𝗯𝗮𝗯𝘆, 𝗶 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝘆𝗼𝘂𝗿 𝘀𝗰𝗮𝗿𝘀

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(fanart feita por @/era._.ezra do instagram)

Já passavam das três da manhã e Sal não conseguia dormir, estava preso em mais uma de suas incontáveis crises, essas que haviam cessado desde que começara a namorar Travis, o garoto de cabelos loiras que o fazia se sentir especial.

Sem conseguir mais controlar seu choro, soluços se tornam cada vez mais altos no quarto, fazendo o garoto ao seu lado despertar de seu sono, ligando o abajur na mesinha de cabeceira e se sentando na cama para encarar o Fisher. Antes verificando as horas, 03:53.

- Sally? - Travis indagou com a voz rouca e ainda sonolenta.

Sal nada falou, ao menos encarou seu namorado, pelo contrário, o azulado enterrou seu rosto ainda mais no travesseiro, abafando seus soluços altos e molhando-o com suas lágrimas.

- Amor, o que aconteceu? - mais uma vez Travis falou e novamente não obteve respostas.

O loiro sabia o que estava acontecendo, já havia presenciado algumas das crises de Sal e também sabia que o mesmo não gostava nem um pouco que o vissem nesse estado.

- Travis, o-olha pra mim. - Sal finalmente se pronuncia, com a voz embargada, se sentando na cama e ficando de frente para o namorado, esse que encarava-o como fora pedido. - E-Eu sou uma aberração para você?

- O que? Claro que não, Sal!

- Então se eu não sou uma aberração, o que você vê? - agora com a voz um pouco mais calma, mas com lágrimas escorrendo a todo instante, ele desvia as íris azuis das acastanhadas de Travis, esse que em nenhum momento ousou desviar o olhar.

- Eu vejo o garoto mais lindo do mundo, vejo o Sally Face, o garoto que há uns poucos meses atrás não tirava as Maria-Chiquinhas dos cabelos, mas que agora está usando todo tipo de penteado nessa cabeleira azul tão linda que eu amo bagunçar, arrumar, lavar e ás vezes até puxar. - fez uma pausa, sorrindo, e, mesmo ainda com lágrimas nos olhos, o Fisher também se atreveu a sorrir de lado. - Eu vejo o melhor amigo do Larry, o garoto da máscara foda, o cara que enfrentou meu pai só pra não ter que manter nosso relacionamento em segredo, e, o mais importante, o meu namorado. O dono dos olhos azuis hipnotizantes que eu me apaixonei. Eu vejo Sal Fisher, o meu eterno amor.

Por fim, o Phelps depositou um selar nos lábios finos e levemente rachados do namorado.

- Obrigado, Travis. - Sal sorriu pequeno, começando a secar as lágrimas que ainda insistiam em escorrer em seu rosto marcado por cicatrizes. -Você é a razão pela qual minha pouquíssima autoestima existe.

- Essa autoestima deveria ser maior, não se trata só de algo tão superficial quanto beleza exterior. Você é lindo por dentro também, Sally. - com o indicador, Travis aponta para o peito do namorado. - Nossa maior beleza não tá no rosto, mas sim no coração. - ambos sorriram, Sal estava finalmente calmo e sorria extramente bobo pelas palavras doces do namorado.

- Eu te amo, Travis. - arriscou pronunciar aquelas palavras em voz alta mesmo que tivesse medo de soar "emocionado demais" já que estava com o loiro há poucos meses.

- Eu te amo mais, Sally.

O quarto se manteve em um silêncio confortável por alguns minutos, até o Phelps ter uma ideia.

- Não que precise, mas pra provar todo o meu amor por você, Sal Fisher, eu vou beijar cada uma de suas cicatrizes. - o azulado arregalou levemente seus olhos, ele não achou a ideia ruim, porém não pôde deixar de ficar surpreso e extremamente bobo com a demonstração de afeto.

- Travis, não precisa disso. Desse jeito, você vai se cansar de me beijar. - tentou impedir o mais alto, embora não quisesse que ele parasse.

- Eu nunca vou me cansar de te beijar, amor. Aliás, eu amo as suas cicatrizes, elas fazem parte de quem você é.

Com sorrisos bobos nos lábios de ambos, Travis, delicadamente, deitou o corpo de Sal no colchão e sentou-se em seu colo. Assim, o loiro começou a distribuir beijos molhados por todo o rosto do Fisher.

Bochechas, lábios, nariz, testa, queixo, maxilar, têmporas e até mesmo nas pálpebras. Cada centímetro de pele no rosto coberto de cicatrizes de Sal, o loiro beijou, e quando não tinha mais o que beijar na face do azulado, Phelps desceu para o resto das cicatrizes em seu pescoço, essas que não eram tão profundas quanto as do rosto mas que ainda sim eram bem evidentes e também faziam parte das inseguranças de Sal.

Quando os beijos finalmente cessaram a camisa do pijama de Sal já estava quase aberta por completo, com exceção dos quatro últimos botões, e os beijos molhados haviam se transformado em leves chupões no abdômen pálido do garoto deitado.

- Acho que me empolguei demais. - Phelps indagou um pouco sem graça e começou a abotoar a camisa do namorado, este que apenas sorriu e, embora estivesse gostando da situação, apenas deixou que o garoto sentado em seu colo abotoasse a camisa em seu corpo.

Mais silêncio confortável se instalou no quarto quando Travis saiu do colo de Sal, esse mesmo silêncio que não demorou a ser quebrado novamente.

- Já passam das cinco da manhã, o que você quer fazer agora? - o loiro questionou encarando o garoto ao seu lado, procurando uma resposta nos olhos azuis do mesmo.

- Não sei, podíamos fazer uns cupcakes e depois assistir filmes ou desenhos animados. O que acha?

- Adorei. - sorriu empolgado.

Então ambos se levantaram da cama e antes de sair do quarto selaram seus lábios novamente. E assim seguiu a, agora manhã, do casal com cupcakes, pipoca, desenhos animados, filmes e muitos beijos e caricias apaixonadas.

o que acharam? comentem e votem, isso me deixa muito feliz e motivado!

scars || salvisOnde histórias criam vida. Descubra agora