sobre meu último término

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eu tentei escrever de forma simples, mas eu não sou simples, portanto não saiu bom. e pra ser sincera, eu nem sei como colocar pra fora tudo isso porque meu coração acabou de lascar uma rachadura novamente. eu fico pensando e pensando sobre o que escrever e nada sai. eu pensei que estava melhorando e acabei de ser atingida por uma avalanche de neve e me sinto vazia.

mas a questão é que o foco não é esse, o foco é meu último relacionamento, o do final do ano passado.

nos conhecemos no começo de agosto e o começo é sempre incrível né, tudo uma maravilha, como todos dizem.

quase agosto e setembro inteiro passamos a nos ver todas as semanas, três vezes em cada uma delas.

foram dois meses perfeitos, parecia tanto que tínhamos um futuro promissor. mas final de setembro as coisas desandaram com minha recaída depressiva e isso aconteceu ao mesmo tempo que ela estava escondendo de mim que queria terminar tudo, que não queria mais nada.

só fui saber disso e perceber depois do aniversário dela dia 9 de outubro, quando no dia seguinte ela sumiu o dia inteiro e ainda sim eu não havia me dado conta dos sinais.

agosto e setembro foi uma lua de mel.

ela conseguiu sim fazer com que eu me sentisse bem, mas ela também me trazia ansiedade, sempre esperando o pior por sumir sem avisar. as famosas borboletas no estômago não passam de ansiedade e coisa boa é pra te traz paz e não nervosismo.

minha memória costuma apagar coisas ruins por pura defesa, isso é normal do cérebro humano, então eu não digo com absoluta certeza de quando foi que as coisas realmente chegaram ao fim, mas a impressão é de ter sido no final de outubro para começo de novembro, aí sim tudo acabou.

sabe, eu já vinha mal por questões externas, e como uma garota suicida, tudo aquilo só piorava, me sufocava, me fazia ver apenas uma única saída para toda aquela dor, a morte.

e realmente tentei, estava decidida, avisei a ela, e tudo que recebi foi ser bloqueada em todas as redes sociais. isso só me deu mais certeza da minha escolha.

então foi o que fiz. tomei 3 cartelas do meu antidepressivo. fato interessante: nosso corpo fala e precisamos ouvir os chamados. quase não conseguir engolir os comprimidos porque minha garganta estava rejeitando, os tomei com raiva, queria morrer, estava determinada, mas ainda sim não consegui terminar as cartelas que tinha mais. desisti de tentar engolir mais e deitei na cama - creio que por uns vinte minutos -, estava sozinha, começando a me sentir sonolenta.  ninguém viu meu sofrimento, esperei a morte chegar. mas ela não veio, quem apareceu foram meus gatos, e então minha vida toda e talvez uma que venha a ser, passou na frente dos meus olhos, então saí correndo para o banheiro e vomitei tudo, tudo.

o resultado disso tudo? fui parar no hospital com pressão baixíssima. algo não me deixa morrer e se eu for concordar com algo de Freud, eu diria que é minha Pulsão de Vida. 

16.08.2022

coisas que eu queria ter dito mas nunca disseOnde histórias criam vida. Descubra agora