1. káos

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Kháos - Caos, vem do termo grego "khínein", abrir-se, entreabrir-se. Significa uma abertura, uma fenda, um abismo. Associa-se ao Caos a presença de escuridão e de ventos ou tempestades. Pode ser entendido como um espaço vazio, ou algo indefinido, anterior a todas as coisas.

POV SORAYA

É, eu definitivamente não deveria tá aqui, mas eu preciso conversar com a Simone. Agora que somos melhores amigas é o mínimo a se fazer, não é?

Quando paro de pensar por um segundo o elevador abre as portas e continuo parada, voltando a refletir se deveria mesmo estar ali ao invés de comemorando mais um jogo bem sucedido do Carlos no Flamengo, meu camisa dez e o amor da minha vida.

Deixo um suspiro escapar e fecho os olhos, saindo do elevador e deixando os pensamentos pra lá. Não dava mais pra voltar atrás. Minha curiosidade a respeito de Simone era maior.

e de quebra ainda tinha viajado com a coisinha número um e estavam próximas, bem próximas... E sei que não devia me importar, mas o fato das duas terem se aproximado em um piscar de olhos é uma coisa que não me desce. Mas não desce é mesmo!

Todos os meus pensamentos são interrompidos quando já me encontro em frente à porta da cobertura da Reptiliana. Toco a campainha e não demora muito para ela aparecer e devo dizer que por milésimos de segundos esqueci como respirar.

Simone não era desleixada, mas ali com a blusa social com alguns botões aberto, os cabelos jogados para trás e descalça, ainda sim parecia uma obra esculpida com todo cuidado por todos os deuses. E mesmo se ela não andasse arrumada, continuaria sendo a mulher mais bonita que já vi. E isso era uma coisa que eu nunca falaria em voz alta.

A que devo a honra da visita tão inesperada? Não é hora de "comemoração em família"? - o sorriso que adorna os lábios da mulher a minha frente é cinismo puro.

- Até podia ser, mas eu 'tava com saudades da minha BFF. - passo por - Simone e adentro o apartamento, jogando minha bolsa no sofá e quando olho ao redor vejo algumas rosas em um vaso, sentindo minha curiosidade atiçar.

- Sempre invadindo os lugares como se você fosse a dona, não é, Soraya? E que saudade é essa repentina? Não vai me dizer que veio até aqui só pra olhar pra minha cara e me chamar de cobra? - ultimamente poderia dizer que Simone andava estranha, mas não era nada como na nossa rivalidade. Parecia pior. Era indiferente e odeio admitir, mas aquilo me incomodava.

Fico em silêncio e ando pela sala até parar perto do móvel em que o vaso com rosas de um vermelho chamativo repousavam. Analiso e olho em direção a Simone, a observando bem.

- Por mais que eu goste de te chamar de cobra, não viria até aqui só pra isso. - retiro uma das rosas do vaso e brinco com as pétalas. - Bonitinhas.

- Janja que me deu. - paro de brincar - imediatamente com a rosa e sinto Simone se aproximar cada vez mais. - Ela tem muito bom gosto pra certas coisas.

- É? E nós chamamos a coisinha número um de Janja desde aquela viagem pra Paris? - quando me dou conta, o questionamento irônico já tinha saído e de forma bem amarga.

- Aquela em que você não se deu ao trabalho nem de me mandar mensagem avisando que não ia porque seu jogador decidiu de última hora, como numa mágica ou filme clichê, que amava você? - ali estava a indiferença e Simone não era nem um pouco sutil em demonstrar. - Exatamente. A Janja foi uma ótima companhia, por falar nisso. - eu aperto a rosa em minhas mãos e logo vejo as pétalas caindo e se desmanchando. Do mesmo jeito que são bonitas, são muito delicadas. Murcham rápido, morrem... Assim como alguns sentimentos e relacionamentos.

- Pois espero que a coisinha esteja sendo uma ótima companhia pra ti e pra esse teu apartamento esquisito! - praticamente rosno e vou em direção a porta. Não sei o que foi que me deu, mas a ânsia misturada com a raiva de imaginar aquela coisinha com Simone era forte.

Kháos - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora