargalhando e se soltando do ombros dele.
—Bonnie Constance Prince coloca a porra da mão no meu ombro ou eu jogo seu baixo daqui.
Ela riu e agarrou-se à ele deitou a cabeça nas costas e observou a paisagem borrar e passar pelos seus olhos.
—Estamos chegando?
—Cala a boca.
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Toque de Midas.
FanfictionToque de Midas é a juventude e a formação da Banda "The Marauders", sem mundo bruxo, apenas jovens no auge dos anos 70, os conflitos famíliares, os problemas com dinheiro e descoberta da sexualidade e amor. O cotidiano e vida de Bonnie uma musa dos...