Criamos nossa própria mentira, moldamos nossa própria realidade, e agora estamos com medo de encarar a verdade.
Por favor, Lana Miller.
Me diga que isso não é um adeus.
Ambos podem e querem se ajudar, tendo um acordo justo entre eles.
Jobe quer con...
Fiz tudo porque me sinto bem Pode largar tudo se você se sente mal É melhor viver sua vida Nosso tempo está acabando
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●PRIMEIRA ERA● A MENTIRA
○SEMANA UM○
EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE VIVER E EXISTIR. A maioria das pessoas entediantes habitantes desse planeta se contentam em apenas existir, talvez com medo de viver, presos em um padrão de vida imposto pela sociedade, ou por simplesmente não saberem ao certo como viver.
Isso era a razão de Lana somente existir. Não saber como viver.
Passou toda sua vida acorrentada nos objetivos infiltrados em sua mente, planejando e trabalhando imensamente para o futuro, esquecendo de viver o presente.
Sempre quis a liberdade, não como os jovens por aí almejam, beber, se drogar ou ficar com várias pessoas sem assumir as consequências posteriormente, mas sim a liberdade de falar, dançar, cantar, sorrir, amar, viver, sentindo a felicidade se espandir em cada célula de seu corpo.
O fato nesse momento é que Lana simplismente está cansada. Cansada de viver sendo figurante de sua própria vida.
Ela acordava, ia para a escola vivendo nas sombras do local, depois para a cafeteria trabalhar, tentando buscar o mínimo de independência, visitava sua avó no asilo, estudava, e as vezes voltava para casa vendo sua mãe embriagada, ou com algum cara que só está disposto a usar o corpo dela.
Não queria se vitimizar, ou tentar achar culpados para tudo que acontecia ao seu redor, no fundo a garota sabia que a única culpada pela sua vida medíocre era ela mesma.
Vendo isso tudo, a proposta de Jobe ainda martelava em sua mente, fazendo a brasileira ficar mais pensativa do que o normal, e isso a deixava irritada, seus pensamentos as vezes era seu maior inimigo.
Agora sentada na cadeira branca, em meio ao jardim ilumidado com as usais luzes artificiais e naturais brilhantes no céu britânico, ela desabafava para aquela pessoa que sempre a acolhia independente do quão grave a situação se encontrava.
ㅡ É isso vovó, talvez eu seja estúpida por deixar um elite fazer minha cabeça assim, mas eu não posso negar que isso mecheu comigo.
Por sorte, hoje Lana foi liberada mais cedo da cafeteria, aproveitando para passar no asilo e visitar sua vó.
A senhora Bette Miller era uma mulher extremamente inteligente, a personalidade da mesma até parece com a de sua neta, mas algum tempo após se mudarem para Inglaterra, a saúde da mulher ficou estremamente frágil tanto fisicamente quanto psicologicamente.
ㅡ Mecheu com você querida? ㅡ questionou a idosa com a voz madura, fazendo a menina assentir. ㅡ Mas você não estava interessada naquele garoto italiano, como se chama mesmo.
ㅡ Henry ㅡ susurrou. ㅡ Não estou interessada no Jobe, mas talvez eu esteja interessada na proposta dele.
ㅡ Compreendo meu bem. Então o que deseja? O que deseja que o garoto faça por você? ㅡ perguntou lentamente.
ㅡ Bem. É meio vergonhoso dizer, mas eu queria me sentir relevante de alguma forma na escola entende? Estou começando o terceiro ano vovó, e ainda me sinto como uma novata não adaptada no colégio, uma sombra, um nada, as vezes isso é bom, porém com o tempo se torna um vazio ㅡ argumentou com sinceridade.
ㅡ Então quer ser popular? ㅡ perguntou passando a mão enrugada nos cabelos cacheados da neta, em forma de afeto.
ㅡ Não diria ser popular vovó. Eu só quero ser relevante ㅡ disse olhando para baixo.
ㅡ Por que você não se torna popular ou relevante como diz, com seu próprio mérito? ㅡ questionou.
ㅡ Só os mais ricos tem a popularidade naquela escola, ou os que tem forte laços com eles.
Realmente.
A clássica escola britânica, era conhecida pela melhor qualidade de ensino e consequentemente estudavam somente os melhores alunos. Alunos esses que carregavam consigo um futuro promissor pela frente.
Nessa instituição de ensino médio, tudo era dividido, tal divisão não era explícita ou radical, mas ocorria. Todos sabiam o grupo que pertenciam, sabiam onde se encaixavam, Lana dividiu mentalmente as hieraquias ou grupos escolares.
Na base tinhamos os insignificantes, eles estavam naquela instituição como figurantes, formada normalmente pelos calouros do primeiro ano, pessoas que não tinham tanto dinheiro assim para serem consideradas relevantes, ou no geral aquelas que não se destacavam em algo significante, independente da série, como Lana, cujo já se encontrava no terceiro ano.
No meio haviam os centro, eles tinham ligações entre os insignificantes e os elite, não se definiam entre a base e o topo. Não eram tão ricos, mas não deixavam de ter uma certa grana, faziam algumas festas, eram convidados para outras e viviam no centro de tudo sempre ligados no que acontecia.
Já no topo obviamente era os elite. O nome que os denomina já diz tudo, a elite sempre foi e sempre será o topo de tudo, de riqueza a popularidade, qualquer merda que eles fizessem era memorável ou icônica, algo no mínimo desprezível.
ㅡ Bem querida ㅡ começou a mais velha cortando o silêncio que havia se instaurado entre ambas. ㅡ Faça o que queira fazer. Se tem uma coisa que eu me arrependi durante os meus oitenta e sete anos de vida, foi daquilo que eu não fiz. Por medo, insegurança, ou pilha social como vocês jovens dizem.
Realmemte. Lana já havia se privado demais, se cobrado demais, as vezes sentia que devia carregar o mundo em suas costas, esquecendo completamente que só era uma adolescente de dezessete anos.
A última frase da mais velha foi impactante o suficiente para ela.
Era melhor se arrepender de algo que você fez e lhe serviu como aprendizado, do que se arrepender daquilo que não fez, se auto condenando pelos momentos memoráveis perdidos.
Resumidamente:
Que se dane, só se vive uma vez.
Espere Jobe Bellingham, Lana Miller está mais próxima do que você espera.
○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ NOTAS DA AUTORA 971 Palavras Provavelmente o capítulo mais curto da fic.
○MEME DO CAPÍTULO
Lana nos status do Whatsapp
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