3. Apothéōsis

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Apothéōsis (do grego antigo áлolέwors (apothéosis), de ἀποθεόω ἀποθεῶ (apotheóō/apotheô) deidificar) a apoteose consiste em elevar alguém ao status de divindade; endeusar. No teatro, a palavra remete a cena final que decorre de maneira espetacular, sendo também usado como para o ápice de uma situação.

Ainda tendo Soraya entre si e a porta, Simone prestava bem atenção em cada expressão da mulher. Percebia que as coisas estavam começando a ter uma atmosfera diferente e se Soraya bem quisesse poderia surtar, e no processo tentar enforca-la como de costume.

-Então? Vai querer mesmo tirar a prova dos nove?

Soraya questiona para Simone, impulsionando um pouco o corpo para frente e fazendo a mulher sorrir com o ato involuntário. Ato esse que as deixou mais próximas.

Não vou tirar prova nenhuma porque eu sei muito bem do você é capaz, mas que eu quero fazer você ver que ninguém faz o que você acabou de fazer e fica tudo por isso mesmo... Ah, isso eu quero! - a voz da Morena era rouca e baixa. Automaticamente, apoia as duas mãos na porta e aquele momento parece que é reduzido entre ela e Soraya, presa entre seu corpo e a grande porta do apartamento.

- É e vai fazer o quê se não vai me bater? - o tom de voz da loira também é baixo e possuía um pouco de sarcasmo. Aquilo é surpreendente, já que se fosse qualquer outra pessoa a ameaçando daquele jeito o barraco era certo. Mas ali estava sentindo uma coisa diferente e se recusava a deixar o seu pensamento vaguear naquilo. - Vai me colocar de castigo e fazer um sermão? Me chamar de garota má?

Simone pisca algumas vezes e processa o que tinha acabado de escutar. Não consegue ficar séria ao ouvir aquilo e acaba gargalhando.

Isso aqui não é sobre seus fetiches, Soraya. - se mexe um pouco e seu torso encosta no de Soraya. Sentia cada célula do seu corpo entrar em combustão. - É sobre o que você acabou de fazer. Não sente nem um pouquinho de culpa, não?

- Pra falar a verdade, Cascacu... Não! - as mãos da loira suavam e de repente parecia que tudo ia pegar fogo. Era a mesma coisa que tinha sentido quando tinha beijado Simone no motel. Soraya pensa um pouco e encara a morena, dando um sorriso ladino enquanto leva as mãos aos ombros da mulher de blusa social branca de cetim. A mesma jogada que havia feito no banheiro do restaurante para amansar Simone. - Já disse e repito: Janja não é mulher pra tu!

E qual é o tipo de mulher pra mim? - tinha sacado a jogada daquela diaba a sua frente. Aquela provocação estava fazendo um estrago em seu corpo e em outras coisas, principalmente em sua calcinha.

- O tipo de mulher pra tu tem que ser poderosa, confiante, sexy, e que te desafie e não balance a cabeça pra tudo o que tu diz. - Soraya ainda continuava com as mãos nos ombros de Simone e as vezes dava apertos leves. - Tem que ser uma mulher, sabe... Assim que nem eu.

Simone fecha os olhos ao ouvir aquilo, mas os abre rapidamente para ter certeza que não estava delirando. Aquilo não era justo e nem era coisa que se fazia.

Seu desejo era foder Soraya contra aquela porta até que ela perdesse a noção de quem era ou esquecesse completamente quem era Carlos.

Uma mulher como você ou tem que ser você? - se remexe novamente e da um meio sorriso fechado para Soraya vendo como a mais nova também tinha um olhar brilhante e provocante, quase como se implorasse para ser... - E então?

Soraya continuava calada, mas seu sorriso não sumia e muito menos desviava a atenção da figura tão atraente a sua frente. Não mentiria se dissesse que estava com vontade de puxar Simone para si e colar seu corpo contra o da morena, mas estava com Carlos, certo...? O amava...?

Com Simone tão perto e naquela brincadeira, Soraya estava se questionando sobre tudo o que já teve certeza algum dia. Seu amor tão grande por Carlos era uma delas. O amava tanto assim de verdade?

Kháos - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora