—Não acredito, tanta humilhação e não descobri nada novo, Hyunjin vai cuspir na minha comida, Félix vai leiloar minhas roupas e vou ter que comer minha câmera porque meu dinheiro todo foi nessa coisa mais cara que minha casa, céus eu tô tão ferrado—se jogou no sofá mas levantou pelo incômodo que a luz fazia em seus olhos, olhou pela janela e tentou manter um sorriso—Pelo menos esse hotel é agradável e bonito. Espero que ele tenha pagado isso.
E não, ele não sabia o que aconteceu durante aquele tempinho, pois quando entrou no táxi enquanto "atuava" ele sem querer dormiu de verdade. Mas felizmente, acordou naquele hotel e não em um cativeiro sinistro. Chegou e deu uma pausa e tomou um banho, usando as mesmas roupas e olhou em volta, a casa era bem decorada mas nada extravagante, era confortável e rústico, com mudas espalhadas pela base da janela e alguns potes de comida no chão, tinha animais no hotel? Ele olhou pela janela novamente e viu árvores e flores um pouco familiares, espera...
—Acordou finalmente... você é mais pesado do que parece sabia?—Know disse, ele cheirava a sabonete e os fios estavam molhados, ele usava uma bermuda e uma regata, Jisung em uma breve encarada na figura a sua frente notou algumas tatuagens que ele desconhecia, espera, o que Lee Minho fazia ali?
—Ué, você ainda tá aqui?
—Aqui é minha casa, eu estaria aonde?
Jisung pareceu concordar e ao notar a frase ele arregalou os olhos e se pôs a prestar atenção em alguns detalhes, as plantas lá fora iguais a que viu antes, alguns quadros de Minho com gatos, e quadros com alguns deles.
—S-sua casa?? Você disse que me mandaria para um hotel!!!
—Eu sei... eu só não fiquei confortável em mandar você inconsciente e sem supervisão à um hotel...—estendeu a toalha no varal fora da janela e viu Han concordar com suas palavras—Ei... eu disse isso depois de você desmaiar...
Sorriu ladino e cruzou os braços, o aperto fazendo as tatuagens ficarem mais a mostra, Jisung se sentia intimidado toda vez que fixava o olhar nos olhos de Minho, ainda não se acostumou o mais velho com a atenção toda em si.
—Falou?? Não, você disse... antes de eu desmaiar, ou meu cérebro é bom, ora que sorte a minha.
Know revirou os olhos e não deu tempo até um miado fino atrapalhar a conversa desajeitada dos dois rapazes, ele apanhou um gato laranja em seu colo e acariciou o meio de suas orelhas, Jisung achou fofo e logo outro apareceu em sua visão, ele era de pelagem mais escura e o olhava com seus olhos felinos, Jisung ficou sem jeito e leu em algum site que alguns gatos são bem ariscos com estranhos e ele decidiu não invadir o espaço pessoal do gatinho bem na sua casa, Lee riu.
—Este é o Doongie, esta daí é a Dori—apontou respectivamente para cada gato, aproximou Doo de sua bochecha dando um abraço antes de coloca-lo no chão—Meus filhos amados—sorriu fazendo os olhos curvarem em linhas finas e adoráveis, Jisung não havia lido que ele tinha gatos e não sabia que ele chegava a ser tão adorável, sabia que já havia investido muito dinheiro em caridade para animais carentes, mas né, mídia. Jisung se arrependeu de pensar sobre isso ao ver o sorriso singelo de Know para seus filhos.
—Então, Han Jisung, o que você quer?—perguntou pouco ríspido cruzando os braços novamente.
—Como... como você sabe meu nome?...
O mais velho olhou para o lado do azulado, a mochila em cima da cadeira no canto da sala.
—Você mexeu nas minhas coisas!? Isso é invasão de privacidade!!—reclamou ao perceber o que o dançarino havia feito.
—Você me perseguiu, isso é crime!!
—Poh, aí perdi o argumento.
Droga, Minho sabia sobre Jisung, e provavelmente sobre sua "missão" aquilo era ruim, mas era o momento certo, ele já sabia de tudo e esperava uma resposta clara de porque aquele cara de cabelo azul havia o perseguido, o fazer carrega-lo desacordado dentro de um uber, e o trazer em sua casa sem mais nem menos. Jisung suspirou, pegou a câmera e colocou no pescoço, pegou um bloquinho da mochila e abriu, mostrando a foto que Hyunjin havia lhe mostrado no começo do dia. Minho com um bebê no colo. O mais velho olhou atentamente esperando a explicação.
—Eu sou jornalista e eu vim descobrir sobre isso, essa criança, ela é sua filha? Você é tão sumido de todas as redes, e o que surge depois de você desaparecer por quase um ano é essa foto, então a especulação é óbvia, você tem uma filha...
Jisung falou rápido e entendido sem gaguejos como o bom profissional que era, e o que o outro poderia ter feito ele fez, riu.
—Cara, essa daí não é minha filha não—respirou e Jisung se sentiu, ainda mais, humilhado—É uma sobrinha minha, sumi por causa disso, casamento da minha irmã e minha sobrinha nascendo, muita coisa.
Jisung se sentia estúpido.
Ele sabia que era, mas aquilo foi demais.
Mas ele sentiu um certo alívio ao saber que aquele bebê não era de Know, e ele estava solteiro.
—Olha que acaso, haha, bem me desculpa por tudo que te fiz passar hoje, não queria tomar seu tempo Lee Know, sério.
Ele se levantou e pegou a mochila, logo soltou um muxoxo e virou para o outro novamente.
—Se não for demais... eu posso pedir mais alguma coisa...?
Minho suspirou e cedeu. Concordando com a cabeça.
—Posso tirar uma foto sua com seus filhos? Não vou vazar nem nada... olha não precisa aceitar.
Minho sorriu, de fato ele odiava tirar fotos para fins profissionais mas aquele pedido foi inusitado, e tudo ele fazia pelos seus filhos.
Jisung conseguiu capturar uma de suas fotos mais bonitas e puras de toda sua carreira. Ele era jornalista e sempre procurava ao fundo toda a verdade que lhe convém, ele escutava e acreditava em tanta especulação que esquecia que por trás das notícias e manchetes exageradas existem pessoas reais, fora das telas, com sonhos e vidas diferentes.
E pela primeira vez em um metrô totalmente lotado, ele sorriu, apertando a câmera entre os dedos e olhando a tela, Minho estava sentado no sofá, com Dori em seu colo, Doongie e Soonie um em cada lado de seu colo, a luz da tarde laranjada batia contra seus fios escuros e refletia em seus olhos, o sorriso desenhando seus lábios parecendo rasgar suas bochechas mostrava uma felicidade jamais fotografada pelo azulado, ele apertou no botão e avançou. Havia três fotos, uma para cada filho de Minho, e a última o fez apertar o peito. Era uma de Lee que ele tirou sem que o moreno soubesse, este estava de costas para a câmera com os braços apoiados na janela e suas tatuagens a mostra, havia várias flores ao seu redor que entravam pela janela aberta, a luz alaranjada dando ao ambiente uma serenidade ótima e beijando o rosto corado dele, Jisung suspirou.Aquelas fotos era suas preciosidades, jamais vazarias elas, pois não eram apenas fotos.
Eram o retrato do verdadeiro Lee Minho.
E do dia que Jisung aprendeu que nem tudo eram sobre suas especulações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
manchete [MI+SUNG]
Fanfiction📸SHORTFIC⛓️MISUNG🐱¡jornalismo au!🖤#ADAPTAÇÃO🎸 Han Jisung sempre foi curioso pacas e um fofoqueiro de primeira, então jornalismo caiu em si como o curso de sua vida. E com seu novo estágio ele sentia seus sentidos aguçarem. Mas ele poderia encara...