2. Nêmesis

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Nêmesis (em grego: Néµɛois) é a deusa que personifica a vingança divina, e era representada como uma bela mulher alada. A palavra também vem do grego antigo derivado do verbo distribuir. O termo foi usado com o significado de desdém, indignação e com sentido de vingança. Contemporaneamente, assumiu o significado de inimigo ou rival, normalmente alguém que é exatamente o oposto de si, mas que é também, de algum modo, muito semelhante a si.

POV SIMONE

Eu menti. Menti quando falei para a Soraya que ela é substituível. Menti sobre Janja. E talvez tenha mentido sobre tudo. A única coisa a qual eu não menti foi sobre amar essa... essa mulher, deusa, diaba ou qualquer figura feminina mitológica que tem um poder de destruição gigantesco apenas por seu charme e sedução. E ela é a minha destruição.

Agora ela estava próxima a mim. Tão próxima que eu podia ver seus olhos quase faiscando de tanta raiva, e eu mentiria novamente se dissesse que aquilo não me afetava. Eu nunca quis que virássemos isso novamente. Nunca quis ter Soraya como minha nêmesis novamente. Consegui estragar tudo.

- Ótimo! Eu também nunca vou me conformar de ter de ver com a coisinha! Ela não é mulher pra ti. - essa maldita estava tão próxima que eu conseguia sentir como ela era quente. Ou talvez eu esteja apenas fantasiando...

- Ah, mas eu duvido muito que você, logo você, Soraya Thronicke, vai saber se a Janja é mulher ou não pra mim! - me afasto e abro os braços em sinal de indignação. Nunca pensei que Soraya ia conseguir ser mais prepotente do que eu imaginava. - Logo você que tá com o Carlos! Mesmo depois de ele ter te rejeitado várias vezes pra ficar com a Michele. Isso é que é gostar de ter enfeites na testa!

- Pois fique sabendo que o Carlos se arrepende até os dias de hoje de ter ficado com aquilo lá e escuta aqui! - vejo um sorriso arrogante surgir no rosto de Soraya e ela se aproxima a passos lentos de mim. Parece que eu nunca vou conseguir me livrar daquela mulher. - Para de falar do Carlos e da minha vida! Desde que eu cheguei que tá batendo na mesma tecla. Para de ficar tão na defensiva e fala pra mim que você que queria tá no lugar do meu craque e que a coisinha nunca vai conseguir ocupar o meu lugar aí dentro!

Ela batia no peito de forma orgulhosa. De repente, ela anda e para a dois passos de mim. Eu sabia o que Soraya queria fazer, tentava a todo momento inverter a conversa e tentar me machucar, mas eu não ia deixar nada barato. Eu não quero machucá-la, mas eu não posso deixar que ela saia por cima de toda essa situação. Não posso evitar, e se for pra causar um dano maior que já está feito, que

Eu vou fazer essa mulher maldita se arrepender de ter me deixado esperando no avião. Por ter me feito de idiota por todos aqueles meses. E se for machucando Soraya que eu me sentirei bem e vou fazer esse sentimento vingativo sumir de vez, então vamos lá. Ela aguenta.

Respiro fundo e olho bem para Soraya. Ela me parecia mais calma, mas dava para ver bem em seus olhos o quanto ela estava com raiva. Isso era bom.

Olho ao redor e presto atenção nos pedaços do copo no chão, nas pétalas de rosa que Soraya havia pegado e agora estavam amassadas e caídas no chão. Tudo era melhor do que encarar Soraya. Na verdade, acho que desde que voltei de Paris que eu não a olhava direito ou por muito tempo.

- Petulante... - murmuro e volto para o sofá, tomando cuidado para não pisar nos estilhaços do copo.

- Fala mais alto que eu não te ouvi, cobra! - Soraya se aproxima.

- Petulante. - repito em alto e bom - tom. - Mas principalmente ridícula - por querer a todo custo que eu afirme que você é única e que eu nunca vou encontrar alguém como Soraya Thronicke, não é? Pois eu tenho uma novidade pra você. - cruzo as pernas e a vejo cerrar os olhos na minha direção. - Eu realmente acho que nunca vai existir ser humano mais egoísta como você! E sabe porquê? Porque você é mesquinha. Uma mulher que nunca se contenta com o que tem. Tá sempre usando as pessoas pro seu bel prazer, parece que não tem uma pessoa a sua volta que não tenha sido afetada por toda essa sua obscuridade. Suas filhas, sua mãe,

Kháos - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora