𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑢𝑑𝑜 | 𝐷. 𝑀.

⚠︎𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 4⚠︎

Seu pov

16:36pm

- Tudo bem, Sara? - Bárbara fala.

- Sim, foi só uma câimbra... Posso pedir um favor para vocês?

- Claro. - Bárbara e eu falamos.

- Não falem pros meus pais o que aconteceu aqui, okay?

- Eu nem conheço os seus pais direito, então, claro. - Eu até falaria para ver se você fica longe do Dante... Não! Não! Para pensamentos estranhos!

- Claro, não vamos falar nada.

- Obrigada. - Ela sorri, o que acaba comigo é, eu gosto dele, e ele... Tá na cara que ele gosta dela, e eu não posso, eu não posso falar, me dá peso na consciência só de falar! Eu não posso ser tão burra... Eu posso ser tão burra? Quem eu quero enganar, claro que posso! - [Você]? - Quer dizer, não é culpa dela, eu acho, ela não tem culpa alguma! - [Você]!?

- Ah porra! - Sara me olha - Desculpa, não foi com você, Sara. - Ela ri e diz:

- Tudo bem, ninguém precisa deixar tudo dentro de si mesmo.

- É, tem razão... - Alguém bate na porta, era Dante com dois biscoitos.

- Oi... Eu trouxe biscoitos. - Ele diz sorrindo. - Tudo bem?

- Sim. - Ela fala grossa.

- Eu sinto muito, eu só estava seguindo ordens.

- Tudo bem. Eu sei. - Que estranho.

- Hum... - Os olhos dele brilham por conta das lágrimas minúsculas, mas presentes. - Ele sai andando até que Bárbara chama ele.

- Hey! - Ele se vira para ela.

- Os biscoitos. - Ela toma da mão dele.

- Hum. - Ele murmura algo depois, mas não dá para perceber o era, ele sai andando e por alguns segundos penso se vou atrás dele, não quero parecer intrometida, ou até chata, não sei. Eu só... Sei lá, eu gostaria de falar com ele, perguntar se tá tudo bem e ouvi-lo ou até beija-lo? Não, fora de plano, descarto, não quero parecer talarica, eu pareço uma talarica? Eu espero que não. - [Você], eu preciso falar com você, por favor.

- Eu? - Rio sem graça. - Claro. - Não pareça uma cachorrinha desesperada pelo seu dono. Dante não é meu dono! Olho para Bárbara que estava séria, uma cara de "é melhor você não ir" talvez ela tenha razão? Sim. Vou ouvir? Sim também. - Eu... Não posso agora, desculpa, talvez outra hora eu fale com você. - O rosto dele tem um semblante triste, o que me quebra por inteira, mas penso que posso ser uma desesperada, e não é isso que eu quero, por mais que eu... Ame ele? Essa é a palavra? Eu sinto o amor com o Dante? O amor que não é correspondido? Eu amo ele? Isso está me atormentando. Tomara que seja somente coisa da minha cabeça, ou não? Talvez seja bom amar ele, mesmo ele não me amando de volta, seria legal sentir que eu amo alguém, é estranho pensar assim? Ou eu deveria ficar mais quieta? Deveria botar tudo pra fora? De uma vez ou em partes? Eu acho que eu penso demais, ou até mais que o demais, mais do que deveria, será que a carência da TPM? Por mais que eu não sinta nada na TPM, sempre tem alguma coisa que incomoda. Quer saber!? Dane-se tudo! E todos! - Na verdade, eu não tenho nada pra fazer agora. - Ele sorri, um sorriso honesto? Talvez, me faz sorrir também. Olho para Bárbara e ela está com uma cara meio decepcionada, mas eu não ligo. Na verdade eu ligo sim.

- Ótimo. - Ele diz calmo e vai, olha para trás esperando que eu vá também, logo sigo ele. Estamos de frente para a escada e ele se vira pra mim - Eu quero te falar uma coisa, na verdade, te entregar duas coisas. - olho para ele com um olhar confuso.

- O que você quer me entregar?

- Primeiro: Não fica brava, agora você tem um novo. - Ele diz - Só um segundo, eu já volto. - Ele vai para o quarto. E, eu volto a pensar de novo, como eu sou burra! Ele nunca iria gostar de mim! Nunca! Eu queria não ser assim, mas eu sou. Eu gosto dele, não! Eu amo ele! Mas ele não, ele não liga pra mim, não, ele nem quer saber de mim. Bom, é o que parece. Eu sei lá, eu sinto ciúmes de algo que eu nem tenho pra mim. Ver eles juntos é como ver... É como ver... Argh! Vai a merda, puta que pariu! Eu quero chorar, mas eu não posso chorar. Eu não sei, eu vejo ele com a Sara, e quando ela toca nele, parece que eu mesma cravei uma faca no meu coração. Ah meu Deus! Eu sempre espero uma mensagem nele, como se fosse algo importante, e é! Ele é importante! Meu Deus, toda vez que eu olho de relance para aquela porra de celular, parece que eu vejo uma notificação dele, mas não, não é, nunca é, me sinto culpada por não mandar mensagem, mas se eu mandar mensagem, eu vou parecer que estou me humilhando, e não acho que estou me humilhando, mas, eu... Eu não sei.
Ele volta e me olha, e eu me pergunto o que ele queria me entregar, e ele entrega o livro, mas não era o mesmo, sinto meu coração cair em um abismo sem fim, onde estava o livro que meu namorado me deu?

- Dante, esse... Esse não é meu livro. - Digo com algumas lágrimas no olhos, isso foi a gota d'água.

- Eu... Ele... Me desculpa, eu não queria fazer você ficar assim, foi um acidente, ele caiu no mar, eu não consegui achar. - Ele diz e eu olho para ele indignada.

- Como é que é!? - Eu digo com um pouco de raiva, ele sabia que era importante! Ele sabia!

- Eu sei que não dá pra recuperar, me desculpa [você]... - Não! Não, eu não te perdôo! Era isso que eu queria dizer.

- Eu... Eu... - Me afasto dele olhando para ele indignada com o que ele fez, tinha uma mistura de tristeza e raiva nos meus olhos, eu não gostava de nada disso. Por que? Já não basta você não me amar? - Você... - Sinto as lágrimas caírem. - Pegou meu livro e deixou ele cair no mar, ao invés de me dar ele junto com as minhas outras coisas? Foi isso? - Ele concorda.

- Me desculpa, por favor, me desculpa.

- Não! Não! Não! - Eu falo em um tom mais alto. - Você perdeu a única coisa que eu tinha! Você perdeu ele! Eu não tenho mais nada! E a culpa é sua! - Eu quero deixar isso bem claro para ele. Eu explodi, foi a gota d'água, já não era o suficiente ele não me amar!? - Eu quero deixa isso bem claro pra você! Eu tô com raiva de você!

- Me desculpa! Por favor, me desculpa! Eu imploro! - Ele diz desesperado.

- Dante, para! Já deu! - Eu saio andando e ele vai atrás de mim.

- [você], eu sei que o Guilherme era importante pra você. Eu sei que ele te deu aquele livro antes de morrer no acidente. Você tem todo direito de ficar irritada comigo, eu concordo com você. - Ele vai me seguindo.

- Tá. - Eu digo grossa para ver se ele se toca e para de ficar correndo atrás de mim.

- Eu não vou parar!

- Vai ficar andando até se cansar então.

- O que eu preciso fazer para você aceitar as minhas desculpas?

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Hello, hello. :)