Colônias de Trappist-1, Planeta e.
Saber qual próximo passo em uma situação tão delicada parecia uma das decisões mais importantes que Marcelo deveria tomar o quanto antes. Com tantas questões em sua mente, diferenciar onde era o fim de seu ciúme de Belle Belinha e Carlisle, e onde começava sua vontade de fazer a coisa certa, martelava a sua consciência constantemente.
— Você não vem? Pretendo começar a extração assim que achar o banheiro que procuro — hablou Belle Belinha. — Meses de pesquisa e financiamento finalmente irão valer a pena!
— Podem ir na frente. Eu... vou descansar um pouco — respondeu, forçando um pequeno sorriso com o canto de sua boca.
Em contraste com o entusiasmo da e-girl, Marcelo Aipim arrastava a voz sem nem mais poder esconder seu incômodo com a situação. Os olhos vibrantes do patriarca do clã dos Cullen eram atentos, e notaram que não parecia confortável.
Carlisle fez menção de se aproximar, mas Belle Belinha o segurou em uma de suas mãos geladas vampíricas e andou na frente com ele.
— Vamos logo. Ele nos alcança depois.
Não estavam há muitos metros da civilização nativa mais próxima, de acordo com o que o dispositivo de localização mostrava.
Em uma última troca de olhares, Marcelo e Carlisle se despediram em um silêncio que falava mais do que a voz cansada do professor de Astronomia Esférica.
Com os braços encolhidos para se aquecer do frio, só lhe sobrou observar os dois companheiros de equipe andarem juntos em direção ao provável banheiro mais próximo. Tudo o que fez foi se manter em silêncio, com a garganta fechada como se houvessem lhe atravessado uma espada no pescoço.
Os minutos correram.
Agora sentado sobre um tronco caído e úmido, Marcelo notou a aproximação de uma criatura estranha. Um pombo.
Curioso, pensou. Mas o que uma criatura acéfala como aquela estava fazendo em um ambiente extra-terrestre? Não era tempo para pensar nisso.
— Vá embora! — requisitou.
— Ok — respondeu e voou embora.
Só então, ele notou a aproximação de alguém tão inusitada quanto a ave anterior, mas com uma forma humana - ou algo próximo disso. Desengonçada, ela vinha na direção de Aipim montada em um príncipe-cavalo muito atraente.
— Hello Guys — cumprimentou.
— Quem você? — Marcelo perguntou. — Ai meu deus! É a Taylor Swift?! — julgou pelo desnível de sua corcunda.
— It's me.
— Valéria? — se corrigiu.
— Almeida! — completou.
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Segundos de Arco
FantasyA colonização de outros planetas não é mais apenas uma ideia em obras fictícias, mas sim a principal forma de sobrevivência da raça humana depois do esgotamento dos recursos da Terra. Para isso, pesquisadores se expõem a treinamentos intensos e miss...