Calça de couro: o mal da humanidade

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Jungkook estava arrumado. Trajado em desespero e com bijuterias banhadas em nervosismo. Perdeu as contas de quantas vezes se olhou no espelho, ajeitou o cabelo e torceu a boca para a roupa que escolheu. Estava tentado a mudar, voltar ao seu usual tênis e calça jeans e uma blusa qualquer com uma jaqueta. Mas, era uma festa! E em festas as pessoas vão arrumadas, palavras de Kim Taehyung. Que, de certo modo, não estava errado. Jungkook não conhecia sua crush a fundo, seus gostos e muito menos seu tipo ideal, mas para conquistar ao menos a sua atenção na noite, precisava tirar o seu fôlego, arrancar ao menos um suspiro encantador. No entanto, não estava muito em sua zona de conforto. A calça de couro colada, que o próprio Kim lhe presenteou, esmagava suas bolas! E pinicava pra cacete. Seu sangue não estava circulando muito bem, mas aparentemente, a moda não liga muito pra isso.

- Porra... - ralhou, pela terceira vez, quando tentou enfiar a mão por dentro do couro para ajeitar seu pênis. Com luta e quase suando, ele conseguiu deixar de uma forma mais "confortável", ou o quer que se aproxime disso.

- Ei, tá pronto? Já são sete e quarenta. - Taehyung gritou na sua porta, dando batidas frenéticas na madeira.

- Oi, espera. Quase... quase pronto. - andou pelo quarto, espirrando seu perfume e passando um protetorzinho labial com gosto de cereja. Jungkook ama cerejas.

Quando atravessou a porta, o loiro lhe puxou para um abraço, de que acordo com ele era o "abraço da Vitória". Seja lá o que isso significasse.

- Vamos? Você não quer chegar atrasado no seu primeiro encontro com ela, né cara?

Taehyung lhe puxou para seu carro. E, em alta velocidade, eles arrancaram até o endereço da festa. A calça de couro incomodava, machucava suas bolas. E o medo de meterem o carro em um muro tirava a sua paz. Estava tenso, quase engessado no banco do carona. Estava a caminho de encontrar ela, precisava chegar vivo e com as bolas intactas. Kim Taehyung não possuía carteira, mas tinha um carro. Poucas foram as vezes em que Jeon se sujeitou a entrar ali. Não por desdenho, mas por desespero. A festa era um caso isolado e, depois de avaliar as perspectivas, ir com Taehyung era a única forma de chegar ao local. Sem muita coragem, ali estava ele, branco feito um papel e com o couro arroxando seu cu já tenso.

- Onde comprou essa calça? Ela machuca. - perguntou, segurando o banco como se sua vida dependesse daquilo. Porra, dependia mesmo.

- Não comprei, é da minha mãe.

- COMO É QUE É? - Taehyung riu, fazendo uma curva e quase fazendo o carro capotar. Santo Deus, foda-se a procedência da calça, sua vida era uma palta muito mais importante ali. - Vai devagar, inferno.

- Tô devagar, porra.

- Se você chama isso de devagar, precisa de um tratamento. Na verdade, você precisa mesmo de um tratamento. Você me deu a calça da sua mãe, seu filho da puta. - bradou, irritado. Ótimo, a noite mal começou e já estava assim.

Outra maldita curva.

- Em minha defesa, essa calça é universal. Afinal, roupa não tem gênero. Eu uso essa calça as vezes e cara, fico um gostoso do caralho. Como a noite é especial, achei que precisaria dela. - Jungkook rolou os olhos, bufando feito um touro bravo. Era algum ritual de sorte? Calças de couro são tão avassaladoras assim? - Bufa não boi velho bravo, aô boi.

- Eu vou te acertar um soco, na moral. - o punho no ar não amedrontava em nada o Kim no volante, que parecia um fugitivo.

- Se segura. - Jungkook segurou. E, mais uma vez, uma curva desgraçada. Sentiu a ação da inércia e se não fincasse sua mão no estofado, teria voado pela janela do Kim. O carro solavancou, quando Taehyung ignorou um quebra mola.

Banana Split (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora