Unicamente

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"Está na palma da sua mão agora, baby. É sim ou não, sem talvez. Então tenha certeza antes de se entregar para mim (...) Porque uma vez que você for minha/meu. Não tem volta."
— Dark Horse, Katy Perry.


O toque suave em sua testa o despertou. E Sakura repuxou o lábio quando os olhos de Sasuke encararam os dela. Ela estava ao seu lado novamente, o cabelo pendendo para onde ela se apoiava ao colchão.

Descendo a mão por sua bochecha, Sakura disse:

— Estou apenas verificando se está com febre. Então volte a dormir.

Ela fez menção de se afastar, mas Sasuke a impediu. O silêncio predominante na madrugada.

— Não vou pedir desculpas. — ele disse, a voz rouca. — Não quando minhas conclusões são compreensíveis. Mesmo que você tenha me respondido tudo que perguntei, cabia a mim considerar verdadeira ou não as suas respostas.

Eu sei... — Sakura disse em sussurro, pressionando mais a palma em sua bochecha. — Eu sei que o que presenciou sobressaia a qualquer coisa que eu tenha dito. Afinal, você não é o único a pensar ou insinuar que eu tenho algo com Kakashi... ou com qualquer homem que eu me relacionei. — ela sorriu, mas o sorriso não chegou em seus olhos. — Mas saiba que eu nunca menti pra você. Nenhuma única vez. Todos as minhas respostas foram verdadeiras.

Sasuke respirou fundo, envolvendo a palma dela com sua mão. Sakura poderia estar mentindo, já que, como ela disse, naquele jogo de palavras... naquele jogo implícito de manipulações, ela também sabia jogar — e ele sabia disso. Porém, Sasuke decidiu acreditar. Voltar a crença daquela conclusão improvável, onde sua esposa não era a quem mentia. Não porque Sakura havia, de certa forma, provado a sua inocência, mais porque no fundo — bem no fundo — ele sabia que ela sempre dissera a verdade. Mesmo que por uma razão emocional desconhecida, ele tenha tolamente pensado o contrário.

Sasuke ponderou sobre todas as perguntas que ainda não tinham explicação. Sobre tudo que ainda não fazia sentido. A condição e o conhecimento dela, os rumores, as razões, os assassinatos, as cicatrizes, os segredos...

Com cada uma dessas coisas flutuando em sua mente e racionalidade, Sasuke perguntou:

— O que eles fizeram com você? — sua voz não passou de um sussurro. Todos os seus questionamentos resumidos em um só.

Sakura deu um sorriso triste e balançou a cabeça numa negativa. Ela não queria responder aquela pergunta, Sasuke percebeu.

— Eu não quero a sua pena... o seu desdém.

— Eu não vou desdenhar — ele rebateu, sério.

Sakura riu com uma lufada de ar.

— Por quê não? Eu desdenharia se descobrisse quão miserável uma pessoa poderia ser.

Sasuke sondou a expressão de sua esposa, aquele riso de escárnio mascarando tudo que ela sentia, ainda que os olhos estivessem brilhando com lágrimas que ele sabia que Sakura não deixaria rolar.

Deixe-me ver. — ele disse baixo.

Embora não houvesse especificado nada, pelo o olhar assustado dela, Sasuke percebeu que Sakura havia entendido sobre o que ele se referia. Porém ela continuou imóvel.

Ele fez menção de se aproximar, mas Sakura recuou.

— Se você desdenhar... — ela disse em aviso, a voz firme em seus lábios.

— Não vou... — Sasuke rebateu, encarando-a de forma sútil nos olhos.

O peito de Sakura subia e descia rápido, a respiração dificultosa. Ela desviou o olhar e virou, de modo que as costas ficassem para onde Sasuke estava. Suas mãos hesitaram ao desabotoar a túnica quase transparente, ele percebeu, mas ela o fez e o tecido deslizou por seus ombros, indo de encontro ao colchão.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora