antes de tudo: advérbio de modo is my passion. não revisei.
<3Era agosto, pouco antes das aulas voltarem. Jungsu pensava em como gostaria de apenas ficar mais um mês sem responsabilidades, mas precisava lidar com as consequências de suas ações — se matricular na faculdade. Ao menos algo bom viria com isso. Por mais que estivesse cursando pedagogia, Jungsu amava mais que tudo cantar. Pouco tempo depois de entrar na universidade ele decidiu montar uma banda com outros amigos do curso, Seungmin, o baterista — que por vezes acompanha o vocal —, Hyungjun, o guitarrista, Jiseok, vocalista e responsável pela guitarra elétrica, Jooyeon, vocalista e baixista e ele mesmo, tecladista e vocalista. Era uma banda cover de rock, muitas vezes emo graças a Jooyeon, e ele não podia mentir, simplesmente adorava a ideia de uma banda de rock composta por caras que darão aulas para crianças. Todos têm uma ótima relação entre si, mas os relacionamentos de Jungsu fora da banda sempre foram caóticos demais para os amigos acompanharem. Ele sempre dava demais de si para quem lhe dava o mínimo e esse com certeza foi seu crime — amar demais. Ele já tinha problemas demais com outras coisas e esse não deveria ser mais um, mas era.
Naquele dia, onde a banda finalmente tocaria após dois meses, Jungsu teve seu coração quebrado. Não era novidade seus relacionamentos acabarem, mas ele estava puramente de saco cheio. Não conseguia entender o que era tão errado em si para sempre dar errado. Há realmente a possibilidade de todos com quem ele se relacionou serem babacas? Era um questionamento um pouco sem sentido quando ele parava para refletir bem pois, sim, todos os caras eram babacas. O Kim sabia que se esforçava muito pelas pessoas e que esse era seu único erro em suas relações, mas era quase impossível pensar direito naquele momento. Ele sentia muita raiva de si mesmo e queria que aquele fosse o único sentimento possível de se sentir, porém ele já tinha suportado muito toda a negatividade que insistia em crescer dentro de si. Ele, acima de toda a raiva que sentia, estava triste. Terrivelmente triste. Jungsu sentia que poderia chorar por dias a fio que a tristeza não sairia de seu corpo. Pela primeira vez, ele perdeu toda a confiança que tentava com muito afinco preservar. Nunca se sentiu realmente bonito ou bom em algo, mas há muitas coisas que ele guardava em seu coraçãozinho cansado que não pretendia mostrar e dessa vez não seria diferente. Ele encontraria seus parceiros de banda, faria piadinhas, se dedicaria ao show e iria embora. Nada além disso. Seu plano parecia fácil, não era complicado fingir que estava tudo normal, mas Jungsu nunca foi uma pessoa que faz planos e, com isso, nem ao menos sabia como seguir o planejado. Ao ver toda a banda olhar para ele com feições preocupadas, Jungsu percebeu que seu plano tinha muitos furos para dar certo. Ele não se deu ao trabalho de aparecer com uma cara saudável sendo que é minimamente vaidoso e não imaginou que isso seria um problema. Tudo em si parecia quebrado, incluindo sua rotina. Ele não sabia mais como costumava encarar as situações, como agia normalmente, até respirar parecia uma coisa estranha. Ele não sabia o que fazer, simplesmente não sabia. Tudo parecia errado, mas ele apenas sorriu gentilmente aos amigos, que apenas entenderam que não era um bom momento para falar sobre aquilo. Seguiram o script que Jungsu transmitia com olhares e esperaram que ficasse tudo bem.
Mesmo com o coração e cabeça fazendo um trato de causar um turbilhão de sentimentos ruins e pensamentos confusos no garoto loiro, ele se dedicou ao ensaio e tentou soar o mais natural possível. Para o seu alívio, deu tudo certo e logo eles puderam descansar. Era um festival qualquer entre duas faculdades para celebrar o início do novo semestre e a banda estava animada por tocar para tanta gente e Jungsu tentou seguir o entusiasmo. Estava um pouco mais calmo por ter a companhia dos quatro garotos caóticos que dividiam um único neurônio e soltava sorrisinhos aliviados com isso. Não importava o quão quebrado estivesse, seus amigos sempre tratariam de montá-lo novamente com bom humor e coca cola.
Como precisavam seguir alguma coisa para o show, Seungmin planejou a tracklist da apresentação e passou aos demais. Seriam a última banda a se apresentar, o que gerava um nervosismo gostoso a mais. Seriam cinco músicas minuciosamente escolhidas, uma por cada membro. Jooyeon, seguindo sua alma emo e fanboy de 5 Seconds Of Summer, escolheu Ghost Of You, Jiseok escolheu Stay do Justin Bieber — o que ainda chocava os amigos que não sabiam que o garoto estava a um passo de carregar uma foto do ídolo em sua capinha de celular —, Seungmin, que estava numa vibe pop, escolheu Shivers do Ed Sheeran e, totalmente fora da expectativa, Hyungjun demonstrou querer cantar We are, música de Woo Wonjae. A última música, que seria escolha de Jungsu, ficou um mistério. Eles ensaiaram várias, mas o garoto estava com sentimentos conflitantes dentro de si, ainda mais por largarem a temática rock dessa vez. Banda cover de rock era um nome muito longo, dessa vez decidiram ser apenas uma banda cover sem o rock.
Foi ficando cada vez mais tarde e a ansiedade dos meninos crescia rapidamente. Felizmente, para eles, isso era bom. Infelizmente, para Jungsu, aquilo significava ter muito tempo para se dar conta de todos seus sentimentos. A ansiedade rapidamente passou para um estado deprimido e desesperado. Ele só queria ir para seu mini apartamento chorar em sua cama de casal que mal passava pela porta, mas não podia ainda. De repente Jungsu sentiu que era uma bomba relógio e o tempo estava acabando. Assim que o penúltimo artista saiu do palco, o mais velho do grupo tentou descontroladamente organizar o mais rápido possível seu teclado e os instrumentos dos demais. Ele realmente estava desesperado. Iniciaram o show o mais rápido possível com Jooyeon desajeitadamente apresentando-os e revelando a primeira música. Estava tudo indo melhor que o esperado considerando o emocional abalado do tecladista, mas eles chegaram num impasse. Era a quarta música e o loiro não havia dado um único sinal de qual música escolhera. Hyungjun, que estava ao seu lado e era o mais calmo de todos ali, recebeu os olhares preocupados de Seungmin atrás dele e foi perguntar cuidadosamente a Jungsu qual foi sua decisão. Ainda meio incerto do que responder e com os dedos trêmulos, soltou bem baixinho “Drown” e torceu pro mais novo entender (e ele entendeu). A resposta foi passada de membro em membro até todos olharem para Jungsu e assentirem com a cabeça. Seungmin, percebendo como o amigo estava um caos por dentro, começou tocando com mais emoção que o normal. Ele sabia que Jungsu desabafava mais cantando do que dizendo suas próprias palavras e, mesmo que fosse perigoso, achou uma boa ideia fazer daquele momento a sessão de terapia do mais velho. O primeiro toque da baqueta de Seungmin soou como um divisor de águas para o loiro. Todos estavam silenciosamente de acordo com aquilo, menos Jungsu que nem havia percebido, mas instintivamente fazia o mesmo. A música pareceu combinar perfeitamente com os pensamentos de Jungsu. Ele nunca parou para pensar profundamente na letra, afinal, não era o melhor em inglês, mas deu uma atenção maior e tudo se encaixou bem. Ele sentiu uma liberdade inexplicável ao cantar, mesmo que preso a linhas já escritas por outra pessoa. Parecia apenas muito certo fazer aquilo do jeito que estava, ainda que o timer tenha apitado e ele explodido bem ali. Como saiu daquele palco e voltou para sua casa era um mistério que ele não estava disposto a descobrir quando acordou, apenas virou para o outro lado e voltou a dormir.
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i can't fix him (he's not broken) • gunil+jungsu
FanfictionEm mais um dia em que seu coração foi quebrado cruelmente, Jungsu encontra conforto em poder cantar com todo o seu coração num palco. Num festival universitário qualquer, ele reúne todas as suas dores e canta Drown, do Bring Me the Horizon, como se...