Provando do proibido

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E de fato, a noite rendeu. Jungkook, o tímido e introvertido aproveitou a festa como nunca antes. Dançou, beijou e desceu sua mão por todas as partes do corpo alheio. Descobriu na noite, entre conversas e risadas, muito mais coisa sobre ela do que poderia saber por todo ano. E foi incrível. Incrível ouvir sua risada, suas histórias engraçadas e problemas familiares. Estranhamente, tudo veio a tona, e não rompeu o clima gostoso que pairou sobre eles. Eles só falavam, abertamente, sem restrição, expondo tudo o que queriam, sem medo de estar ou não cruzando uma linha invisível do que é saudável de comentar em um primeiro encontro. A verdade é que tudo é saudável de se comentar em um primeiro encontro. Para Jungkook, ela poderia falar do que quisesse, não se importaria. Jamais. Era bom demais ouvir sua voz no pé do seu ouvido, puxando-o para perto a fim de garantir que estava mesmo ouvindo.

As horas passaram rápido demais, e o que antes era oito, tornou-se onze em um piscar de olhos. Meia-noite estava perto, não que isso significasse alguma coisa. Jungkook não estava em um conto de fadas. Mas, domingo estava perto. Perto demais e com isso, o fim da festa. Jungkook não queria se despedir, não depois de aproveitar tanto, beijar tanto e rir tanto. Fazia tempo que não se divertia assim e só queria prolongar mais e mais a sua diversão. Não via Taehyung desde que entrou pela porta principal e, num súbito momento de consciência, preocupou-se com o amigo. Onde estava? Estava bem?

- Não vejo Taehyung a horas, será que ele tá bem? - perguntou para a jovem à sua frente, que dançava sem muito ritmo. Uma coisa da qual Jungkook descobriu: ela era péssima com danças, mas ótimas em fingir saber dançar. E estava ótimo assim, era bem mais divertido.

- Te serve aquele ali? - Ela apontou para um canto escondido, próximo a escada que dava acesso ao segundo andar. Taehyung estava atracado com alguém, quase transando apoiado a escada. Jungkook desviou os olhos para a imagem perturbadora que viu e voltou sua atenção para frente, pouco confortável.

- É, sim... - Sorriu sem jeito.

- Ficou com vergonha? - perguntou, achando fofo a forma encabulada que reagiu ao momento íntimo do amigo.

- Sim, ele... ele tá claramente com os dedos nela. - desejou sussurrar, mas o som alto não permitia. Ela, ao ouvir, curvou-se de tanto rir.

- É, ele tá mesmo. - ela o encarou nos olhos. - Mas é normal. Se ela quer e ele quer, não tem problema. A maioria das pessoas aqui estão tão bêbadas que sequer conseguem enxergar o que tá rolando ali... e outra, á sua direita, logo atrás daquele vaso de planta estão de fato, transando. - Jungkook petrificou, perturbado. Meu deus.

Mentir que pensamentos safados não contaram sua mente era perda de tempo. Porque sim, imaginou estar fazendo a mesma coisa que seu amigo.

- Então você acha normal? - Ela concordou, mordendo o lábio. Santo Deus, lá se foi toda sua resistência.

- É normal, é gostoso, então... porque não? - ela chegou mais perto de si, grudando suas mãos em seu peito e empurrando-o sutilmente até uma parede no escuro. O coração de ambos estava tão acelerado que juntos formavam um batuque de escola de samba. Jungkook, com toda sua castidade, engoliu em seco quando a mão que pousava em seu peito escorregou e foi para o volume na calça de couro. Seu pênis estava esmagado, suplicando por um alívio.

Nunca ousou no sexo, mas quando percebeu, estava abrindo seu zíper e o botão. A morena lambeu os lábios, atingindo-o em cheio. O tesão estava correndo por sua veia, nem conseguia refrear suas ações. Por hora, deixaria fluir no ritmo dela.

- Quero te chupar. - Não, isso não foi uma pergunta. Foi um aviso cheio de gatilho que, ao ser falado bem ao pé do seu ouvido, desencadeou uma sessão de reações por seu corpo. Primeiro se arrepiou inteiro, segundo suspirou, e terceiro, sentiu seu coração solavancar no peito. Certo, Jungkook não soube o que fazer com a informação, nunca foi desesperado por algo além de beijo logo no início, sempre seguia uma sequência elaborada e consecutiva até chegar aos finalmente. Mas, por um breve segundo, se perguntou o porquê de ser assim e, talvez, tenha percebido que nunca se envolveu com mulheres que dominem a situação. Em suma eram jovens fofas e tímidas. No fundo, sua alma se agitava por rebeldia, por calor. Estava em êxtase antes mesmo de tocá-la mais a fundo, ansioso pelo o que poderia vir. Embora tivessem a mesma idade, ou talvez Jungkook fosse até um ano mais velho, ela o encarava como se fosse capaz de fazer dele seu cachorrinho. E sim, ela era capaz. O brilho radical e violento em seus olhos, era tão diferente, tão curioso, jungkook queria muito, mas muito desbravar todas essas expressões. O desconhecido estava deixando-o louco.

Banana Split (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora