Kira perdeu seus pais quando pequena e não lembra de nada sobre sua infância ou suas origens.
Shang, após muito tempo tendo uma vida simples tem seu passado de volta quando seu pai corre atrás da ajuda dos filhos.
Problemas surgem, sentimentos são...
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Shang não saia de perto de mim, acho que para certificar-se de que eu fique bem. O fato é que meu melhor amigo é confuso e isso me deixa confusa. Vez ou outra ele me encarava com os olhos tão brilhantes quanto estrelas, parecia até apaixonado, mas rapidamente tornava-se meu melhor amigo novamente.
Realmente, altos níveis de confiança resolvem 80% dos meus problemas, mas pensamentos insanos e desmotivadores rondam minha mente levando-me a desistir do grande discurso "estou apaixonada por você desde a nossa adolescência". Bom não posso afirmar infância, pois boa parte dela foi bloqueada pelo meu cérebro devido aos altos níveis de trauma. Uma maravilha.
Sentiu a ironia?
O resumo dessa divagação toda é, morrerei sozinha, por conseguinte da minha falta de vergonha na cara em me declarar para meu melhor amigo.
Fim
Meus sentidos voltam a órbita quando escuto meu nome
- Kira? Está aí? - Shang passa a mão em frente ao meu rosto
- Oi...
- Seus pais deixaram algo para você também. Bom, muitas coisas, para falar a verdade - Nan explica
- Ah...- afirmo com a cabeça - o que é?
A mulher aponta para três mesas e sobre elas, roupas deveras exóticas, mas adequadas para o estilo da vila. Me aproximo da superfície onde havia mais objetos, que segundo ela, eram meus. Um uniforme simples, mas lindo, com a cor vermelha presente na maior parte dele; um livro em forma de diário, que conta a história dos meus pais e por fim uma katana. Observei o último item com mais atenção e admiração
- Sua mãe usou esta arma na ultima batalha e desejou que fosse sua no futuro - depositou a mão em meu ombro
Abri um sorriso agradecido
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- Kira - Shang me chamou atrás da porta
- Entre - terminei de amarrar minhas vestes e me virei de frente para ele
- Eu...só queria saber se está bem
Suspiro - eu não sei...exatamente, como me sinto no momento - me sentei na cama com ele ao meu lado - minha vida após a morte dos meus pais se tornou...vazia. Nos primeiros anos da minha adolescência meu desejo era descobrir mais sobre minha origem, mas ao passar do tempo esse anseio foi...apagando - faço uma pausa - e agora que eu tenho todas as respostas na minha mesa...sinto que minha missão está chegando ao fim
- Como assim?
- Mesmo com o desânimo de encontrar mais sobre meus pais, ainda estava lá no fundo do meu coração e isso me ligava a eles de alguma forma, e agora, to com medo de que...quando eu souber de tudo...me desconecte deles - encaro suas orbes escuras
