Banana Split (Jeon Jungkook)

Desmaiar, vale?

🍌

— O de sempre, por favor. — Jungkook, simpático como sempre, sorriu para a garçonete. Um sorriso largo e alegre demais.

— Certo, Jeon. — Minji estalou o chiclete que mascava, nem anotando o pedido. Já sabia o que se configurava como "o de sempre". O fitou sorridente, antes de falar: — Não vai demorar.

É ela o motivo de suas idas constantes àquela lanchonete. No entanto, para todos os efeitos, estava ali porque é o lugar mais próximo da faculdade e a Banana Split é mesmo a mais divina das redondezas. Ninguém precisa saber da sua paixonite, embora nem ele saiba que suas bochechas tomam um tom rosado demais em sua presença. Ou em como seus olhos teimam em acompanhar seus passos. Embora não contasse a ninguém, seu corpo denunciava-o da forma mais constrangedora possível.

— Demorei? — Taehyung, melhor amigo do Jeon, apareceu bem em seu campo de visão, sorridente. Sempre sorridente demais.

— Na verdade, não, acabei de chegar.

— Fiz uma tatuagem! — Falou, analisando a expressão impassível de Jungkook. Ele subiu a blusa de manga e revelou a arte. Jungkook questionou internamente o que diabos era aquilo. — Maneira né?

— Combina com você. — foi a sua resposta, porque seu amigo é excêntrico e a nova tatuagem igualmente. Se visse aquilo no corpo de qualquer outra pessoa, certamente ia se questionar se a pessoa tinha parafusos a menos. — Foi por isso que faltou aula hoje?

— Foi. — respondeu rindo, enfim se acomodando no sofá vermelho confortável da lanchonete. — Já pediu? Quero uma cerveja.

— Não pode, vai acabar fodendo sua tattoo. Cerveja é remosa, maluco.

O loiro bufou, batendo com a mão na testa.

— Tinha esquecido. — claro que tinha, pensou o Jeon. Taehyung parecia uma criança às vezes, na maioria delas. Sempre seria mais apropriado.

— Fica num suco natural, vai ser melhor.

— Você tá parecendo minha mãe. — riu, logo fazendo uma careta. — Imaginar você nas roupas da minha velha é muito estranho.

— Porque me imaginou nas roupas da sua mãe? — franziu a testa, nem um pouco a vontade em se imaginar nas roupas largas de sua tia. — Que perturbador.

— O que é perturbador? — uma terceira voz intrometeu-se. E Jungkook sabia bem quem era. Se arrepiou inteiro.

— Jungkook nas roupas da minha mãe. — o loiro falou, rindo.

— Uau. Realmente, acho que isso deve ser bem perturbador de se imaginar. — ela entregou o pedido ao Jeon, enfiando ambas as mãos nos bolsos de seu avental branco.

— Vai por mim, é pior. Minha mãe tem umas roupas meio... — Taehyung não terminou, porque não sabia definir como era de fato as roupas de sua mãe. Talvez tão excêntrica quanto às suas? Peculiares? Enfim, eram coisas que quase o cegava de tão coloridas.

A garçonete riu e Jungkook estava ali, olhando-a e acompanhando o esticar de seus lábios e o som gostoso sair de sua garganta. Ficou hipnotizado.

Ela o encarou de volta, sentindo seu olhar queimar em si. Desviou os olhos de súbito, sentindo-se ferver por dentro.

— Se precisar de qualquer coisa, é só chamar. — falou para o moreno. — E você, coisa chata, o que vai querer? — Perguntou, pegando seu bloquinho.

Kim Taehyung é alguém que todos estimavam. Ele faz amizade fácil e é extremamente amável. Além de engraçado. Ele e a paixonite do Jeon se tornaram amigos logo no primeiro dia em que tomou coragem de entrar por aquela porta, quase um mês depois de se cansar de admirá-la pela vidraça. O recém tatuado pensou no que queria, pensou um pouco mais e, por fim, decidiu ficar no suco de morango e um pedaço de bolo vegano.