Boa noite Hatchards.

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Into one atmosphere, we are here 'til we're not

When I see you again as a stranger or a friend

   Bonnie atravessou Londres na parte de trás da moto, quanto mais se afastavam do subúrbio mais as ruas se enchiam, mais o barulho se agitava mais os carros zumbiam e mais ela apertava-se no lugar.

   —Chegamos Bonnie. —A moto que era preta como uma opala diminuiu a velocidade conforme se aproximava da livraria pitoresca que não se escondia na paisagem escura, brilhava com luzes coloridas e um grande letreiro que dizia "Tickets para The Marauders", embora Snape odiasse a banda ver ela sorrindo completamente hipnotizada por algo que ele suportava todas as sextas.

   —Sev aqui é muito lindo! —Ela tirou o capacete e saiu de cima da moto, dando alguns pulinhos, Severus se levantava e pegava a bolsa do Baixo dela, ele arrumou sobre o ombro da menor, e bagunçou os cabelos dela.
Perturbado pela ideia dela com aquele bando de desnaturados ele apertou os olhos enquanto colocava o crachá da livraria.

   —Vou trabalhar Bon, acho que Dorcas está nos bastidores com a namorada, talvez seja a chance de vocês. —Ele puxou Bonnie fazendo-a cortar a fila e entra no ambiente de luzes baixas.

Sendo deixada no centro de um salão bem decorado ela observou o local, não era muito grande mas tinha um palco espaçoso de madeira polida, na plateia algumas cadeiras diferentes, almofadas no chão e já começavam a entrar algumas pessoas.

   —VOCÊ CONSEGUIU VIR! —Dorcas, minha amiga da banda, pulou em mim com os braços abertos, ela costumava ser calorosa mas hoje ela estava radiante.

   —Bom, eu dei meu jeitinho... —Bonnie se virou e viu Sev ajudando uma moça com os livros, era bom ter ele.

   —Não acredito, você é um gênio. Vem, vou de apresentar a Lene.

   Sorri pra ela e fiquei um pouco nervosa, ia conhecer a banda a qual coincidentemente a namorada dela faz parte.

   Ela me puxou para cima do palco que era bem baixo, as luzes apontadas para nossos rostos, era bom estar ali, algo revigorante, mas ela é tirada dessa imersão quando atravessa algumas cortinas e para no backstage, não era nada demais, abafado, com muitas pessoas, e tinha muito, muito brilho. Nos olhos, nas pálpebras, nas roupas, nos instrumentos. Tudo cegava, apaixonava.

   —Bonnie! Aí está você, já conhecia Mary, só faltava a grande Baixista da banda da minha mulher.

   —Grande baixista? Estou lisonjeada, vinda da segunda maior baterista de Londres.

   —Espero que a primeira seja a Dorkie.

   —Claro que é, ela é uma PussyRabbit.

   Nós rimos e eu tentei não parecer tão feliz quanto estava por conhecer outros músicos, Dorcas já estava dispersa e guardando meu baixo ao lado de uma das penteadeiras em que um dos membros da banda se arrumavam, aquele parecia o Sirius Black, o cabelo tão negro quanto o dela não deixava muito a interpretação.

   —Ei. —Lene chamou minha atenção. —Vamos começar o show jájá, fica com as meninas pra depois e podemos falar sobre apresentações da banda de vocês.

   Ela saiu apressada para arrumar sua bateria, enquanto eu saí do backstage indo para a plateia, me sentei sobre uma tapete e coloquei uma almofada no colo, me parece que hoje seria um show mais melódico que o habitual bate cabeça. Mary e Dorcas sentaram-se comigo.

   —Temos uma banda. —Disse em um sussurro para elas.

   —Temos uma banda com futuros shows. —Mary completou, nós três nos olhamos e demos alguns gritinhos de alegria, merda isso era o céu.

Toque de Midas.Onde histórias criam vida. Descubra agora