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11. FORTALECENDO A RELAÇÃO.

Nunca passou pela mente de Sirius que um dia ele se casaria, tampouco com dois alfas maravilhosos.

Naquela tarde, completava quatro meses desde que o pai do ômega o atingiu com um tiro perto do coração que quase o matou, rompendo todas as suas expectativas de estabelecer uma relação saudável com seu progenitor. Era hora de seguir em frente e dedicar todos os sentimentos àqueles que o amavam verdadeiramente.

Imaginar uma vida onde não seria usado para fins ilícitos o deixava emocionado. Durante toda sua trajetória, Sirius viveu em um mundo completamente hostil para ômegas e por mais que nunca tenha se submetido totalmente, ele tinha ciência agora que igualdade era uma expectativa tola.

O mundo considerava ômegas como a classificação mais baixa e por mais que algumas pessoas não pensassem igual, sempre teria alguém para desestabilizá-lo com comentários infames, a diferença era que agora, ele tinha onde se apoiar em momentos difíceis. Sirius tinha muitos planos.

Estudar, trabalhar em algo que o agradasse, e filhos.

O ômega queria pelo menos um par de filhos e outro pet para tornar a família ainda maior.

Sorrindo  em frente ao espelho, ele tocou o próprio rosto para ter certeza que  era real e não mais uma fantasia, como tantas outras onde ele acordou  para continuar vivendo em uma realidade insalubre. Remus comprou uma  casa em um bairro tranquilo da cidade, com o dobro da segurança do  condomínio onde morava anteriormente, uma área arborizada. Ele adorava  ouvir James falar que algum dia os filhos do casal teriam um grande  jardim para brincar e se sujar. Ambos os alfas deixavam comentários  sutis sobre filhos, e Sirius os conhecia o suficiente para saber que era  a forma deles de expressar o que desejavam sem pressioná-lo.

Descobrir  que Charles e seu pai estavam presos serviu para tranquilizar o ômega,  mesmo que todo o horror que viveu com seu progenitor ainda reverberasse  em sua mente.

Tirando-o  do campo perigoso de suas divagações, ao ouvir um barulho vindo da  porta do quarto, Sirius se virou para trás e correu para abraçar seu  amigo. Thomas estava perfeito em um terno vermelho com uma calça social  combinando e uma gravata borboleta preta e sapatos da mesma cor.

O  padrinho de Sirius não havia confirmado que conseguiria chegar ao país a  tempo. Pensar que ele estaria ao lado de Oliver Taylor no altar lhe fez  sorrir. Desde a operação que Sirius precisou ser submetido, onde Remus  trabalhou ao lado do médico, Oliver se tornou muito próximo do trisal.

— Você é louco. — O ômega o advertiu.

— Oi? — Sirius se afastou, lançando um olhar feroz para o amigo.

—  Mas eu te amo. — Thomas o puxou para um novo abraço, relutante em se  afastar. — Se casar com Remus e James? Meu bebê bateu essa cabecinha? —  Zombou, batendo o indicador na testa do amigo.

—  Idiota. — Socou seu ombro, sorrindo entre dentes. — Achei que não  viesse. — Algo que não permitiu que ele tivesse uma noite tranquila.  Sirius não queria qualquer outro como padrinho de seu casamento senão  seu melhor amigo.

— E  perder você dando esse passo tão importante na sua vida? — Sirius  sorriu timidamente. — Nunquinha. — Esticou o braço para fazer um carinho  no queixo do amigo. — Você não acha que é cedo pra se casar? —  Questionou, analisando suas feições com cautela.

—  Eu vi a morte de perto. — Uma das emoções mais intensas de sua vida. —  Não quero mais perder tempo, Thomas, não posso. — Sirius queria viver  intensamente cada minuto, se apegando à esperança de uma vida feliz e  tranquila.