꧁ half of a pair ꧂

956 123 36
                                    

« 🇧🇷 »

Richarlison apertou os olhos, piscou algumas vezes mas contudo sua visão não conseguia focar, parecia que tudo girava e seu corpo parecia tão pesado quanto chumbo.

Ele sabia que já tinha passado do seu limite, mas ainda assim alcançou o copo e virou o líquido na boca de uma só vez, assoviando baixo quando o mesmo queimou garganta à baixo.
Levantou o copo pedindo outra dose, uma funcionária se aproximou do outro lado do balcão.

— Senhor, estamos prestes a fechar- — Calou-se ao ser interrompida pelo brasileiro.

— Quero outra. — Disse ele com um pouco de dificuldade, pegando o celular do balcão, o desbloqueando com a sua digital mas não conseguiu enxergar a hora.

Repousou a cabeça sobre o braço, fechando os olhos brevemente enquanto sentia a gravidade tentando lhe derrubar. Seus olhos pareciam pesados nesse momento e os pensamentos desconexos lhe prendiam e tiravam sua atenção da realidade.

Teve a sensação de ouvir uma conversa perto de si, mas não conseguia distinguir. Despertou ao sentir mãos lhe acariciando os ombros, abriu os olhos com dificuldade mas ainda estava grogue.

— Que tal irmos para casa? — O homem falou atrás de si, massageando seus ombros por cima do casaco grosso.

— Não... Não. — Negou com a cabeça, tentando se livrar do toque alheio, mas seu corpo estava muito lento.

— Está tudo bem, calma. — O homem disse paciente, cessando a massagem. Desceu o toque por seu braço, parando em sua mão e apertando suavemente. — O que acha de saírmos daqui? Hm?

Richarlison juntou as sombrancelhas, incomodado, se livrou do toque alheio puxando sua mão. — Caralho — xingou em português. — Eu namoro, não quero ir a lugar algum com você. — Direcionou o olhar para o homem, mas não conseguiu identificar devido ao álcool que corria em seu sangue.


« 🇰🇷 »

O coreano segurou o riso ao ouvir tais palavras, não acreditava que o outro estava tão bêbado a ponto de não reconhecê-lo. Agachou ao seu lado, colocando o rosto na altura do seu, aproximou ficando a poucos centímetros do outro, olhando diretamente em seus olhos castanhos brilhantes.

O mais novo apertou os olhos, desfez a carranca antes de piscar algumas vezes e abrir um sorriso, logo puxando para um abraço, sem se importar em perder o equilíbrio durante esse ato.

Disse coisas com a voz arrastada que Heung-min não foi capaz de decifrar, mas parecia feliz em vê-lo. Mesmo que ele também estivesse feliz, não sentia que poderia aguentar tanto tempo o peso do outro sobre si.

— Posso te levar em casa? — Perguntou calmamente, acariciando suas costas durante o abraço que logo foi desfeito. Recebendo um joinha em resposta positiva.

Son se despediu dos funcionários, pegando os pertences alheios e guardando em seus bolsos antes de ajudar o de cabelos descoloridos a andar para fora do estabelecimento.
Com um pouco de dificuldade andaram até o táxi que os aguardavam, o coreano colocou cuidadosamente o brasileiro no banco de trás antes de ele mesmo entrar, passando o endereço ao motorista.

A viagem foi feita em completo silêncio, enquanto Richarlison dormia Son cuidava para que ele ficasse confortável durante esse tempo.

Assim que chegaram a casa do mais novo, cujo Heung-min conhecia muito bem, ele fez o seu melhor pra levá-lo ao banheiro sem deixa-lo cair durante o trajeto.

Não se deu ao trabalho de antes tirar sua roupa ao entrar com ele no box do banheiro. Sabia que seria uma tarefa complicado, então apenas esvaziou os seus bolsos depois de tirar o grosso casaco.

— Não se assuste, vou apenas ligar a água. — Sussurrou ao outro antes de abrir o chuveiro.

A água percorria o corpo de Richarlison que permanecia imóvel, apenas observando o outro que o segurava para que ele não caísse.
Depois de mudar a temperatura da água, sentiu o corpo alheio lentamente escorregando pelos azulejos até sentar-se ali. Son agachou junto com ele, com as suas próprias mangas dobradas, passou a desabotoar os botões da blusa já encharcada do outro. Parou ao ouvir um baixo sussurro incompreensível.

« 🇧🇷 »

Pela expressão alheia, pôde notar que não tinha sido ouvido, então em um tom de voz mais alto, repetiu: — Desculpa.

— O quê?

As lágrimas quentes começaram a misturar com a água que banhava seu corpo, e por um instante o único som ali presente era o barulho da água do chuveiro. Até um pequeno soluço escapar dos lábios do homem de cabelos descoloridos.

Rapidamente Son levantou e desligou a água, tendo o olhar alheio em cada movimento seu, como se fosse magnético.

Os olhos escuros e brilhante como um céu estrelado encontrou os olhos já avermelhados e brilhantes pelas lágrimas.

— Desculpa. — Repetiu pela terceira vez, levando a mão para o anel que balançava pendurado em uma corrente prateada no pescoço alheio. Olhou atenciosamente para a jóia. — Eu perdi...

— Do que está falando, Richie?

Porra, como eu sou burro! — xingou a si mesmo em português, sabendo que o outro não entenderia. Se afundando em tristeza. — Sonny, eu perdi minha aliança de compromisso. — Concluiu, levantando a mão direita no ar para mostrar ao outro.

Son pegou a mão que lhe foi mostrada, levando aos lábios e a beijando, sorrindo em seguida.

— Está tudo bem. — Assegurou, voltando a atenção para a camisa alheia que ainda tinha metade dos botões para desabotoar.

A peça de roupa deslizou com dificuldade sobre seus ombros molhados, sendo tirada de seu corpo. A calça estava sendo desabotoada mas os movimentos pararam assim que o barulho da cabeça do brasileiro se chocando rapidamente contra o azulejo da parede se fez presente.

— Não está nada bem. — Resmungou com a voz mais baixa que de costume.

— É por isso que você bebeu tanto?

— Sim, é por isso. Porra, era nossa aliança de compromisso! Eu tirei antes de treinar, mas depois procurei no CT inteiro e não achei.

— Não precisamos dela para provar nada, não vamos romper por causa disso. Agora, venha, você precisa colocar uma roupa e descansar.

Com isso, Son retirou a roupa molhada que ainda restava no corpo do namorado, o ajudou a se vestir e o colocou na cama, e antes que pudesse terminar de colocar um cobertor sobre ele, foi puxado, abraçado e recebeu um pedido de permanecerem assim por mais tempo.

Magnetic || 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora