Capitulo 13

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Seus dedos passavam sob o sobretudo, apertando a cintura de Castiel. Parecia loucura, mas senti-lo em seus braços o fazia arrepiar e um calor incomum subir pelo seu corpo. Sentia o cheiro suave de Baunilha entrando em suas narinas, o viciando, o inebriando, fazendo-o querer mais daquele aroma e do contato.

Então outra parte da lembrança veio-lhe a mente. Os olhos de Castiel, algo tão marcante quanto seu cheiro. Íris azuis, cristalinos e brilhantes como água sendo tocada pela luz do sol. Eles também escurecia quando Castiel estava distraído, Dean notou... Seus lábios ligeiramente abertos quando seu olhar encontrou o do loiro foi com certeza a coisa mais linda que ele já viu de perto.

- Castiel...

...

E aí ele acordou. Olhou em volta, percebendo estar no quarto de hotel barato. Suspirou, remexendo-se na e olhando para a mesinha de centro, pegou seu relógio de pulso que estava alí e observou... Duas da manhã. Droga! Havia sonhando com Castiel.

Desde o dia em que Castiel passou a noite no quarto, pensamentos estranhos vem rodeando sua cabeça. Perguntas e comentários como: "Ele gosta de homens?", "Ele fica bonito de sobretudo", "Ele é solteiro?".

E a pergunta mais recente: "E se eu o beijasse? Ele me afastaria?"

O loiro não entendia por que essas perguntas rodeavam sua cabeça de maneira tão repetitiva. Sua mente estava completamente bagunçada, talvez estivesse tudo tão fora dos eixos que estivesse confundindo as coisas.

Ele suspirou.

- Dean? - A voz de Sam foi escutada, baixa, calma e sonolenta. - Tudo bem?

- Hm.. Claro. - Respondeu, virando-se para o lado contrário.

- Ei. - Ele começou. - É normal ter dúvidas.

Dean se levantou, ficando sentado na cama, então olhou para o mais novo.

- O quê?

- Ter dúvidas sobre si mesmo. É normal. E se você quiser conversar... - Ele tentou.

Certo, duas da manhã não era realmente um horário para se conversar coisas desse tipo, mas era uma oportunidade! Quantas vezes Sam já tentara conversar e o mais velho só o evitara? Bem, é muito melhor do que Dean afastá-lo bruscamente. Ele estava deixando se levar.

- Não! - Disse o loiro rapidamente. - Agora não... Tá?

Sam respirou fundo.

- Dean, você precisa derrubar essa barreira. Se deixe pensar, se conheça. - Tentou aconselhar.

- Não dá, entende?! - Exclamou exaltado. - É tudo tão confuso, minha mente está uma merda e olha que estamos aqui há uma semana! Cacete, eu vou ficar maluco desse jeito... - Desabafou.

Certo, não foi do jeito que Sam esperava, mas foi um bom começo.

- Pode falar mais. Desabafe se quiser. - Sam encorajou.

- Tá me estranhando, Sam? Que porra de desabafar!- Dean deitou-se novamente e se virou.

Sam fingiu que isso não foi homofobia e machismo leve disfarçado. Afinal, é só uma máscara para cobrir o efeito do comportamento de seu pai sobre ele.

Dean via seu pai como um herói, um super-homem. O via como a melhor figura a ser seguida e isso influenciou em seu comportamento hoje. Então Sam decidiu que tentaria aos poucos e permitiria que Dean se abrisse devagar, em seu tempo.

Perseguido ~ DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora